A cada quatro anos, em vésperas de Mundial de Futebol, os campeões das diversas Confederações alimentam o teste final ao país organizador. A Taça das Confederações desta temporada tem vários pontos de interesse, o maior dos quais passa pelo esperado encontro entre o Brasil, país organizador e vencedor das duas últimas edições desta competição, e Espanha, bicampeão europeu e campeão mundial em título.

No Grupo A, jogarão as equipas do Brasil, Itália, Japão e México. Eis a nossa análise a cada uma delas.

Taça das Confederações 2013

Brasil

brasilO conjunto de Luiz Felipe Scolari demorou a demonstrar capacidade de organização e nível de jogo para cumprir com o que se espera do Brasil. No entanto, a recente vitória frente à França, no derradeiro encontro de preparação, parece dar sinais de confiança aos adeptos canarinhos. Na equipa brasileira, o posicionamento de Neymar parece ser questão central para Scolari, que prefere utilizá-lo no meio, embora tudo indique o novo jogador do Barcelona esteja mais confortável na faixa. Sobretudo frente a adversários como Itália ou Espanha, que fecham na perfeição, Neymar poderá ser praticamente entregue ao bandido, se jogar no meio. Mas há muitos outros jogadores capazes de fazerem a diferença neste Brasil. Com uma equipa muito renovada em comparação com o último Mundial, Óscar e Lucas Moura serão peças fundamentais para o brilho da equipa. Na defesa, um quarteto de luxo, com Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo ( e ainda há Dante e Filipe Luís de reserva), parecem garantir sossego a Júlio César.

Prognóstico: Tudo indica que o Brasil poderá chegar à final, conseguindo ultrapassar os italianos na fase de grupos. Sem grandes problemas na meia-final, terá o seu grande teste frente à Espanha.

Itália

italiaCesare Prandelli tem nas mãos um interessante projeto de equipa, que balança, no entanto, entre exibições de qualidade e momentos de desconcentração. Cruzando gerações, Prandelli espera conseguir manter a harmonia neste conjunto onde, cada vez mais, Balotelli vai sendo figura central. Agora, navegar no humor do avançado do AC Milan não é boa opção para ninguém. Faltam, no entanto, outras opções que permitam sentar Balotelli no banco, como foi experimentado no último Europeu. Andrea Pirlo mantém-se na equipa, espalhando o perfume através da qualidade do seu passe, funcionando, para além disso, como líder espiritual desta equipa. Parecendo seguro que os italianos poderão passar, sem grandes problemas, por adversários como o Japão e o México, não se vê nesta equipa valores suficientes para enfrentar o Brasil e, muito menos, a Espanha. Assim sendo, o objetivo principal de Cesare Prandelli será o de cimentar os princípios do seu jogo, preparando um Mundial onde tentará surpreender.

Prognóstico: Segundo classificado no Grupo A, mas sem grande hipótese de fazer mais do que tentar não ser dominado pela Espanha, outra vez, nas meias-finais da Taça das Confederações.

Japão

Japão NTA seleção japonesa acabou de garantir a sua presença no Mundial 2014 e chega a esta Taça das Confederações com muita ambição de se testar perante as mais fortes seleções do mundo. A equipa orientada por Alberto Zaccheroni joga um futebol muito atrativo, baseado na troca de bola e na velocidade, mas já sem os traços de ingenuidade que caraterizavam as equipas nipónicas há uns anos atrás. Dois jogadores se destacam pela sua qualidade, Keisuke Honda e Shinji Kagawa, autênticas estrelas do futebol europeu, a um nível que nenhum outro japonês atingira no passado. No entanto, a equipa do sol nascente não encontrará quaisquer facilidades nesta competição. Frente a Brasil, Itália e México, o Japão encontrará equipas que apostam também na técnica para tentar dominar a partida, sendo que terá bastante a aprender neste três encontros. Para os japoneses, uma boa Taça das Confederações, será aquela que lhes permitir chegar ao Mundial de 2014 com a melhor preparação e experiência possíveis.

Prognóstico: Três derrotas não será um mau resultado se o Japão der luta a todos os seus adversários. O México será o seu rival direto para escapar ao último lugar do grupo. Começando frente ao Brasil, parece mesmo pouco possível que os japoneses tenham alguma ambição a um lugar nas meias-finais.

México

MéxicoHá alguns anos que o futebol mexicano exerce um forte encanto sobre os admiradores de uma proposta ofensiva e espetacular, onde cada vez mais parecem nascer bons craques para o futebol mundial. Neste grupo liderado por José Manuel de la Torre, Chicarito Hernández e Giovani dos Santos são os que mais se destacam – e é pena que Carlos Vela não entre também nas escolhas do técnico. Para além deles, e especialmente para os portugueses, dois nomes se destacam nesta seleção, Diego Reyes e Hector Herrera, que em breve vestirão a camisola do FC Porto. Com algumas dificuldades na fase de qualificação para o Mundial, os mexicanos tentarão encontrar nesta competição razões para fortalecer a sua confiança. O primeiro jogo, frente à Itália, será decisivo. Pontuar significa que poderão viver com a ilusão das meias-finais. Mas caso percam, nada mais lhes restará do que tentar evitar o último lugar, quando se cruzarem com o Japão, na despedida do torneio.

Prognóstico: Uma seleção com muitos jovens a despontar, o México tenta afirmar-se como um concorrente a lutar por um título numa prova significativa. Terá que bater a Itália para sonhar com isso. O que parece complicado de alcançar, para já.

Boas apostas!