Vai ser no Masters de Paris que tudo se vai decidir. Com pesar Nadal anunciou que não lhe vai ser possível estar presente. A menos de duas semanas do início das Finais do World Tour há ainda quatro vagas em aberto, para quatro candidatos. Novak Djokovic, Roger Federer, Stanislas Wawrinka e Marin Cilic já têm viagem marcada. Só ainda não conhecem os nomes que se lhes vão juntar. Cilic garantiu o seu lugar, seria quase injusto que o vencedor do Open dos Estados Unidos não estivesse entre os melhores oito tenistas de 2014.
Para Rafa acaba aqui
Nadal também lá estaria mas o espanhol finalmente reconheceu que não havia sentido em prolongar a agonia. Depois de ser eliminado em Basileia pelo jovem prodígio croata, Borna Coric, em dois sets sem resposta, o antigo número um admitiu que não estava em condições de competir ao mais alto nível e que o melhor seria abdicar de participar nos dois derradeiros eventos da temporada. Rafa será operado na próxima semana ao apêndice e poderá assim recuperar convenientemente para arrancar a próxima época a cem por cento. A desistência do maiorquino vem mudar um pouco o jogo. Continuam a existir quatro lugares em branco e é em Paris que vão ser decididos.
Estar entre os oito melhores ou morrer a tentar
No final do US Open Andy Murray dizia aos jornalistas, com ar desanimado, que não era muito provável estar entre os oito tenistas que vão disputar as finais do circuito mundial. E que nem essa era a sua preocupação. Mas a verdade é que ninguém se tem esforçado mais neste último trecho da época para carimbar esse passaporte. O escocês jogou vinte encontros no espaço de trinta dias, tendo apenas como intervalos para descanso os dias de deslocação entre torneios. Conquistou três torneios com umas semifinais e uns oitavos pelo meio – Pequim e Shanhai, respetivamente – que lhe renderam a subida ao quinto lugar do ranking e um pé na porta do O2 de Londres. Sim, Murray está bem lançado para se qualificar, se não se matar entretanto no esforço de lá chegar. Em particular os dois últimos troféus saíram-lhe do corpo, como se costuma dizer. Em Viena enfrentou David Ferrer, que luta exatamente pelo mesmo objetivo, e foi um exercício de resistência. No domingo, em Valencia, viu-se novamente diante de Tommy Robredo e teve que ir aos limites para bater o veterano espanhol. Se é verdade que as vitórias acrescentam confiança e capacidade de competição também é certo que o acumular de jogos pode pesar nas pernas e braços dos atletas, causando até pequenas mazelas. Murray arrisca-se a estar presente em Londres e estar demasiado esgotado para disputar o evento diante dos melhores.
Chegada ao sprint
Entre Andy Murray e Kei Nishikori há uns míseros trinta pontos de diferença. Atingir os quartos-de-final em Paris é o suficiente para qualificar o escocês, o nipónico precisa da meia-final para estar certo. O mesmo se aplica ao checo Tomas Berdych. Já David Ferrer precisa de ser finalista para garantir o lugar independentemente da classificação dos outros concorrentes. Este são os candidatos mais bem colocados. Há ainda Milos Raonic e Grigor Dimitrov, ambos a correr por fora. Nenhum dos dois está no seu melhor momento e sem que um dos anteriores citados sofra um afastamento precoce no BNP Paribas as suas chances são residuais.