Stan Wawrinka – Alexander Zverev (Austrália Open 2020)
Avizinha-se mais uma longa madrugada com a realização de dois jogos dos quartos-de-final do Austrália Open, primeiro Grand Slam da temporada. O duelo entre Stan Wawrinka e Alexander Zverev, dois tenistas de gerações totalmente distintas, promete.
Stan Wawrinka
Stan Wawrinka afirma que, aos 34 anos, continua a desfrutar de jogar, relativizando os problemas físicos que têm afetado a sua carreira nos últimos anos. Neste Austrália Open, quem também tem desfrutado das boas prestações de Wawrinka é o público australiano. O tenista suíço tem sido consistente, tal como nos melhores momentos da sua carreira, preparando-se agora para atacar um lugar entre os quatro finalistas da prova. A julgar por aquilo que tem demonstrado, Stan tem toda a legitimidade para ambicionar esse acesso, mesmo que do outro lado esteja um dos jogadores mais promissores da “Next Gen”. A experiência, assim como a maturidade em termos de jogo que daí advém, podem ser fatores preponderantes para seguir no Austrália Open.
Wawrinka iniciou o respetivo percurso neste Austrália Open 2020 com uma vitória diante do bielorrusso Dzumhur por 1-3. No segundo desafio, teve que sofrer mais para levar de vencido o italiano Andreas Seppi (2-3). Já no terceiro encontro, frente ao “gigante” John Isner, não se perspetivava que o número 15 do ranking ATP tivesse tarefa fácil atendendo à qualidade do norte-americano no serviço, não obstante o seu estatuto de favorito á vitória. No primeiro set, Wawrinka levou a melhor por 6-4, ao passo que no segundo, quando já vencia por 1-4, assistiu à desistência do adversário. Wawrinka esteve em ação durante apenas uma hora e, no momento da carreira em que se encontra, esse é um dado a considerar. O desafio mais exigente até à data estaria reservado para os oitavos de final, altura em que Wawrinka mediu forças com Daniil Medvedev, jovem que é o atual número 4 do mundo e jogador de créditos firmados em piso duro. Wawrinka entrou a vencer no encontro (2-6), permitiu a Medvedev (6-2, 6-4) dar a volta, empatou a contenda em “tie break” e, no derradeiro set, encerraria a contenda com uma vitória por 2-6, rubricando uma grande exibição, fazendo lembrar os seus tempos áureos. Numa fase em que Stan já pensa em colocar um ponto final na carreira, todos os encontros de um Grand Slam são encarados como o último, tal como o próprio já confessou, daí a força que o helvético tem demonstrado em termos mentais/emocionais.
Alexander Zverev
Percurso imaculado para Alexander Zverev neste Austrália Open 2020. O tenista germânico, um dos mais promissores da denominada “Next Gen”, levou a melhor diante de todos os adversários que defrontou até à data sem ceder um único set. A campanha de Zverev começou com uma vitória frente ao experiente italiano Cecchinato (0-3). Nos duelos seguintes, bateu Gerasimov (0-3), Verdasco (0-3) e, naquele que foi provavelmente o duelo diante do adversário mais capaz neste tipo de superfície, Zverev voltou a levar melhor, derrotando Rublev por 3-0 com três sets ganhos por 6-4.
Ninguém duvida das qualidades de Zverev, unanimemente reconhecido como um dos tenistas mais promissores do Circuito. Aos 22 anos, o tenista alemão denota muita qualidade no seu jogo, sente-se muito confortável a atuar em piso duro, mas ainda não é tão consistente quanto os melhores, pecando pela parca consistência que, não raras vezes, se traduz em falta de capacidade de resposta a momentos de adversidade que surjam ao longo de jogos. É esse o “handicap” psicológico que Zverev precisa de ultrapassar e que certamente fará parte do seu crescimento como jogador.
Veredicto
Zverev venceu os últimos dois confrontos anteriores com Stan Wawrinka, ambos por 1-2 e em piso duro, superfície em que se preparam para atuar. As odds colocam o favoritismo do lado de Zverev, mas é certo que o jovem jogador não vai ter tarefa fácil. Como tal, optamos por um mercado de jogos, acreditando que este duelo não vai ficar sentenciado em três sets.