Foram dois jogos de 120 minutos a fechar as meias-finais da Taça de Portugal, com o Sporting a dar a volta ao marcador, eliminado o FC Porto no desempate por penáltis, enquanto o Desportivo das Aves tremeu nas Caldas da Rainha, acabando por ser mais forte no prolongamento.

Jogo pouco interessante em Alvalade, com o Sporting a assumir a iniciativa na partida, tendo em conta que partia em desvantagem depois da derrota no Estádio do Dragão, enquanto o FC Porto tentava gerir essa mesma vantagem, ainda que sem se apresentar com um onze muito defensivo. Foi, aliás, o conjunto azul e branco a revelar-se com mais posse nos minutos iniciais, dando a ideia de fidelidade ao seu modelo e tentando, por aí, travar o maior ímpeto do Sporting.

Ao longo do encontro, o Sporting foi tomando conta das operações, empurrando a equipa azul e branca para o seu meio-campo e tentando produzir oportunidades que, ainda assim, foram sempre um pouco vagas. O Porto, por sua parte, nunca conseguiu ir até à área dos leões com perigo, acabando o jogo sem qualquer remate enquadrado.

Coates

Coates marcou o golo que empatou eliminatória

O golo acabou por chegar ao minuto 85, na sequência de um canto. A bola, na área, sobra para Iván Marcano, que não é lesto a aliviar e permite que Coates remate para o fundo das redes. Empatado o jogo, o prolongamento manteve a tendência da segunda parte, mas com ambas as equipas a evitarem errar e a assumir o desempate da marca de penálti como uma inevitabilidade.

Na marca do penálti, Ivan Marcano, chamar a converter o primeiro do FC Porto, atirou à base do poste, sendo que todas as restantes tentativas acabaram convertidas. A vitória do Sporting baseou-se na maior procura do golo, nesta segunda mão, bem como de maior capacidade mental da equipa no momento de maior pressão. De facto, o Sporting vive um bom momento na temporada, apesar da fragilidade física, enquanto o FC Porto, com o título na Liga NOS a depender apenas de si, deixou-se levar pelo contexto do momento.

Quase deu Caldas

Campo da Mata cheio para a ilusão de chegar ao Jamor pela primeira vez. O Caldas vivia o sonho dos mais pequeninos, uma equipa amadora, do Campeonato de Portugal, a lutar com os profissionais, sendo que poderá dizer que ao longo de duas partidas de 90 minutos frente ao Desportivo das Aves nunca foi possível desvendar quem era quem.

Vitor Gomes Aves

Vítor Gomes foi herói na vitória do Aves

O Aves venceu em casa por 1-0 e acabou a perder nas Caldas pelo mesmo resultado, dando uma péssima imagem daquilo que pode ser uma equipa da Liga NOS frente a um adversário motivado mas, necessariamente, mais frágil. Nota de destaque para os homens do Oeste que, não só conseguiram empatar a eliminatória, como foram sempre a equipa mais intencional na busca do bilhete para o Jamor.

Esse empate acabou por surgir de um erro defensivo do Desportivo das Aves, com Jorge Fellipe a abordar mal um lance aéreo e a trair Quim. No entanto, o prolongamento haveria de mostrar um Aves mais afoito e, sobretudo, mais capaz de continuar a dar uma resposta cabal à exigência da partida. Vítor Gomes, por duas vezes, deu vantagem ao Aves, que lhe permite uma chegada, justa, ao Jamor, mas com sabor a injustiça por aquilo que o Caldas fez nesta partida, onde talvez o empate pudesse premiar o esforço de uma equipa que nadava bem fora de pé.

Boas apostas!