O Santiago Bernabéu assistiu durante quase toda a partida, incrédulo, a uma equipa leonina a travar o Real Madrid e a sonhar com a vitória. Parecia a história de Portugal no Euro uma vez mais – ou assim se vai confirmando que o estilo de jogo português passa mesmo por ser a equipa menos favorita em campo. Uma organização defensiva pressionante, com Bruno César a surgir no meio para travar a entrada da bola no corredor central na primeira fase de construção e dois defesas centrais que provaram à Europa como os preconceitos podem ser errados: Coates é, hoje em dia, muito mais jogador do que os seus tempos em Inglaterra sugeriam, enquanto Ruben Semedo provou que a passagem pela 2ª Divisão B espanhola, há duas épocas, foi mais uma lição de vida do que um nível apropriado ao seu talento.
Na conquista da bola, soltava-se o génio sportinguista, com um nome a aparecer escrito em parangonas pela imprensa internacional. Gelson Martins. Para este produto da formação leonina, haverá um antes e um depois do jogo de Madrid. Confiante, imparável, fazendo o que lhe apetecia de um Marcelo que não acreditava (e não conseguia perceber) no que lhe aparecia pela frente. O golo leonino surgiu na abertura da segunda parte, com Bruno César a surgir, oportuno na área e a bater Kiko Casilla. O Real Madrid demorou a reagir, apático com a boa organização do Sporting, mas quando o cansaço começava a afetar os leões, que perderam qualidades com as substituições feitas, apareceu Cristiano Ronaldo. Ao minuto 88, marcou um livre de forma irrepreensível, com Rui Patrício a ainda tocar na bola mas sem capacidade de evitar o golo. O golpe de teatro surgiu mesmo no último minuto dos descontos, quando Morata apareceu solto na área para cabecear para a vitória. O Sporting não merecia tal sorte, acabando por ficar mesmo a um minuto de fazer história, e trazer pontos, em Madrid.
Desilusão no Dragão
Com um panorama muito favorável nesta Liga dos Campeões, o FC Porto desperdiçou a oportunidade de entrar com uma vitória. As coisas até pareciam seguir o rumo desejado quando aos treze minutos Otávio fez o golo dos Dragões, mas logo no início da segunda parte, num lance em que a defesa portista não está imune a críticas, Cornelius fez o empate.
A equipa azul e branca ficou a jogar com um elemento a mais desde o minuto 66, quando Gregus foi expulso, mas nem com a entrada de Depoitre e a pressão perto da área dos dinamarqueses o segundo golo surgiu. Um resultado que fere as ambições da equipa de Nuno Espírito Santo, sobretudo olhando para o outro jogo do grupo, onde o Leicester abalroou o Clube Brugge, com um golo de Albrighton e um bis de Mahrez.
O resumo da jornada em curtas
- Bernardo Silva marcou o primeiro golo do Monaco numa grande vitória em Londres, perante o Tottenham. Lemar aumentou a vantagem e Alderweireld marcou o tento de honra dos Spurs.
- Jogo dramático em Leverkusen, com quinze minutos fantásticos do Bayer a somar dois tentos, por Mehmedi e Çalhanoglu, para o CSKA a impor o empate em apenas dois minutos, com Dzagoev e Eremenko. E tudo aconteceu antes do intervalo.
- A Polónia não recebia um jogo da Liga dos Campeões há 20 anos e não terá gostado deste regresso. O Legia Varsóvia perdeu por 0-6 com o Borussia Dortmund, com Raphael Guerreiro a titular e a marcar um dos tentos dos germânicos.
- 0-0 nem sempre é sinal de um mau jogo e Juventus e Sevilla comprovaram isso mesmo. Num grupo onde o Lyon assinou os papéis da candidatura a golear 3-0 o Dinamo Zagreb. Tolisso, Ferri e Cornet foram os autores dos golos.
- Em jogo adiado de terça-feira, o Manchester City não deixou o Borussia M’Gladbach respirar, com um hattrick de Aguero e Iheanacho a fechar a contagem ao minuto 90.