Uruguai – Jamaica (Copa América)
As duas equipas já descartadas do Grupo C enfrentam-se em Santa Clara. Nunca, em quarenta e quatro anos de Copa América, o Uruguai tinha perdido os dois primeiros jogos. A seleção com mais títulos na competição sai precocemente e na mó de baixo, a precisar rapidamente de uma renovação. A Jamaica não tem as mesmas responsabilidades mas também gostaria de se despedir com uma nota positiva.
O Uruguai é a seleção com mais títulos na Copa América: quinze, contra catorze da Argentina e oito do Brasil. Nesta edição Centenário, os Charruas estabeleceram para si mesmos nova marca: a pior de sempre. Nunca, em quarenta e quatro anos da competição o Uruguai tinha perdido os dois primeiros jogos. E a coisa ainda pode piorar, dependendo do que sejam capazes neste encontro que fecha a fase de grupos.
O palmarés pesa mas ninguém pode dizer que esta prestação dececionante não foi anunciada. Os Charruas precisam de dizer definitivamente adeus às remanescências de 2011 e fazer uma renovação da seleção nacional, bastante envelhecida, para continuarem a ser uma potência do futebol no continente sul-americano.
Na partida de estreia o Uruguai perdeu com o México (3-1). Gerou alguma preocupação, sim, mas não era alarmante. Afinal, a Tricolor chegou com pretensões de chegar pelo menos à final e o jogo foi menos desequilibrado que o marcador sugere. Era uma questão de compensar no encontro seguinte, frente à seleção Vinotinto. A Venezuela nunca tinha batido os uruguaios na Copa América, havia razões para confiar. Mas o histórico não ganha jogos, é preciso fazê-lo em campo. Os Venezuelanos entraram muito confiantes, sabiam que o adversário tinha que tomar a iniciativa e podiam dar-se ao luxo de esperar. Aos trinta e seis Salomón Rondón fez o único golo do encontro. A reação do Uruguai tardava a acontecer e só muito lentamente foram tomando conta do jogo. Entrar no último terço é que continuava muito difícil. Já tinha acontecido frente ao México. À medida que o tempo ia passando, no banco, Luis Suárez ia desesperando. O homem do Barcelona bem gritava com o selecionador, queria ir lá para dentro. Afinal, não podia. Estava na ficha de jogo como lesionado. Podia-se equipar, estar no banco e até aquecer na lateral, mas não ir a jogo.
A ida mais cedo para casa é inevitável. Mas o Uruguai vai procurar ganhar o último jogo, para não sair só com derrotas.
Onze Provável: Muslera – Maxi Pereira, Gímenez, Godín, Álvaro Pereira – Carlos Sánchez, Arévalo Rios, Álvaro González, Gastón Ramírez – Stuani, Cavani.
A Jamaica também já tem as malas feitas. Duas derrotas (0-1 com a Venezuela e 2-0 com o México), zero pontos a isso obrigam. Mas a equipa de Winfried Schafer gostaria de sair com uma imagem mais positiva e vai tentar explorar a pressão que pesa sobre os Charruas. Tentar marcar, diria eu, pode ser um objetivo mínimo a concretizar na despedida da Copa América Centenário para estes Reggae Boyz.
Dito isto, não foi fácil ao México (2-0) ganhar o confronto com os jamaicanos. O jogo foi bastante equilibrado mas os mexicanos vinham com a confiança em alta e um resultado que os beneficiava. À semelhança da Venezuela também a Tricolor entrou em campo com a serenidade de quem pode controlar o jogo e esperar as suas oportunidades. Chicharito Hernández marcou logo aos dezoito e só reforçou a estratégia.
Onze Provável: Blake – Mariappa, Morgan, Taylor, Watson – McCleary, Williamson, Hector, McAnuff – Barnes, Donaldson.
Uruguai
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1-0 |
Copa América 2015
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Jamaica
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2-0 |
Amigáveis 2004
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Jamaica
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0-2 |
Amigáveis 2000
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A última vez que se defrontaram foi na Copa América do ano passado, na fase de grupos. O Uruguai venceu com um golo de “Cebola” Rodríguez.