O Manchester City terá que esperar pelo menos mais uma semana para se sagrar campeão de Inglaterra. Durante quarenta e cinco minutos tudo corria de feição e avançaram os preparativos para a festa. Mas um United transfigurado, embalado por Paul Pogba, deu a volta à situação e acabou por travar os festejos anunciados do rival. Segundo golpe consecutivo para os Cityzens que, na ressaca, têm que enfrentar a segunda mão da eliminatória da Liga dos Campeões e reverter três golos de desvantagem.

City sai na frente

O Man United obriga o City a adiar a festa do título pelo menos uma semana.

O Man United obriga o City a adiar a festa do título pelo menos uma semana.

Mesmo intercalado entre duas mãos decisivas da Liga dos Campeões, o Manchester City não facilitou na visita a Old Trafford. Um dérbi é um dérbi e este até podia significar a consagração. Seria ouro sobre azul garantir o título da Premier League no reduto dos rivais. Sem uma referência na área, Bernardo Silva e Raheem Sterling alternavam na função de homem mais adiantado do City. Mesmo sem Kevin de Bruyne, o onze escolhido era de luxo e dava todas as garantias de poder cumprir o objetivo. Durante os primeiros quarenta e cinco minutos, parecia tão bem encaminhado que se chegou a temer uma goleada. Entre os vinte e cinco e os trinta minutos, Vincent Kompany e Ilkay Gundogan conseguiram traduzir em golos a superioridade que os visitantes mostravam no relvado. Ao intervalo valiam os dois golos mas podiam facilmente ter sido quatro sem que alguém estranhasse. Sterling desperdiçou uma oportunidade flagrante, que podia ter sentenciado o encontro. Pep Guardiola desesperava na lateral, quase como se antevisse o que estava para vir.

Pogba resolve

Discreto na primeiraparte, Pogba transfigurou-se no segundo tempo e com dois golos deu a volta ao jogo.

Discreto na primeira parte, Paul Pogba transfigurou-se no segundo tempo e com dois golos deu a volta ao jogo.

Para quem esperava que o Man United fosse tentar replicar a abordagem do Liverpool o início do jogo de sábado foi uma deceção. Era, mais uma vez, o modelo defensivo e de contenção, em que José Mourinho se sente tão confortável. Mas o grupo regressou dos balneários com outro estado de espírito. Em minuto e meio, Paul Pogba fez dois golos, entre os cinquenta e três e os cinquenta e cinco e mudou o jogo. Agora era o Manchester United que estava por cima no encontro, embalado pelo médio francês transfigurado. O Pogba da segunda parte do dérbi foi aquele que o United acreditou que valiam cada milhão pago por ele. Inspirado, inspirador, interventivo e catalisador. O tipo de jogador que decide partidas decisivas e que pode valer títulos. Que o francês tem potencial para ser o melhor do mundo, quando os dois extraterrestres se retirarem, ninguém duvida. Mas a questão está em conseguir dar esse diferencial semana sim, semana não. Os companheiros acreditam que sim e que esta exibição pode ser uma espécie de despertar. No final ele manifestou-se em parte desiludido, a pensar no que poderia ter sido a temporada do United se a equipa conseguisse produzir o futebol dos últimos quarenta e cinco minutos com mais regularidade. Não o disse, mas devia estar a pesar “se eu…”.

Chris Smalling deu a volta ao resultado aos sessenta e nove minutos, impondo a segunda derrota da temporada ao Manchester City na Premier League. E assim adiando, pelo menos por uma semana – o City vai a casa do Tottenham no próximo fim de semana – a festa do título para os rivais. Alexis Sánchez bisou nas assistências, envolvido que esteve nos lances dos dois últimos tentos do United.

Boas Apostas!