O grupo C reúne México e Alemanha, duas seleções que assumem as respetivas candidaturas às medalhas. A primeira jornada colocará frente a frente a equipa mexicana, atual detentora da medalha de ouro, e um conjunto alemão pejado de talento. No grupo D o panorama é semelhante, com Portugal e Argentina à procura de garantirem o acesso aos quartos-de-final sem sobressaltos de maior ordem.

Grupo C

Hirving LozanoMéxico e Alemanha, duas fortes candidatas às medalhas, coabitam no grupo C do Torneio Olímpico de Futebol. “Aztecas” e germânicos defrontar-se-ão na primeira jornada da fase de grupos, num encontro que à partida definirá o vencedor do grupo a menos que a Coreia do Sul consiga surpreender.

Atual campeã olímpica, a seleção mexicana viaja para o Brasil apostada em voltar a conquistar uma medalha. A lista de convocados permite-nos perceber que existe uma aposta forte na tentativa de repetir o êxito alcançado em Londres (2012), até porque o seleccionador Raul Gutierrez não teve grandes dificuldades em elaborar a lista de convocados tendo em conta a abertura dos clubes no que toca à cedência de jogadores, recorrendo à base da equipa que disputou o torneio sub-23 da CONCACAF. Os clubes da Liga MX abdicaram dos serviços dos seleccionados, permitindo que talentos como Carlos Salcedo, Erick Gutierrez ou Hirvin Lozano pontifiquem numa equipa à qual Talavera, Oribe Peralta (campeão olímpico) e Torres Nilo acrescentam experiência de alta competição. Falamos de um  conjunto munido de unidades acostumadas a competição de alto nível, com atletas que são opção regular no principal escalão mexicano.

seleção alemã é uma forte candidata às medalhas. No Brasil, país em que a seleção principal foi feliz no Mundial 2014, a Manschaaft apresenta-se com um conjunto interessante liderado por Horst Hrubesch, técnico com um vasto currículo no trabalho com escalões de formação. A quantidade de jogadores alemães que joga regularmente na Bundesliga e possui experiência de Liga dos Campeões permite perspetivar uma participação feliz para esta equipa. Timo Horn deverá ser o guardião titular, Mathias Ginter procurará liderar a defesa, a experiência dos irmãos Bender proporcionará equilíbrio à equipa e Brandt, Meyer ou Gnabry poderão ser decisivos no último terço. No centro do ataque, Petersen e Davie Selke procurarão finalizar da melhor forma, desconstruindo a ideia de que a principal lacuna desta equipa reside na ausência de um avançado que tenha boa relação com o golo. O campeonato da Europa de sub-21 em 2015 não foi brilhante e culminou com uma goleada às mãos de Portugal nas meias-finais (5-0), mas a seleção alemã apresenta algumas alterações face a essa equipa e pode sonhar alto.

A participação nos Jogos Olímpicos de Londres foi positiva para a Coreia do Sul, seleção que conquistou a medalha de bronze na decisão diante do Japão. A caminho da oitava participação consecutiva num Torneio de Olímpico de Futebol, a seleção coreana não foi capaz de repetir o feito alcançando em Londres no torneio asiático de sub-23 e sucumbiu no confronto com o Japão. Num grupo encabeçado por México e Alemanha, a Coreia do Sul quer surpreender, mas para isso terá que entrar com o pé direito, vencer a congénere das Ilhas Fiji e de preferência por um resultado dilatado. Suk, jogador na última época esteve ao serviço de Vitória FC e FC Porto, está entre os eleitos de uma seleção em que Heung-Min (Tottenham) é figura de proa.

A formação das Ilhas Fiji é estreante no Torneio Olímpico de Futebol, depois de ter garantido a qualificação através dos Jogos do Pacífico 2015. A seleção menos cotada do grupo C terá que medir forças com a Alemanha, depois da copiosa derrota por oito bolas a uma na última edição do Mundial sub-20, na Nova Zelândia, prova em que no entanto se impôs de forma categórica à congénere das Honduras com uma vitória por três golos sem resposta. Pontuar já seria positivo para a equipa comandada pelo australiano Frank Farina que tem no avançado Roy Krishna a sua principal figura.

Grupo D

Foto: FPF

Foto: FPF

No grupo D, os dois favoritos debateram-se com o mesmo problema na antecâmara dos Jogos Olímpicos: Elaborar a lista de convocados. As pretensões dos seleccionadores esbarraram na intransigência dos clubes, com o caso português a assumir contornos particularmente críticos, tal como Rui Jorge assumiu aquando da divulgação dos eleitos. Ainda assim, os 18 jogadores que viajaram para o Brasil têm condições para elevar Portugal, até porque estamos a falar de um conjunto com elementos experientes em torneios de seleções jovens, contando simultaneamente com vários jogadores que competem regularmente nos campeonatos profissionais, seja na Primeira Liga, seja ao serviço das equipas B no segundo escalão. Bruno Varela, Tobias Figueiredo, Tiago Ilori, Ricardo Esgaio, Sérgio Oliveira, Carlos Mané e Gonçalo Paciência estiveram ao serviço da seleção sub-21 no campeonato da Europa da República Checa e também vão estar no Brasil.

A Argentina é uma das seleções com mais história no Torneio Olímpico de Futebol, ao conquistar a medalha de ouro em Atenas (2004) e em Pequim (2008). Após a derrota na final da Copa América e consequente renúncia de Leo Messi à seleção principal, vivem-se dias difíceis na Federação argentina e a saída de Gerardo Martino foi mais uma medida que atrapalhou a preparação da seleção para os Jogos Olímpicos. Em casa do principal rival, a Argentina será orientada por Julio Olarticioechea, técnico que está encarregue por gerir os destinos das seleções masculina e feminina nesta Olimpíada. Vencedora do Sudamericano sub-20 em 2015, no Uruguai, a formação das “Pampas” não poderá contar com os serviços de alguns jogadores que estiveram nesse torneio, situação que no entanto não lhe retira competitividade. Ángel Correa, Jonathan Calleri, Gio Simeone ou Pavón são dianteiros que integram a lista de convocados e têm todas as condições para fazer parte do futuro da seleção A. No meio-campo ofensivo, destaque para Gio Lo Celso -reforço do PSG – e Lucas Romero. Soto, Vega e Magallán são os principais rostos da defesa.

Volvidos 36 anos, a Argélia volta a marcar presença no Torneio Olímpico de Futebol. Orientada pelo suíço Pierre-André Schurmann, a seleção do Magrebe quer provar aquilo que de bom se tem feito a nível local, pelo menos tendo em conta que apenas dois jogadores atuam fora de Argélia -Ait-Atmane  e Haris Belkebla. A participação neste Jogos Olímpicos é uma oportunidade para os jovens argelinos mostrarem valor numa montra imensa, acompanhada de perto pelas equipas de prospecção dos principais emblemas europeus. Lutar pela passagem poderá ser demasiado ambicioso, mas os argelinos têm condições para criar dificuldades aos demais adversários.

Rubricar uma prestação semelhante à de Londres já seria uma grande vitória para a seleção hondurenha, que eliminou a Espanha há quatro anos. Com Jorge Luis Pinto ao leme, técnico que conduziu a Costa Rica numa boa campanha no Mundial 2014, os jovens das Honduras lutarão num grupo em que será difícil contrariar Portugal e Argentina. Com vários jogadores do campeão hondurenho Olimpia na equipa, a seleção da América Central possui a sua principal referência no experiente Johnny Palacios, embora Anthony Lozano do Tenerife seja um forte candidato a ser uma das surpresas do Torneio.

Boas Apostas!