Olhando para o plantel do Toronto FC, não podemos negar estar perante uma das equipas que tem mais “nomes” na Major League Soccer. Para além de ter feito um investimento enorme na estrela internacional italiana, Giovinco, os canadianos também não pouparam para assegurar dois dos jogadores centrais da seleção dos Estados Unidos, Jozy Altidore e Michael Bradley. Mas não ficaram por aqui. No capítulo dos internacionais americanos, temos ainda direito a Robbie Findley, que comparte espaço com internacionais canadianos como Ashtone Morgan ou Jonathan Osorio. A lista de estrangeiros, no entanto, apresenta ainda nomes como o polaco Damien Perquis, o francês Benoit Cheyrou, o brasileiro Jackson ou o inglês Luke Moore.
Devemos estar espantados com o atual 5º lugar na Conferência Este da MLS? Sim e não. Sim, porque com a qualidade do seu plantel, se esperaria algo mais da equipa de Toronto, que até começou muito bem o campeonato, vencendo o seu “rival” de Vancouver, mas que depois somou quatro derrotas até se reencontrar com as vitórias. Não, porque todos os sete encontros disputados na presente temporada foram-no longe de casa, devido a obras de remodelação no seu estádio. Assim, em vésperas de “regressar” a casa, olhamos para os Toronto FC, uma equipa que não tem só experiência nos bilhetes de identidade, mas também na forma como Greg Vanney abordou esta fase inicial da temporada.
Abram alas para Giovinco
A primeira questão da temporada, no Toronto FC, foi encontrar a melhor forma de enquadrar Giovinco. O pequeno italiano chega como um dos mais caros reforços da MLS, apenas com 28 anos de idade e habitual na lista de Antonio Conte para a seleção italiana. No entanto, o pequeno génio veio para a MLS por ter algumas dificuldades de adaptar o seu estilo à Juventus, revelando esses mesmos problemas no Canadá. Não sendo nem um médio-ofensivo, nem um extremo, Greg Vanney encontrou espaço para Giovinco como um segundo avançado que vai trocando espaços com Jozy Altidore. O norte-americano funciona como um verdadeiro ponta-de-lança, utilizando o físico, mas só brilhando quando encontra espaço para explorar a sua velocidade, observando-se Giovinco e Findley (este, normalmente, a partir da esquerda), como autênticos aventureiros na busca de espaço para navegação ofensiva. Fora de casa nem sempre têm conseguido encontrá-lo, em casa ele será ainda menor. Mas isso será um outro problema.
Expetativa e futebol direto
Com tantos jogos consecutivos fora de casa, a opção do Toronto FC foi, quase sempre, iniciar as partidas na expetativa, baixando as suas linhas, para depois explorar um futebol direto que beneficia as características do seu trio de avançados. Com Michael Bradley e Benoit Cheyrou a ocupar as posições centrais no meio-campo, Vanney confiou à experiência destes a possibilidade de recuperar rapidamente a bola e lançar a equipa no contragolpe. A equipa apresenta uma média de 49% de posse de bola, o que deixa adivinhar essa preferência por um jogo mais direto, onde raramente consegue a posse.
No entanto, parte das dificuldades da equipa acabam por vir dessa escolha. Em derrotas como a sofrida em Chicago, a ver-se em desvantagem, o Toronto não conseguiu pegar no jogo para obrigar os Fire a um outro resultado. Já esta semana, em Philadelphia, mesmo a vencer, a gestão do jogo foi sempre feita com saídas em profundidade, não aproveitando os seus melhores jogadores do meio-campo para segurar a posse e tentar jogar com o tempo a partir dessa ideia.
E quando chegar a casa?
Em casa, dificilmente Greg Vanney poderá manter os mesmos princípios de jogo. A equipa do Toronto vem subindo na classificação e, com isso, acaba por tornar-se maior ameaça para os seus adversários. Estes, percebendo as dificuldades da equipa, não hesitarão em dar-lhe bola e impedir muitos espaços para o ataque. A equipa tem, em si, soluções suficientes para poder fazer a diferença, mas é a filosofia do treino que terá que se ver alterada para poder enfrentar esses novos desafios. O primeiro deles será já na noite de domingo, quando receber os Houston Dynamo.