A última vez que os Cowboys chegaram aos playoffs foi em 2009, já lá vão cinco anos. E só poderão aspirar a romper essa travessia no deserto se puderem contar com o seu quarterback titular. Jason Jones, o dono da equipa de Dallas, garante que Tony Romo está a cem por cento. Mas como afirmou o próprio, na primeira semana do campo de treino, tudo muda com uma cirurgia às costas. É preciso reaprender a fazer tudo, de maneira diferente. Lentamente, para não deitar tudo a perder. Outros atletas já relançaram as suas carreiras depois de cirurgias destas e Romo está confiante de que também conseguirá fazê-lo. Com muito trabalho extra.
Divisão dura de roer
Inseridos numa divisão altamente competitiva, a NFC Leste – que inclui também os New York Giants, Philadelphia Eagles e Washington Redskins – as hipóteses de chegar aos playoffs nunca estão facilitadas. Mas falhar a passagem à fase final da liga há cinco anos sabe a pouco para o emblema com os bolsos mais recheados do desporto Norte Americano. Os Cowboys são o terceiro clube desportivo mais valioso do mundo, suplantados apenas pelo Manchester United e pelo Real Madrid, respetivamente. É natural que os adeptos esperem mais mas, mais uma vez, não será fácil. Com Tony Romo de volta ao alinhamento, com todas as suas capacidades e faculdades recuperadas, Dallas terá uma chance. Sem ele, esqueçam.
Duas cirurgias às costas em menos de um ano
Por isso é tão importante, para quem segue e antecipa a temporada da NFL, perceber o estádio da recuperação do quarterback de trinta e quatro anos que no espaço de um ano passou por duas operações às costas. A primeira intervenção, em Abril de 2013, foi considerada menor pelos responsáveis da equipa e teve como objetivo remover um suposto quisto. Em Dezembro, subitamente, os Cowboys anunciaram que o seu quarterback teria que se sujeitar a nova operação para corrigir uma hérnia de disco na zona lombar. Romo já não alinhou no jogo 17, com os Washington, encontro que os de Dallas viriam a perder e que lhes custou o acesso aos play-offs. Esta é uma lesão que acontece com frequência num desporto de contacto tão intenso e muitas vezes, apesar das dores, os jogadores jogam durante meses nesta situação, como o recurso a analgésicos e injeções epidurais. O mesmo deve ter acontecido com Romo até aquela data. Fala-se que terá sido alguma perda de sensibilidade e mobilidade a obrigar à operação naquele momento tão delicado para a equipa. Faz sentido embora não passe de especulação. Os departamentos médicos gostam de guardar estes detalhes e revelam muito pouco.
Romo reaprende a fazer tudo
Numa conversa com os jornalistas no campo de treino dos Cowboys, Romo disse sentir-se muito melhor, mais capaz e que a recuperação estava até a correr melhor do que da primeira intervenção. Mas quando lhe perguntaram se já se sentia como o Romo de outros tempos, o quarterback foi cauteloso. “Não voltarei a ser o mesmo. As pessoas não se apercebem mas depois de uma cirurgia às costas é preciso mudar a forma como se fazem as coisas. Tens que estar constantemente a trabalhar os glúteos, os músculos das coxas, os abdominais, e reforçar todas as zonas adjacentes. Não quero com isto dizer que não seja capaz de fazer o que é preciso em campo para vencer. Só que tenho muito trabalho pela frente. É preciso abordar esta recuperação com inteligência, ir com calma para evitar forçar demasiado e ter que recomeçar tudo de novo.” Romo deu o exemplo do seu plano de treino atual. Pode fazer tudo o que fazia antes, a diferença está no número de repetições do exercício a que se sujeita. As cargas vão sendo aumentadas dia a dia, consoante a reação do organismo. Os lançamentos e participação na definição das jogadas estão dentro deste processo mas para já o quarterback tem sido poupado a tudo o que implique contacto. O treinador Jason Garrett também já adiantou que Tony será poupado nos jogos da pré-época.