As quatro equipas visitantes venceram os respetivos embates e seguem em frente. Os Chiefs anularam por completo os Texans e marcam encontro com os Pats em Foxbourough. Os Steelers escaparam por pouco e podem ter pago uma fatura demasiado elevada em lesões pelo triunfo. Os Sehawks estiveram em desvantagem até ao terceiro período. Wilson entrou no tudo ou nada mas foi mesmo o pontapé falhado dos Vikings que confirmou a vitória. A fechar a noite de domingo os Packers redescobriram o seu vigor ofensivo e deixaram para trás os Redskins. Um fim de semana cheio de futebol americano e os dados estão lançados para a ronda seguinte.
Who’s the Chief(s)?
Vamos ser frontais. A deslocação dos Chiefs a Houston era o confronto menos promissor da jornada dos wildcards e a diferença do marcador confirmou as expetativas (30-0). Kansas City entrou com todo o gás, determinado a vencer a eliminatória e nunca deu oportunidade para os Texans reagirem. Knile Davis deu o mote com o retorno do pontapé de saída, para um touchdown de cento e seis jardas. Mas foi com a defesa que os Chiefs dominaram a partida. Do lado do ataque o plano de Andy Reid passou por usar a agressividade de J. J. Watt contra ele. Colocar-lhe os engodo na frente do nariz e fazer a bola passar por outro lado do campo. Brian Hoyer deu não uma mas duas mãozinhas, com três interceções na primeira metade da partida.
Os Chiefs venceram o décimo primeiro jogo consecutivo, depois de terem começado a época com uma vitória e cinco derrotas. São uma equipa muito rápida e treinada com inteligência. Estão, como é fácil de imaginar, inchados de confiança e apostados em fazer história em Foxborough. Com Jeremy Maclin limitado – felizmente parece ser só uma entorse no tornozelo, sem danos no joelho – Travis Kelce vai ter que assumir ainda mais destaque.
Batalha campal em Cincinnati
Os Pittsburgh Steelers chegaram aos play-offs com uma ajudinha dos Bills mas não desperdiçaram a oportunidade. Já se sabia que o jogo no Paul Brown Stadium ia ser duro dada a rivalidade acesa entre as duas equipas mas a batalha campal foi cheia de escaramuças e golpes baixos. Vontaze Burfict foi o antagonista de serviço pelos Bengals – aqui e ali com laivos de vilão que lhe podem vir a merecer penalização – e teve dedo em todos os momentos determinantes do duelo. Fez a placagem que mandou Ben Roethlisberger para os balneários. Esteve na interceção que mudou o sentido do jogo – Pittsburgh vencia por quinze a zero – e na falta feia sobre um indefeso Antonio Brown, provocando um concussão e o protocolo que se lhe segue. Foi o destempero dos Bengals, e a capacidade dos Steelers de não entrar no jogo do adversário, que decidiu a partida. Chris Boswell, um estreante nestas andanças, foi a imagem da frieza sobre pressão, marcando sempre que solicitado, inclusive no field goal nos segundos finais, que deu a vitória à sua equipa. Resta saber até que ponto o aço amassado nesta batalha – em particular as lesões de Big Ben e Brown – poderá vir a custar na visita a Denver.
Vikings morreram na praia
Até à entrada para o quarto período os Vikings tinham conseguido manietar Seattle, que ia jogando de forma bem conservadora. É verdade que até então Minnesota também tinha ficado limitada a converter pontapés aos postes e Blair Walsh parecia embalado para uma noite memorável. Mas nessa altura os Sehawks mudaram o chip para “tudo ou nada” e Russell Wilson começou a jogar fora da caixa. O momento que, para mim, condensa a grandeza da equipa de Seattle e do seu quarterback foi a bola que Wilson quase perdeu. Teve que recuar várias jardas para a alcançar, levantou a cabeça e fez as suas leituras. Enquanto a defesa de Minnesota já estava desconcentrada, antecipando uma jogada falhada, o quarterback teve concentração para olhar e ver as opções que se lhe apresentavam. E, em perfeita sintonia, as armas do ataque continuaram as suas rotas, sem desarmar, confiando que o seu líder podia improvisar uma qualquer saída. São estes automatismos, esta confiança inerente em que cada um vai levar o seu papel até ao limite, que faz da equipa de Pete Carroll o portento que vemos, temporada após temporada. E no próximo fim de semana vão protagonizar a batalha mais apaixonante, medindo força com os Carolina Panthers.
Antes tarde do que nunca
Para fechar a ronda os Packers redescobriram o seu vigor ofensivo e bateram, com toda a classe, os Redskins (35-18). Desde setembro, altura em que alguns elementos caíram por lesão, que Aaron Rodgers e as suas armas não faziam uma marca de trinta e cinco pontos. E aquela ausência de entrosamento entre o QB’s e os homens do ataque desapareceu como que por magia. Randall Cobb foi determinante na versatilidade que demonstrou: se não recebe a bola, transporta-a.
Da última vez que Green Bay chegou aos play-offs sem convencer ninguém começou a vencer nos wildcards e só parou com a vitória no Super Bowl. Não digo que possa acontecer o mesmo, até porque o próximo jogo é frente a uns Cardinals que ficaram a descansar esta semana. Mas este ressurgimento de um dos melhores QB’s desta liga deixa-nos na expetativa para a próxima ronda.
Este foi um fim de semana de emoções fortes mas segurem-se bem. A Divisional Round tem tudo para ser ainda melhor.
Boas Apostas!