Desde 1933 que não havia tantas equipas do País Basco na primeira divisão do futebol espanhol. Aos históricos Athletic Bilbao e Real Sociedad juntam-se o Eibar, que vai resistindo contra parte das expetativas, e o Alavés, recém-regressado à LaLiga. Por proximidade, a equipa de Pamplona, o Osasuna, que reparte uma grande dose da herança cultural da região, junta-se a este lote, transformando o basco numa força bem presente no dia-a-dia da Liga Santander.

A aposta na continuidade

Aduriz Athletic

Aduriz ainda lidera o ataque de Bilbao

Talvez a ideia de que o Athletic Bilbao aposta na continuidade nunca tenha sido tão presente. Ficando à porta da Liga dos Campeões, com um 5º lugar na edição passada, a equipa de Bilbao mantém Ernesto Valverde, que também conduziu a equipa aos quartos-de-final da Taça do Rei, onde caíram aos pés do FC Barcelona. Para além disso, não há praticamente mexidas no plantel, com a saída de três jogadores em final de contrato e a promoção de jovens jogadores que atuavam no Athletic B.

Olhando para a composição do plantel, o mais provável é continuarmos a assistir à passagem de testemunho de Aduriz para Iñaki Williams como principal força ofensiva, enquanto jogadores como Iker Muniain, Beñat e Markel Susaeta terão a missão de serem os elementos mais criadores de perigo a partir do meio-campo. Conseguir manter Laporte e San José oferece garantias a nível defensivo, do que poderá ser uma nova carreira com um final feliz, se não na Liga dos Campeões, pelo menos na mesma zona de apuramento europeu.

Manter-se como a segunda força

A Real Sociedad voltou a ser a segunda força do futebol basco e por aí quererá continuar, superando-se à surpresa Eibar. Alguma confusão na elaboração do plantel para a presente temporada, com Rulli a ser finalmente confirmado como uma chegada definitiva, depois de acordo com o Manchester City. As contratações de Juanmi e também William José, que chegam a San Sebastián com a enorme responsabilidade de substituir Jonathas e Finnbogason, ajudam a compor uma linha ofensiva que perdeu ainda Bruma. Na defesa, a equipa não conta com De la Bella e com Diego Reyes, pelo que Eusébio terá missão mais complicada nesse setor, onde ainda esperará reforços.

Continuar a sonhar em Eibar

José Luis Mendilibar é o técnico responsável por manter o sonho vivo em Eibar. A equipa com menores posses de LaLiga continua a desafiar o improvável, mantendo-se na divisão principal do futebol espanhol e começando a encontrar espaço para fazer as suas contratações e fortalecimento graças aos resultados que vai obtendo. Borja Bastón regressou ao Atlético de Madrid e o investimento foi feito no português Bebé e na dupla de centrais Alejandro Galvez e Florian Lejeune. A chegada de Pedro León, a custo zero, também demonstra a capacidade de atrair jogadores com experiência a alto nível, ainda que com resultados incertos.

O regressado Alavés

Deyverson Alavés

Deyverson já marca em Alavés

Lembrando que aqui já viveu um finalista da Taça UEFA, Alavés desceu aos infernos e regressou ao céu, conseguindo ser campeão da LaLiga 2. Maurício Pellegrino, antigo jogador da equipa, é o seu treinador, tendo uma missão bem complicada pela frente, que é o de adaptar as forças disponíveis a uma nova exigência. A equipa sofreu muitas mudanças, com bastantes saídas na linha defensiva, reforçando-se com a chegada do colombiano Daniel Torres, médio defensivo, os defesas Alexis, Feddal e Pantic, para além dos avançados Deyverson, Ibai Gómez e Christan Santos. É uma equipa com muitas mexidas que não apontará a mais do que a salvação, mesmo que em cima da linha da meta

A aposta no inesperado

Depois de ter terminado em sexto lugar na LaLiga2, o Osasuna consegue regressar à LaLiga através do playoff de subida. Com um orçamento curto e com pouquíssimo investimento disponível para reforçar o plantel, o conjunto orientado por Enrique Martín continuará a apostar no inesperado e no improvável, lutando para se manter à tona neste regresso ao convívio dos grandes. Fran Mérida, que já passou pelo Braga, chega do Huesca que também estava na segunda divisão, enquanto a aposta no empréstimo de Oriol Riera poderá oferecer um ponta-de-lança com alguma experiência nesta competição. O pior que poderá acontecer a este Osasuna é entrar desde cedo numa série de derrotas. Conseguir enganar o destino implicar alimentar, logo a abrir, a ilusão.