A qualificação da zona CONMEBOL entra na fase do vai ou racha. O Brasil já está a salvo mas continuam em aberto quatro vagas de apuramento e há ainda sete candidatos na disputa. Os quatro jogos que faltam serão de vida ou morte para um ou ambos os implicados. Se o futebol sul-americano já é intenso e imprevisível, segurem-se que a viagem vai ser em montanha russa.
Brasil assiste de cadeirinha
O Brasil foi a segunda seleção, a seguir à anfitriã Rússia, a garantir presença no Mundial do próximo ano. A primeira pela via do apuramento. Mesmo que perdesse os próximos quatro encontros – o que custa a crer – a Canarinha de Tite já não seria empurrada para fora do top-4, que dá a qualificação automática.
Bolívia e Venezuela também já estão despachadas. Com dez e seis pontos, respetivamente, estão arredadas de qualquer hipótese de qualificação. O que ainda podem é estragar a vida a alguns vizinhos, à semelhança do Escrete.
Quatro vagas para oito candidatos
Esta são as exceções, nos dois polos da tabela classificativa. Tudo o resto continua em aberto. A separar segundo – Colômbia (vinte e quatro) – e oitavo – Paraguai (dezoito) – há uns meros seis pontos de separação. O que equivale a dizer que nos derradeiros quatro jogos sete equipas vão jogar o joga das cadeiras: há três vagas de apuramento automático e uma para o play-off. Quem terminará em pé quando chegar outubro?
Colombianos, uruguaios, chilenos e argentinos, que ocupam de momento as posições ambicionadas, são, em teoria os candidatos mais fortes. Pode-se até dizer que qualquer um deles ficar fora do Mundial será um escândalo. Mas o Equador já mostrou ter argumentos para se intrometer nesta luta, e Peru e Paraguai não perdem nada em fazer um esforço final.
A seleção colombiana está bem encaminhada e terá compromissos perfeitamente contornáveis: deslocações ao Peru e Venezuela; receções ao Paraguai e Brasil, este último já apurado. Pékerman pode contar com um Radamel Falcao renascido e um James Rodríguez que encontrou uma casa em Munique.
Chile com empurrãozinho
O Chile respirou esta semana de alívio ao ver, mais uma vez, considerado improcedente o recurso da Bolívia. Sendo assim mantem-se a punição por utilização indevida de jogador que lhe valeu uma derrota administrativa por três a zero que beneficiou os chilenos. O duelo entre ambos tinha terminado a zero mas assim a seleção de Alexis Sánchez recebeu uns pontinhos de bónus. Pode parecer pouco, mas como as coisas estão podem e são a diferença entre o quarto e quinto lugar, entre qualificação direta ou a ida a um play-off. Mas a coisa está longe de garantida. O Chile precisa de três vitórias nos quatro últimos desafios e esta dupla jornada – em casa com o Paraguai e na visita à Bolívia – não pode haver escorregadelas.
O Uruguai tem que respirar fundo e mergulhar de cabaça. A seleção de Oscar Tabaréz arrancou muito bem a qualificação e é graças a esse avanço inicial que ainda segura o terceiro posto. A equipa de Maxi Pereira e Seba Coates perdeu os três últimos compromissos da CONMEBOL – Chile (3-1), Brasil (1-4) e Peru(2-1) – e tem chilenos e argentinos à perna. O selecionador espera que o setor defensivo suba a sua prestação e vai ter que se aprumar já esta sexta-feira, quando receber a Albiceleste de Messi e companhia. Infelizmente para as Charrúas, este embate será determinante para as aspirações de ambos e a Argentina também não pode encaixar mais nenhum desaire. Para complicar ainda mais, Luis Suárez está a regressar de lesão e estará longe do ritmo ideal.
Sampaoli e as quatro finais
A derrota na Bolívia (2-0), em Março, pode ter sido uma bênção disfarçada para a seleção argentina. O resultado, que empurrou a Albiceleste para a quinta posição, fora do apuramento direto, levou à saída de Edgardo Bauza. E Jorge Sampaoli parou de resistir aos apelos, quando percebeu que a Argentina estava em risco de falhar o Mundial. Desde que assumiu o cargo, o treinador argentino já pôs a casa em ordem. Venceu o Brasil em jogo amigável, que não deixa de ter carga simbólica muito forte. Mas agora sabe que tem pela frente quatro finais. Messi, viu o castigo reduzido e volta a ser opção, o que é uma mão na roda. E para esta dupla jornada, Sampaoli preferiu chamar Mauro Icardi, deixando Higuaín de fora. A deslocação ao Uruguai vai marcar o tom. Mas mesmo em caso de sucesso a Albiceleste vai ter que se aplicar a fundo para somar também os três pontos na próxima semana, na receção aos venezuelanos.
Boas Apostas!