Cerca de vinte e quatro mil e quinhentas pessoas assistiram esta tarde aos primeiros dois embates individuais da final da Taça Davis. O dia terminou empatado. Stanislas Wawrinka conquistou o primeiro ponto para a Suíça, Gael Monfils fez o mesmo para a França. Confirma-se que Federer está com sérias limitações físicas. Amanhã é dia do jogo de pares e o capitão dos helvéticos tem decisões difíceis para tomar.
Stan, the man
Stanislas Wawrinka entrou em court esta sexta-feira decidido a provar que não é número quatro do mundo por acaso. Em menos de meia-hora fechou o primeiro parcial com um contundente 6-1. Jo-Wilfried Tsonga colocou toda a sua agressividade em campo no segundo set. Ele sabia que não podia deixar o suíço descolar e colheu frutos dessa atitude, vencendo o segundo set por 6 a 3. Mas foi sol de pouca dura. No terceiro, Wawrinka regressou ao seu melhor nível e a partir do momento que fechou o 4-2 o parcial já não lhe podia escapar. No último garantiu a vantagem de 2 a 0 logo a abrir e o gaulês limitou-se a correr atrás da desvantagem.
Esta sexta-feira o Stanislas Wawrinka que entrou em court foi o vencedor do Open da Austrália: determinado, sem quebras de concentração, confiança nas alturas e a qualidade técnica que ninguém lhe regateia. Para ter alguma esperança de levar a taça para casa a Suíça bem vai precisar dele a este nível, já que Federer está de rastos. Pode é não ser suficiente.
Força G
Gael Monfils entrou em jogo a perder por uma a zero e conseguiu igualar a final. Garantiu um ponto preciso e uma vitória importante ao bater Roger Federer pela primeira vez em catorze meses. Desde a primeira pancada ficaram evidentes as limitações físicas do número dois mundial: os movimentos presos, a contenção em ir a determinadas bolas, certas pancadas forçadas. Federer sabe que não volta a ter outra oportunidade de vencer a Davis e que sem ele os helvéticos são uma equipa de um homem só. Fez o que podia. O que não retira mérito ao “homem elástico”. Gael esteve bastante contido: nada de fitas ou espetáculo. Só ténis. A interação com o público restringiu-se a pedidos de apoio. Um Monfils menos concentrado teria deixado que as dificuldades do adversário o distraíssem. Mas tal não aconteceu, ele sabia bem a importância do momento. Ao longo de uma hora e quarenta e seis minutos, o francês apostou em converter os seus jogos de serviço e resistiu à tentação de tentar fechar os pontos precipitadamente. Foi a receita para uma vitória por três sets a zero, que recoloca a França na discussão do título.
Ir a que jogo
Para sábado está reservada a partida de pares. Do lado francês alinham Richard Gasquet e Julien Benneteau, os dois mosqueteiros que não vão disputar duelos individuais. O capitão suíço apontou a dupla Marco Chiudinelli/ Michael Lammer. Se se confirmarem estas formações, será preciso nada menos que um milagre pode impedir a Suíça de perder mais um ponto. Mas a alternativa seria alinhar Wawrinka e ou Federer, acumulando assim com os jogos de singulares que ainda terão pela frente. Coisa que já fizeram no trajeto até aqui. Mas ambos estavam a cem por cento nessa altura. Severin Luthi tem até uma hora antes do início da partida para fazer alterações. Terá ainda algumas horas para conversar com os jogadores e consertar a estratégia.
Terra pesada
Quando a escolha do recinto para esta final foi anunciada houve muitas vozes a contestá-la. A seleção francesa quis disputar o título da Taça Davis em terra batida, superfície em que acredita ter menor desvantagem. A escolha óbvia seria Roland Garros, onde já foi a semifinal com a República Checa. Só que estamos em Novembro e as instalações clássicas onze se realiza o Grand Slam de Paris são a descoberto e não têm sequer iluminação artificial. Havia que encontra outra solução. Surgiu então a opção de um court em pó de tijolo num espaço indoor – o Estádio Pierre Mauroy. Parece que os críticos tinham razão. Os franceses escolheram a terra batida porque queriam um torneio mais lento, No entanto, os primeiros a experimentar o piso, quando foi colocado, constataram que estava particularmente rápido. Foi chamado um especialista, o responsável pelos courts de Roland Garros, que em dois dias operou a sua magia e reverteu o problema. Agora, as mais de cinco toneladas de terra que foram despejadas para criar este campo temporário, tornam o jogo pesado como os gauleses pretendiam desde o início. A ver como se comporta nos próximos dias.