Stan Wawrinka – Nick Kyrgios (ATP Masters Madrid)
Jogo quente na segunda ronda do Mutua Madrid Open. Os dois tenistas já se voltaram a defrontar desde o incidente em Montreal mas tanto Wawrinka como Kyrgios são estourados e não é preciso muito para dar confusão. O suíço arranca este Masters com a preocupação de ganhar embalo para o que resta da temporada de terra batida, onde tem muitos pontos a defender. O australiano deu espetáculo no Estoril até ser travado pela experiência de Almagro.
Stan Wawrinka pode dizer que a pressão é sempre a mesma mas o facto é que enquanto campeão em título de Roland Garros tem muito em jogo nesta temporada de terra batida. Claro que os grandes favoritos para o Major francês e para este trecho da época são Novak Djokovic, pelo absoluto domínio do ténis mundial, e Rafael Nadal, porque o Rei parece estar a encontrar o seu caminho de volta. Mas Wawrinka tem um estatuto a defender, além dos pontos, e alguém que já conquistou dois Grand Slam nunca pode ser descartado. O suíço, número quatro da hierarquia mundial, diz que o importante é ir fazendo bons torneios, em crescendo, até chegar a Paris. Em Monte Carlo, primeiro Masters da terra batida, Wawrinka não conseguiu contrariar o renascido Rafa Nadal (6-1, 6-4) e ficou-se pelos quartos de final. Esta será apenas a sua segunda prova nesta superfície.
Stan fez o seu melhor resultado no Masters 1000 de Madrid em 2013. Nessa edição o suíço foi vice-campeão, derrotado por Nadal (6-2, 6-4). No ano passado ficou-se pelos oitavos, afastado por Grigor Dimitrov (7-6, 3-6, 6-3).
Wawrinka já somou dois títulos ao seu palmarés, em 2016. Em Chennai venceu Borna Coric (6-3, 7-5) e no Dubai o adversário da final foi Marcos Baghdatis (6-4, 7-6). Mas para se manter no top-4 vai ter mesmo que fazer pela vida e esperar que Rafa não recupere demasiado o seu “mojo”.
Em 2015 Nick Kyrgios fez sensação na Caixa Mágica de Madrid ao eliminar na segunda ronda o seu ídolo Roger Federer, com os três sets a ir a tie break (6-7, 7-6, 7-6). Acabaria por ser eliminado na partida seguinte, frente a John Isner (6-3, 6-7, 6-4). Para chegar pelo menos ao mesmo patamar o australiano terá que vencer outro suíço do top-10, mas com este tem um historial menos edificante. No ano passado, em Montreal, num jogo cheio de picardias, Kyrgios acabou por provocar Wawrinka com insinuações sobre a namorada da altura. Para piorar a situação, a “boca” foi apanhada alto e bom som pelos microfones do court e o mundo todo ficou ao corrente. O suíço acabou por invocar um problema nas costas para abandonar o encontro quando perdia o set decisivo mas a coisa não ficou por ali. Houve indignação e condenações públicas. Kyrgios foi punido com uma multa considerável e a ameaça de suspensão caso repetisse algo do género nos meses seguintes. A coisa já está sanada mas entre estes dois de pavio curto não é preciso muito para voltar a haver confusão.
Nick Kyrgios fez no Estoril Open as primeiras partidas em terra batida da temporada. Deu o seu habitual espetáculo, impressionou sobretudo no duelo com Borna Coric (duplo 6-4) mas foi caiu na semifinal diante de Nicolas Almagro. Além de muito experiente o espanhol é também um especialista da superfície e encontrou na variação de jogo formas de arrefecer o ímpeto do australiano.
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2016 | Dubai | Wawrinka | 1 | 6 | 3 | SF | |
Kyrgios | 0 | 4 | 0 | ||||
2015 | Masters de Montreal | Kyrgios | 1 | 6 | 6 | 4 | 2R |
Wawrinka | 0 | 7 | 3 | 0 | |||
2015 | Queen’s | Wawrinka | 2 | 6 | 6 | 1R | |
Kyrgios | 0 | 3 | 4 |
Esta será a quarta vez que Wawrinka e Kyrgios se defrontam sendo que o australiano só vence aquela partida de má memória, em Montreal.