Banho de realidade para a seleção anfitriã e as alterações táticas de Tabárez acertam na mouche. À exceção dos primeiros vinte minutos, em que o jogo ainda esteve em aberto, o Uruguai controlou e marcou q.b. para assegurar o primeiro lugar do Grupo A. À mesma hora, em Volgograd, os sauditas conquistam o terceiro lugar, vencendo já para lá dos descontos.

Impasse dura dez minutos

O Grupo A já estava partido ao meio no início da última jornada. Arábia Saudita e Egipto, ambos com zero pontos, jogam para deixar uma imagem positiva. Rússia e Uruguai, ambos com seis pontos, tinham os oitavos de final garantidos. Faltava só determinar a ordem em que passam à fase seguinte.

O mestre Tabárez mudou o 4-42 clássico para losango e a equipa melhorou em todos os setores.

O mestre Tabárez mudou o 4-42 clássico para losango e a equipa melhorou em todos os setores.

Óscar Tabárez fez quatro alterações relativamente ao onze que defrontou a Arábia Suadita. Saem Guillermo Varela, José Giménez, Carlos Sáchez e Cebola Rodriguez. Entram Sebastián Coates, Diego Laxalt, Lucas Torreira e Nahitán Nández. Mais importante que as alterações individuais é a mudança de um 4-4-2 clássico para um com o meio-campo em losango. Stanislav Cherchesov troca Mário Fernandes, Yuri Zhirkov e Aleksandr Golovin por Igor Smolnikov, Fyodor Kudryashov e Aleksey Miranchuk.

Uruguai eficaz na finalização

Os primeiros minutos da partida fora de estudo mútuo mas o golo de Luis Suárez, aos dez, acaba com os calculismos. O avançado do Barcelona marca de livre direto, uma bola colocada e muito rápida que Akinfeev não consegue ver partir. A Rússia reage com atitude à desvantagem e nos minutos seguintes Denis Cheryshev remata à queima roupa, na cara de Muslera, mas o guardião uruguaio defende. O lance começa em Dzyuba, que ganha o duelo físico na lateral e assiste o companheiro.

Aos vinte e três, segundo golo do Uruguai. Desta feita, o remate à entrada da área de Laxalt desvia em Cheryshev – aquém será atribuído o golo – e trai Akinfeev.

À passagem da meia hora a seleção sul-americana esteve muito perto de chegar ao 3 a 0. Primeiro é Bentancur que aparece bem na área mas o guarda-redes russo faz a mancha. Logo a seguir, Laxalt isola Suárez mas Ignashevich antecipa-se ao uruguaio no momento da finalização.

Ainda antes do intervalo a equipa anfitriã fica reduzida a dez, com a expulsão de Igor Smolnikov, com segundo amarelo.

Tabárez ganha esquema tático

O segundo tempo do jogo em Samara foi de controlo absoluto dos uruguaios. O losango melhorou e muito a prestação da equipa de Óscar Tabárez. Tudo funciona melhor. A equipa ganha profundidade com Bentancur a aproximar-se dos dois avançados. Também as coberturas defensivas ficam mais acertadas e Torreira à frente dos defesas permite uma solidez defensiva invejável. A partir do momento em que se apanharam com dois golos de desvantagem, pouco depois a jogar com mais um elemento, os sul-americanos estavam em casa.

Mesmo em ritmo mais lento, as oportunidades de golo da segunda parte foram para o Uruguai e Edinson Cavani acaba por marcar numa das várias vezes em que o cântaro foi à fonte. Na sequência do canto o enorme – de qualidade, talento e entrega – Diego Godín sobe mais alto que Dzyuba e remate de cabeça. Akinfeev defende para a frente e Cavani não perdoa.

Para a Rússia foi um banho de realidade. Os resultados expressivos anteriores empalidecem quando se altera o termo de comparação. Este foi verdadeiramente o início do Mundial para a seleção anfitriã. Fica o alerta para os oitavos.

Primeiro lugar para o Uruguai, que ainda não sofreu qualquer golo, segundo para a Rússia.

Terceiro lugar para sauditas

Aos quarenta e cinco anos, o guardião egípcio ainda fez uma defesa espetacular para negar o primeiro penalti aos sauditas.

Aos quarenta e cinco anos, o guardião egípcio ainda fez uma defesa espetacular para negar o primeiro penalti aos sauditas.

Em Volgograd, Arábia Saudita e Egipto estiveram empatadas até aos descontos finais. Acaba por ser um recompensa porque se houve quem trabalhasse e se esforçasse para ganhar esta partida foram os sauditas. Mohamed Salah abre o ativo aos vinte e dois minutos, deixando a sua marca no jogo. Um Mundial merecia ter o egípcio na sua melhor forma mas a lesão na final da Liga dos Campeões veio esboroar essa ambição. Ainda antes do intervalo, al Faraj chega à igualdade, na marcação de uma grande penalidade. Minutos antes, El Hadari – o mais velho participante neste Campeonato do Mundo – frustrou Al Muwallad, defendendo o penalti. O golo do triunfo, que dá a terceira posição do Grupo à Arábia Saudita, foi marcado cinco para lá dos noventa, por intermédio de Al Dawsari. O Egipto vai para casa sem pontuar.