O “Derby della Madonnina” é sempre um dos momentos altos do campeonato italiano, mas há anos em que se reveste de maior importância. É o que acontece no próximo Domingo, quando o Milan receber o Internazionale no San Siro, a casa que ambos partilham. Além de ser a derradeira oportunidade para salvar uma época sem brilho ainda pode decidir o acesso à Liga Europa. Depois de terem passado a temporada a defraudar as expectativas dos adeptos, dar-lhes a oportunidade de se gabarem diante dos vizinhos rivais é um trunfo tremendo.
Numa rivalidade antiga, como esta, os dérbis são momentos especiais e ao logo dos anos não faltou dramatismo, emoção e grandes partidas de futebol.

O que está causa

Com dois emblemas que nos habituaram, em anos mais ou menos recentes, a dar cartas na prova máxima da Europa, chega a soar estranho que o próximo dérbi de Milão possa vir a decidir quem vai à Liga Europa em 2014/15. Os dois clubes tentam compensar a tremenda desilusão que tem sido esta temporada. A três partidas do final da Serie A, os Rossoneri têm menos seis pontos que os rivais do Inter, pontos esses que se traduzem em quinto e décimo classificados, respetivamente. Dito isto, os homens de Clarence Seedorf, estão só a um ponto dos sextos, o Torino, uma posição que pode permitir a entrada na divisão secundária europeia, já que tanto o Nápoles como a Fiorentina têm presença assegurada na final da Taça de Itália, e o campeão terá acesso direto.

O pior momento

O encontro entre as duas equipas é conhecido como o dérbi “della Madonnina”, em honra da padroeira Virgem Maria, cuja estátua no Duomo de Milão é dos monumentos mais significativos da cidade. O mais famoso entre eles, pela negativa, foi sem dúvida a segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões de 2005. No primeiro jogo, o AC Milan tinha ganho vantagem, com golos sem resposta de Jaap Stam e Andriy Shevchenko. O segundo também começou a correr de feição para os Rossoneri, com o avançado ucraniano a marcar novamente, à meia hora de jogo. O tumulto estalou na segunda parte, depois do árbitro Markus Merck anular o golo de Esteban Cambiasso. De repente, começam a chover objetos para o relvado e às tantas choviam também petardos, um dos quais acertou no guarda-redes Dida, que teve de ser substituído. A partida foi interrompida durante os trinta minutos regulamentares e não havendo condições para reatá-la, foi dada por terminada. O Inter foi punido com uma multa de 200 000€ e uma derrota de secretaria de 3 a 0, além de serem obrigados a jogar os primeiros quatro desafios europeus da época seguinte à porta fechada.

Os protagonistas

Materazzi Rui Costa

Um dérbi eterno em Milão

AC Milan e Inter de Milão jogaram até hoje, entre si, um pouco acima de duzentas vezes, a primeira das quais em 1908, num torneio na Suíça, que os Rossoneri ganharam por 2-1. Os anos 60 foram, indubitavelmente, dominados pelo Internazionale, que além dos títulos italianos venceu duas Ligas dos Campeões e duas Taças Intercontinentais. Nesse tempo a rivalidade foi personalizada nas figuras de Gianni Rivera e Sandro Mazzola e era levada de tal modo a sério que mesmo na Seleção Italiana um só entrava em campo quando o outro saía. Do final dos 80’s a meados da década de 90 foi a era de ouro do Milan, primeiro sob a orientação de Arigo Sacchi, mais tarde de Fabio Capello. Paolo Maldini estreava-se no San Ciro e o trio holandês – Rijkaard, van Basten e Gullit – rivalizava com o trio Nerazzuri alemão – Brehme, Klinsmann e Matthaus. Mais tarde chegaria Ronaldo, o original, ou, como então era conhecido, “o fenómeno”.

Boas Apostas!