Zâmbia – Nigéria (CAN 2013)
O jogo onde se esperava que ficasse decidido quem seria o vencedor do Grupo C da Taça das Nações Africanas transformou-se, com os resultados da primeira jornada, no jogo que pode colocar perto da eliminação um dos favoritos. Com Etiópia e Burquina Faso a exibirem-se em bom plano, Zâmbia e Nigéria não podem ceder a distrações.
A equipa zambiana, treinada por Hervé Renard, mantém o mesmo estilo de jogo do ano passado. Na baliza, Mweene continua a ser um dos bons guarda-redes africanos, tendo defendido uma grande penalidade, a defesa tem em Sunzu e Himonde, a jovem dupla do TP Mazembe (RD Congo), dois esteios quase inultrapassáveis, Lungu é uma peça fundamental no meio.
Surpreendente foi ver Collins Mbesuma avançar como primeira opção para a frente de ataque, com Jacob Mulenga e Mayuka a ficarem no banco. Essa opção até pareceu compensar, já que Mbesuma foi o marcador do único golo da equipa zambiana. Quem não surgiu ao mesmo nível do ano passado foi Kalaba, claramente num momento de forma mais baixo, enquanto Chris Katongo não tem a mesma preponderância que Félix Katongo, que acabou por nem ser opção.
Com estas falhas no ataque, situa-se aí a grande diferença com a Zâmbia de 2012 – uma atitude menos guerreira, uma capacidade de sofrimento menor e, sobretudo, a ausência de sede de vitória. Perante a Etiópia, e vendo-se a ganhar por 1-0 com um jogador a mais, a Zâmbia adormeceu no posto e deu a iniciativa de jogo ao adversário. Assim perdeu dois pontos fundamentais e vê-se agora na obrigação de pontuar frente à Nigéria, para que não fique totalmente dependente de outros na jornada final.
Na equipa da Nigéria, Victor Moses ficou no banco e não chegou a entrar. Surpresa? Mais que muita, já que não vemos a equipa nigeriana a obter o mesmo nível de sucesso com o seu melhor atacante no banco. Ideye Brown, do Din.Kiev, foi o jogador mais avançado da equipa, com Musa e Emenike a surgirem como extremos, numa equipa muito jovem e que promete sucesso, ainda que não imediato.
Obi Mikel, Nosa Igiebor e Ogude estabeleceram bem o domínio no meio-campo, ainda que não tenham encontrado o antídoto perfeito para segurar um Burquina Faso endiabrado nos momentos finais do jogo. Ainda assim, passará pelo reforço deste trio o equilíbrio das Super Águias. A nível defensivo, a juventude pagou o preço das dificuldades, não conseguindo manter a concentração até ao momento final. Essa passará por ser uma das fragilidades da equipa nigeriana que pode muito bem ser aproveitada pela Zâmbia.
Ainda assim, na baliza da Nigéria está um dos melhores guarda-redes africanos do momento. Enyeama é o tipo de guarda-redes que pode segurar jogos, devido à sua qualidade e experiência. Stephen Keshi deverá apelar à liderança dele, com Yobo e Obi Mikel, para lutar no frente a frente com a Zâmbia. Chamar Victor Moses para titular parece uma evidência. Caso o faça, a Nigéria poderá ser um temível adversário para os atuais campeões e ficar perto de uma vitória que os colocará na frente deste grupo C.
As duas equipas já se cruzaram por nove vezes na história, estando o balanço destes confrontos num equilíbrio total, com cada um dos resultados a verificar-se por três vezes. A equipa da Nigéria tem sido, ainda assim, mais feliz nos encontros oficiais, tendo inclusive vencido a Zâmbia na final da CAN em 1994:
Nigéria | 2-0 | Zâmbia | Amigáveis 2011 |
Zâmbia | 0-0 (4-5)g.p. | Nigéria | CAN 2010 |
Zâmbia | 0-0 | Nigéria | Jogos Amigáveis 1997 |
Zâmbia | 2-0 | Nigéria | Jogos Amigáveis 1997 |
Nigéria | 2-1 | Zâmbia | CAN 1994 |
Na partida desta sexta-feira, a Zâmbia entra em campo com a experiência e a Nigéria com a vivacidade. O mais provável é ver a juventude a conquistar o encontro, deixando à Zâmbia a tarefa de lutar até ao fim pela qualificação para os quartos-de-final.
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