Em semana que marca o início da Bundesliga, começamos a nossa antevisão com um olhar sobre uma equipa que tem criado imensa controvérsia entre os adeptos na Alemanha, o RB Leipzig, que parece ser o alvo a abater pelos clubes que estarão eventualmente na disputa pela manutenção. Apesar do enorme equilíbrio da competição levar a que, várias vezes, existam surpresas no capítulo das descidas – vários históricos estão, este ano, na 2.Bundesliga -, olhamos para cinco equipas que poderão acabar por ficar nos derradeiros lugares.

Até onde voam as asas da Red Bull?

Marvin Compper RB Leipzig

Marvin Compper é o mais experiente do RB Leipzig

O RB Leipzig não tem o nome da empresa que o detém inscrito na sua denominação, mas a ligação à Red Bull é bem clara, pelo emblema e pelo patrocínio que traz ao peito. Fundada em 2009, a ascensão deste clube-empresa foi praticamente meteórica, passando da quinta divisão até à Bundesliga em oito temporadas. Na sua estreia na Bundesliga, mantém-se a controvérsia entre os adeptos adversários, que não gostam de ver este tipo de projeto a subir as escadarias do futebol profissional. No entanto, esta parece ser uma realidade bastante comum na Alemanha, onde outros grandes grupos empresarias detém equipas que vão tomando a liga (Wolfsburg e Ingolstadt, para citar dois exemplos).

No campo, o RB Leipzig poderá ter a enorme dificuldade de se apresentar na competição com muito pouca gente que conheça realmente o campeonato. O seu técnico, o austríaco Ralph Hasenhuttl esteve na época passada ligado ao Ingostadt, mas entre os jogadores só seis já atuaram na Bundesliga, sendo que apenas três deles fizeram mais de 30 jogos. Passará mesmo por dois destes, o já trintão Marvin Compper, na defesa, e o jovem avançado Timo Werner, que chegou do Stuttgart, parte da missão de tentar manter o clube entre os grandes. Mesmo que os objetivos apontem a outros voos, os primeiros anos do RB Leipzig em cada escalão tem sido, sobretudo, de adaptação.

Em busca de evitar o sobe e desce

Aytac Sulu Darmstadt

Aytac Sulu, o capitão do Darmstadt

O Darmstadt foi uma das bonitas histórias do futebol europeu no ano passado, conseguindo a manutenção numa liga poderosa, apesar de contar com um orçamento limitado, um estádio a lembrar ainda as aventuras do futebol nos 80 ou 90 e ter tido a necessidade de mudar de treinador a meio do caminho. Para a presente temporada contratou Norbert Meier, que enquanto jogador somou vários títulos nacionais, mas como técnico tem estado, sobretudo, em divisões secundárias. Vendo sair alguns dos jogadores importantes da temporada passada, a ida ao mercado foi também limitada, obrigando a equipa do Darmstadt a fazer tudo para evitar, este ano, o destino que lhe marcavam como certo no ano passado.

O FC Augsburg leva cinco anos consecutivos na Bundesliga e corre também o risco de, depois de ter atingido a Europa, pagar agora um preço alto pela aventura. Na temporada passada iniciou a caminhada descendente, ficando em 12º, decidindo-se a contratar Dirk Schuster, o homem que ajudou a salvar o Darmstadt na época passada. Klavan, para o Liverpool, foi a saída mais marcante, com Finnbogason, internacional islandês, e Usami, internacional japonês, a chegarem como principais nomes para inverter uma tendência que é habitualmente perigosa na Alemanha.

Fugindo da cadeira da morte

Andrej Kramaric Hoffenheim

Kramaric é esperança no Hoffenheim

Ter o treinador mais jovem dos grandes campeonato europeus pode render ao Hoffenheim alguma simpatia, mas também lhe reserva uma certa desconfiança. Julian Nagelsmann vai partir para a sua primeira temporada como treinador do clube aos 29 anos, depois de pegar na equipa em fevereiro, e apesar de lhe augurarem futuro, a mudança radical pela qual passou o plantel do clube este verão deverá deixá-lo apreensivo. A venda milionária de Kevin Volland para o Bayer Leverkusen foi reinvestida na contratação definitiva de Andrej Kramaric, que em 15 jogos marcou 5 golos, na segunda metade da época passada. Continuar a retirar rendimento do avançado croata poderá ser um bom princípio para atingir o sucesso.

O SC Freiburg caiu e regressou da 2.Bundesliga apenas numa temporada, mantendo-se sob o comando de Christian Streich, um homem que já levou o clube à Europa. No entanto, dos jogadores já não sobra muita gente dos anos de maior sucesso do clube, com a realidade da presente temporada a passar, necessariamente, pela manutenção. Haverá que começar cedo a evitar a queda nas cadeiras da morte mais que certa!