Stan Wawrinka – Andy Murray (Roland Garros)
A primeira semifinal de Roland Garros a ficar definida é de luxo. O campeão inesperado do ano passado enfrenta o aspirante escocês. Os dois sentiram dificuldades nas rondas iniciais mas agora estão a jogar próximo do seu melhor nível. Wawrinka teve uma passagem limpa e rápida por Albert Ramos, nos quartos de final. Já Murray teve que se aplicar para ultrapassar o virtuosismo de Gasquet e o apoio das bancadas ao tenista francês. Mas no final garantiu que o objetivo não era fazer boa figura na meia-final mas vencer o Major de França.
Na primeira ronda Stan Wawrinka acusou o peso da responsabilidade que carregava a chegar a Paris. O suíço defende o título conquistado no ano passado, quando tirou o tapete a Novak Djokovic (4-6, 6-4, 6-3, 6-4). Talvez por isso, assim como pelas dificuldades na adaptação à humidade e piso pesado de Roland Garros, tenha estado tão irregular no jogo de abertura, frente a Rosol (4-6, 6-1, 3-6, 6-3, 6-4). De qualquer forma, o susto surtiu efeito, e nas rondas seguintes o suíço não permitiu veleidades a Taro (7-6, 6-3, 6-4) e Chardy (6-4, 6-3, 7-5). Nos oitavos Troicki ainda reclamou o primeiro set, no tie break, mas Stan logo tratou de por o sérvio no seu lugar (7-6, 6-7, 6-3, 6-2). Nos quartos de final, adiados um dia devido à chuva, o número quatro mundial entrou determinado a passar o menor tempo possível em court, para não arriscar interrupções. Nos dois sets iniciais só deu Wawrinka e no terceiro Albert Ramos deu tudo para se manter na partida. Tudo muito equilibrado, com uma quebra de serviço de cada, a forçar o tie break, que se prolongou no mesmo registo de parada e resposta até o suíço conseguir o ponto de break que lhe deu o set e o encontro (6-2, 6-1, 7-6).
As dificuldades iniciais de Andy Murray, nesta participação no Major Parisiense, prolongaram-se um pouco mais. Stepanek (3-6, 3-6, 6-0, 6-3, 7-5) e Bourgue (6-2, 2-6, 4-6, 6-2, 6-3) obrigaram-no a cinco sets e a mais de três horas e meia em court cada. O escocês não esteve bem e pagou com o corpo o preço para seguir em frente. Medir forças com tipos grandes, muito dependentes da potência do serviço, sobretudo dadas as condições do terreno, como Karlovic (6-1, 6-4, 7-6) e Isner (7-6, 6-4, 6-3), era mesmo o que Andy estava a precisar para ganhar embalo. Disse, na antevisão do duelo com Richard Gasquet, que o número dois mundial ia ter que se aplicar e assim foi (5-7, 7-6, 6-0, 6-2). No rescaldo, Murray identificou o momento de viragem. Com um set de desvantagem, no tie break do segundo, quando perdia por 3-1. Fez dupla falta e meteu dois ases em seguida. A 3-2 Gasquet tentou fechar o ponto com um drop shot que fez contacto com a rede. O britânico venceu seis jogos de seguida para fechar o parcial e nivelar o encontro. O francês, que fez pontos absolutamente deliciosos, acusou demasiado o desgaste de perder o set no tie break e a partir daí Murray estava lançado.
Andy Murray disso no fim da partida que passar à meia-final era ótimo mas não passava de mais uma etapa a queimar. Assumiu que o objetivo é vencer Roland Garros, somando assim o terceiro título em provas do Grand Slam – venceu o Open dos Estados Unidos em 2012 e Wimbledon em 2013 – e esta é a altura dos pesos pesados apresentarem as suas credenciais. Claro que para isso vai ter que bater o detentor do troféu, Wawrinka, e, muito provavelmente, o número um mundial.
Tanto Murray como Wawrinka somaram mais um título ao palmarés, antes de aterrarem em Paris. O suíço venceu o ATP de Genebra e o escocês sagrou-se campeão no Masters de Roma. Murray lidera o histórico de confrontos (9-7) mas Wawrinka saiu por cima nos últimos quatro.
2015 | World Tour Finals | Wawrinka | 2 | 7 | 6 | ||
Murray | 0 | 6 | 4 | ||||
2014 | Abu Dhabi | Murray | 2 | 6 | 6 | ||
Wawrinka | 0 | 3 | 4 | ||||
2013 | US Open | Wawrinka | 3 | 6 | 6 | 6 | QF |
Murray | 0 | 4 | 3 | 2 | |||
2013 | Monte Carlo | Wawrinka | 2 | 6 | 6 | R16 | |
Murray | 0 | 1 | 2 |