O ponto alto dos oitavos de final da Taça de Inglaterra ficou reservado para segunda-feira. Contrariando as expetativas, o Wigan, que luta para vencer a terceira divisão inglesa acaba de eliminar o todo-poderoso Manchester City, com um golo do mítico Will Grigg. A expulsão de Delph exaltou os ânimos e acabou por ser determinante. Os Cityzens já não estão em todas as frentes de batalha.
A lenda de Will Grigg cresce
O avançado do Wigan Athletic acrescentou mais um capítulo à sua extraordinária história, desta vez marcando o golo que eliminou a equipa de Pep Guardiola e conduz o clube da League One aos quartos de final da Taça de Inglaterra. Claro que a expulsão de Fabian Delph marcou o encontro e beneficiou os da casa, mais pelo insólito da situação e pela reação de ânimos exaltados que se seguiu do que pela ausência do lateral. Mas isso não pode retirar mérito ao feito dos Latics. A equipa agora treinada por Paul Cook tem um carinho especial pela Taça de Inglaterra, e até já conquistou uma vez o troféu, precisamente às custas dos Cityzens. Há qui um historial – depois da vitória em 2012/13 o Wigan foi à meia-final na temporada seguinte e aos dezasseis avos na edição do ano passado – e um investimento emocional grande da equipa na prova, que tem vindo a ser recompensado. Só nesta edição, a equipa que luta pelo título na League One, a terceira divisão inglesa, já deixou pelo caminho três primodivisionários – AFC Bournemouth (2-2, 3-0), West Ham (2-0) e agora o City (0-1) – sendo que o último é nada mais nada menos que o líder destacadíssimo da Premier League e grande candidato a conquistar a Liga dos Campeões.
City já não faz o pleno
Pep Guardiola terminou o encontro reconhecendo que concordava com o cartão vermelho a Fabian Delph, embora a sua reação na hora e posteriores confusões no túnel de acesso aos balneários não combine com essa ideia. É possível que o treinador catalão tenha tido oportunidade de ver as imagens e reviu a sua posição. Afinal, foi ele que andou ainda há dias em cruzada por medidas que defendam os jogadores de faltas duras, deste calibre, na sequência da lesão de Leroy Sané, também numa partida de taça.
A expulsão enlouqueceu toda a gente e o ambiente manteve-se explosivo bem para lá do apito final. A falta de Delph é punível com a expulsão – pitons levantados, atinge em cheio as pernas do adversário – mas num primeiro momento o árbitro saca do amarelo e só no instante seguinte vai ao bolso buscar o vermelho. A reação imediata dos jogadores e do banco do City é a de que a reação das bancadas terá influenciado o árbitro a elevar o nível da punição.
No final do jogo houve invasão do relvado e confrontos entre os adeptos da casa e dos visitantes. Sergio Aguero foi atacado quando trocava camisolas com Chey Dunkley e reagiu à provocação do adepto, o que agora lhe pode valer uma sanção, com o companheiro de profissão a fazer de tudo para evitar que a situação escalasse. Houve necessidade de intervenção policial e estes incidentes vão ter consequências.
Carvalhal acarinhado em Sheffield
É de registar que haverá lugar a duas partidas de desempate, curiosamente para definir adversários. O único confronto dos quartos de final que não ficou fechado é aquele que colocará frente a frente Sheffield Wednesday ou Swansea versus Rochdale ou Tottenham. Os dois jogos terminaram a zeros. Os restantes serão Wigan vs Southampton, Leicester vs Chelsea e United vs Brighton.
Carlos Carvalhal reconheceu que a última coisa que queria – e até arriscou sugerir uma alteração ao regulamento, para acabar com os segundos jogos – era repetir o encontro, que agora será reagendado para o Liberty Stadium. O treinador português comoveu-se com a receção calorosa que a estrutura e os adeptos do Sheffield Wednesday lhe proporcionaram.
Boas Apostas!