Mauricio Pochettino volta a ter uma temporada complicada pela frente. No dia de fecho de mercado o Tottenham ainda não fez nenhuma nova contratação, o que é levar o estilo Levy um pouco longe de mais. Sem reforços, quando a concorrência do top-6 investe forte, o Tottenham corre o risco de ficar para trás. Mais uma vez, os Spurs vão ter um arranque de temporada lento, com mais de metade do plantel indisponível para as primeiras jornadas. A saída ou não de Alderweireld para o United ainda pode mudar o panorama mas será que ainda vai a tempo para acrescentar alguma coisa?
Desafios da temporada
Vamos dizer assim, se o Tottenham terminar a época no top-3 da Premier League Mauricio Pochettino vale ouro. Já está bem cotado, mas vocês percebem. Ao dia de hoje, 9 de agosto, ultimo em que os clubes ingleses podem inscrever jogadores, a equipa do norte de Londres ainda não fez uma única contratação.
Já sabemos que Daniel Levy tem uma política peculiar, de esperar pelos últimos dias para conseguir grandes negócios. Mas isto é ir longe de mais, sobretudo porque a posição negocial está comprometida. Os outros clubes sabem que os Spurs precisam de vender para poder comprar e que os cordões da bolsa estão particularmente apertados devido ao tremendo investimento no novo estádio.
Voltando ao início, o terceiro classificado da época passada corre o risco de perder predominância no contexto do top-6 já que a concorrência anda numa espécie de corrida ao armamento para tentar não descolar do City.
Consequências do novo estádio
A temporada de 2018/19 seria sempre desafiante para os Spurs. A 15 de setembro é suposto inaugurar o novo estádio, com a receção ao Liverpool, e a equipa vai precisar de tempo para se ambientar à nova casa. Mais uma vez. Pode parecer um pormenor de menor importância mas não o é, nem no imediato nem a médio e longo prazo.
No imediato é a questão da aclimatização a um espaço que é totalmente estranho, até que se torne familiar e reconfortante. Como aconteceu nas temporadas interiores, quando a equipa teve que fazer adaptações em sentido inverso. Esticando mais para a frente, são as constrições financeiras que vão afetar a competitividade dos Spurs, basta lembrar o que se passou com o Arsenal quando avançou para a construção do Emirates.
Demasiados internacionais?
E depois, este verão houve um Mundial. Ora, o Tottenham teve nove jogadores envolvidos nas meias-finais do Rússia 2018, sendo que alguns só chegaram de férias na segunda-feira. Se a isto juntarmos os lesionados e os que estão a recuperar de problemas físicos, Pochettino pode ter até quinze elementos do plantel indisponíveis para as primeiras jornadas. Mais um arranque lento no horizonte?
Negócios à la Levy
O Tottenham pode receber dinheiro e jogadores do United por troca com Alderweireld.
E restam ainda as decisões de última hora. Toby Alderweireld quer sair e Mourinho está apostado em levá-lo para o Manchester United. O preço inicial de setenta e cinco milhões de libras apontado pelo Tottenham não foi aceite. Mas toda a gente sabe que o belga pode sair por um terço desse valor daqui a um ano e assim os Spurs estão obrigados a baixar os termos. Agora fala-se de um valor substancialmente inferior com o adicional de jogador(es). O técnico argentino não quer ficar com menos opções no eixo da defesa e há a hipótese de receber um central como contrapartida, Chris Smalling ou Marcos Rojo. Agora diz-se que Danny Rose também estará na porta de saída.
O problema é que esta decisão de última hora, literalmente, pode vir já tarde para esse dinheiro ser reinvestido em reforços. Sabe-se que Pochettino queria Jack Grealish para apoiar Eriksen no trabalho criativo do conjunto mas o Aston Villa já recusou a proposta de vinte e cinco milhões de libras. Veremos se há desenvolvimentos. O mesmo aconteceu com o Fulham, que diz nem cogitar vender Ryan Sessengnon, jogador de dezoito anos que já anda no radar dos principais emblemas da Premier League. Já sabemos que esta conversa vale o que vale, mas nunca será vendido ao desbarato, isso é mais do que certo.
Boas Apostas!
