Entre as equipas portuguesas que participam na fase de grupos da Liga dos Campeões, o Sporting ficou com a fava. Com o Real Madrid como cabeça-de-série e o Borussia Dortmund a sair do Pote 2, a margem de manobra com vista ao apuramento para os oitavos-de-final ficou bastante limitada. No entanto, mais difícil pode acabar por ser melhor. É uma questão de contexto. O Sporting aposta forte na conquista da Liga NOS e, no plano europeu, ter uma série de jogos de responsabilidade mínima e exigência máxima pode ser o quadro ideal para encontrar respostas à evolução da equipa. Analisamos os três adversários dos Leões, encontrando a partir daí pistas para como poderá o Sporting sair a ganhar neste Grupo F. Mesmo que fique em terceiro lugar.
Real Madrid
A equipa da capital espanhola vive para a Liga dos Campeões, com os títulos europeus a serem a prova mais desejada pelos seus adeptos. Depois de a ter conquistado no ano passado, Zinedine Zidane sabe que a exigência em relação a esta prova não baixa. No entanto, enfrenta um início de ano muito desafiante em relação à sua equipa, como que obrigado a encontrar soluções para as ausências de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, com a vantagem de, pelo caminho, poder formar opções que sejam válidas mais para a frente. Gareth Bale, esse, é a peça fundamental do espaço ofensivo neste momento.
Dois jogadores surgem como peças importantes neste campo. Marcos Asensio é a opção mais utilizada para partir da faixa esquerda, enquanto Álvaro Morata, mais do que ser opção, poderá estar a constituir-se como titular nos Merengues. De resto, o 4-3-3 segue inalterado, com Casemiro a ser o elemento mais recuado do trio do meio-campo, com Kroos e Modric a levarem a melhor sobre Isco e Kovacic, e Varane a aproveitar a entrada em cena mais tardia de Pepe, para se apresentar como titular ao lado de Sérgio Ramos. Com James Rodríguez como trunfo de ouro, depois de ter ficado em Madrid, a equipa do Real parece ter alternativas para chegar longe, uma vez mais, na Liga dos Campeões.
Borussia Dortmund
Enquanto Thomas Tuchel vai adaptando as suas contratações ao modelo de jogo que defende, será de esperar que o Borussia Dortmund se vá transformando, passo a passo, num conjunto muito difícil de defrontar. Para isto contribuirá, com certeza, a maturidade de Pierre Aubameyang, cada vez mais um jogador que significa golo certo, bem como a experiência que jogadores como gonzalo Castro, Sokratis ou Kagawa impõem à equipa. Junto do guarda-redes suíço Burki, são estes os elementos que constituem uma espinha dorsal, em volta da qual se constrói um novo quadro de referências.
Piszczek e Schmelzer, a partir das faixas laterais, são mais dois elementos que sabem de cor a cartilha de Tuchel. Depois será uma questão de ver Dembelé, Schurrle, Rode, Emre Mor e Gotze irem conquistando (ou reconquistando) o seu espaço na equipa, enquanto a vão transformando com o seu talento. É mesmo uma dose fabulosa de talento aquela que Tuchel tem em mãos, ainda imatura para conseguir resgatar, no imediato, o poder ao Bayern de Munique, mas feita para, ao longo da temporada, ver o seu domínio colocado em causa. Por isso mesmo os seus duelos com o Real Madrid poderão ser tão importantes, como ensaio-geral de um Borussia ganhador no futuro próximo.
Legia Varsóvia
A primeira equipa polaca a entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões em vinte anos não é propriamente bem-amada entre os seus adversários locais. No entanto, depois da conquista do título e de uma série de sorteios de feição, o Legia ultrapassou o Zrinjski Mostar (Bósnia), o Trencin (Eslováquia) e o Dundalk (Rep. Irlanda) para encontrar um grupo onde alimenta pouquíssimas esperanças, para além de tentar roubar pontos a conjuntos que lhe são bem superiores. Para mais, o início de época do Legia tem sido algo traumático, encontrando-se, após sete jornadas, apenas no décimo lugar da Ekstraklasa, a primeira liga polaca.
Em termos táticos, a equipa tem rodado entre um 4-3-3 utilizado perante equipas mais frágeis, e um 4-2-3-1 que terá como objetivo dar mais consistência a uma equipa que, na liga polaca, sofre um golo por jogo. Na baliza atua o veterano Malarz e a linha defensiva terá no internacional Pazdan a sua principal referência. Jodlowiec, outro jogador que esteve presente no Euro 2016 com a equipa polaca, é presença habitual no meio-campo. Na frente de ataque, o húngaro Nikolics aparece como jogador mais utilizado, mas numa equipa que vai vivendo de experiências que ajudem a escapar a resultados, o grau de incerteza parece ser elevado. Tal como a garantia que Besnik Hasi de se manter como treinador, depois de ter substituído o russo Stanislav Cherchesov este verão.