Os Seattle Sounders terminaram como campeões da Major League Soccer na mais improvável das temporadas, quando tiveram que fazer uma mudança de treinador, depois de uma primeira metade de ano muito abaixo das expetativas. Mas este também foi o ano da confirmação de alguns valores, bem como de regressos inesperados e despedidas cheias de significado. Fazemos um balanço da temporada 2016 da MLS.
Um campeão de muitas caras
Os Seattle Sounders acabam por ser um campeão com muitas caras diferentes. Na primeira metade da temporada, ainda com Sigi Schmid, viveram um período de grande indefinição, com o lançamento de muitos jovens, mas com um claro gosto a futebol ultrapassado nas opções táticas do histórico técnico. A saída era mesmo inevitável, em final de julho, quando quase todos os jogadores já pareciam ter desistido de estar com Schmid.
A entrada em cena de Brian Schmetzer trouxe um novo vigor tático ao conjunto dos Sounders, ajudado pela contratação da Nicolas Lodeiro, que nos primeiros meses na equipa deu um perfume criativo que a equipa, até aí, não tinha ainda provado. Jordan Morris tornou-se, cada vez mais, uma referência ofensiva, enquanto Clint Dempsey ficava de fora devido a problemas de saúde. A criatividade levou os Sounders aos playoffs, mas a reta final do campeonato voltou a mostrar cara diferente.
Sobretudo nos jogos disputados frente aos Colorado Rapids e na final da competição, os Seattle Sounders transformaram-se numa equipa muito calculista, que soube sempre esperar o erro ou a fragilidade do adversário. Neste quadro, Osvaldo Alonso e Román Torres, experientes líderes defensivos, deram uma autêntica lição nos três encontros, ajudando a equipa até chegar à série de grandes penalidades que decidiu o título.
Os craques de 2016
Ainda que na votação do melhor jogador do ano pela MLS, a escolha tenha recaído em David Villa, parece-me sumamente injusto que Sebastian Giovinco não tenha recebido o prémio de MVP pelo segundo ano consecutivo. Isto porque, apesar de não ter a equipa de Toronto tão dependente de si nesta temporada, o italiano foi sempre um jogador decisivo e capaz de ajudar a transformar o panorama de um jogo. Por isso mesmo, merecia-se fazer-lhe justiça.
Já quanto ao rookie do ano não há espaço para dúvidas, com Jordan Morris a cotar-se como o jogador que melhor demonstrou as suas qualidades, numa passagem do futebol universitário para o profissional onde o talento continua a marcar-se como o principal fator.
No XI do ano, destacam-se ainda outros nomes que tiveram muito impacto nas respetivas equipas. Andre Blake destacou-se como um guarda-redes para outros voos, Jelle Van Damme e Gioviani dos Santos foram os dois elementos que permitiram aos Galaxy alguma solidez e, na equipa dos Red Bulls, Sacha Kljestan e Bradley Wright-Phillips foram muito importantes a manter o ritmo de um conjunto que voltou a falhar o ataque ao título. Em termos individuais, Ignacio Piatti também acaba o ano merecedor de uma nota de destaque.
Olá e Adeus!
Finalmente, 2016 marcou o regresso aos relvados de Landon Donovan, que num momento em que a equipa dos Galaxy foi afetada por lesões, aceitou voltar a calçar as botas (pretas!) e tentar levar a equipa a lutar pelo título. Los Angeles também marcou o adeus ao futebol de Steven Gerrard, que longe de ter tido uma temporada brilhante, cumpriu o seu desejo de ainda experimentar jogar fora de Inglaterra. Outros nomes poderão ter tido em 2016 os seus últimos toques. Frank Lampard, Clint Dempsey, são jogadores que poderão estar perto do adeus definitivo aos relvados.
Numa história que termina há outra que começa e, por isso mesmo, já toda a atenção se foca no que 2017 nos irá trazer.