A saída de Bruce Arena e a promoção de Curt Onalfo para o seu lugar faziam crer que, em Los Angeles, estaríamos perante uma revolução tranquila, que também passaria pela tentativa de mudar o quadro de contratações realizadas pelo clube californiano. Em vésperas de chegada de um concorrente à cidade, com os Los Angeles FC a preparem a sua estreia, essa revolução deveria demarcar o território dos Galaxy, nome grande da Major League Soccer, não permitindo a divisão do entusiasmo e dos adeptos. No entanto, volvidas sete jornadas, a equipa dos LA Galaxy é um rol de equívocos e problemas que urgem uma rápida mudança de planos.

Questão central do jogo, o treinador

Curt Onalfo

Onalfo com dores de cabeça

Curt Onalfo não teve uma grande carreira enquanto jogador, apesar de ter sido internacional pelos Estados Unidos uma vez, quando ainda actuava no futebol universitário. Orientado por Bruce Arena nesses tempos, a ligação com um dos treinadores mais importantes do futebol dos Estados Unidos viria a dar frutos mais tarde. Como treinador, Onalfo tem passado mais anos como adjunto, nos DC United, nas seleções e nos Galaxy, do que como técnico principal, onde não teve grande sucesso em Kansas City, entre 2007 e 2009, tendo ainda menos sucesso numa curta passagem pelos DC United.

Depois de dois anos na equipa secundária dos Galaxy, na USL, a sua promoção visaria uma evolução natural do trabalho de Bruce Arena. No entanto, estes primeiros sete jogos demonstram de forma evidente as lacunas do trabalho do treinador, que não apresenta pistas para uma criação de dinâmicas ofensivas para quando a sua equipa tem bola, percebendo-se a equipa partida em muitas situações, bem como se vem revelando algo refém de alguns jogadores que estarão longe de poder dar resposta, no momento, às exigências que são feitas à equipa. Nesta semana, frente aos Seattle Sounders, acabou mesmo por alterar o seu sistema de jogo a meio da partida, percebendo-se ténues melhorias mais pelo facto do seu rival ter uma vantagem de três golos do que por efeito directo dessas mudanças.

Um plantel fragilizado

J Jones Galaxy

Jones é parte do problema. Será da solução?

Se no que toca ao quarteto defensivo, as promoções que foram feitas nestes últimos dois anos dos Galaxy II estão a dar bons resultados, para além de serem jogadores conhecidos de Curt Onalfo, do meio-campo para a frente a equipa sente problemas. Não por ausência de opções, ou não tanto por isso, mas pela forma como a equipa parece refém de Jermaine Jones, veterano internacional dos Estados Unidos que, um pouco a contra-ciclo, chegou no último mercado à Califórnia.

Parecia dado o mote, com as contratações sucessivas de Giovani dos Santos, Alessandrini e João Pedro, que o objectivo dos LA Galaxy passaria por rejuvenescer as suas caras principais. Jelle Van Damme, com 33 anos, é um líder defensivo que não deixa sentir sinais de veterania, enquanto Ashley Cole é, claramente, um erro de casting. Mas Jones, cuja utilização como segundo médio vem sendo a opção natural de Curt Onalfo, acaba por ser, dentro de campo, o principal responsável pela quebra da equipa em dois. A lesão de Lletget, obviamente, não veio ajudar em nada.

Na frente de ataque, espera-se ainda pela chegada de um ponta-de-lança que possa fazer a diferença. A equipa perdeu Robbie Keane e Alan Gordon, dois homens que decidiam dentro da área, não tendo agora outra opção que não fosse ir procurar Jack McInerney ao mercado dos jogadores livres. No entanto, longe de ter soluções para essa posição, Curt Onalfo vai ficando à espera que seja o génio de Alessandrini a resolver tudo, o que por muito evoluído que este jogador seja tecnicamente, não faz dele um mágico para resolver problemas todas as semanas.

Os Galaxy precisam, urgentemente, de definir o seu plano e fazê-lo com a qualidade que, nestes sete jogos, ainda não se percebeu dentro do terreno de jogo.

Boas Apostas!