SL Benfica – KK Cibona (FIBA Europe Cup)
Esta quarta-feira o Pavilhão da Luz fará uma viagem no tempo para relembrar aquela que foi a sua melhor equipa de basquetebol de sempre. Sentado no banco, Carlos Lisboa poderá desfiar memórias da noite de 8 de dezembro de 1993, quando os encarnados bateram a equipa croata que estava, à época, entre as melhores da Europa. As realidades serão hoje bem diferentes, com o Benfica a manter-se como conjunto dominador da realidade portuguesa, mas a refazer uma caminhada para voltar a ser também referência na Europa. Já o Cibona, num quadro competitivo bastante mais exigente, tenta não perder o comboio para outras equipas croatas. Não se poderia pedir melhor para a estreia da FIBA Europe Cup.
O SL Benfica volta a jogar na Europa, depois de no ano passado ter feito um ano de adaptação a essa nova realidade, sendo que o plantel preparado pelo clube da Luz apresenta, este ano, uma ideia mais concreta daquilo que necessita para conseguir surpreender a nível europeu. O grupo onde calhou não é fácil, com o Cibona a poder estar num degrau bem elevado, mas é mais do que óbvio que Carlos Lisboa não se dará como derrotado perante nenhum adversário. Sem poder contar com Fred Gentry, que está lesionado, a equipa encarnada contará com Jeremiah Wilson para ser a sua referência interior, enquanto Cláudio Fonseca poderá também demonstrar que tem condições para ser o poste do Benfica, depois de tantos anos a aquecer o lugar. Daequan Cook é a principal referência atiradora, ainda que Tomás Barroso também tente a sua sorte. Na rotação exterior, Nuno Oliveira e Mário Fernandes serão peças importantes, enquanto Carlos Andrade se mantém como o verdadeiro “faz-tudo” da equipa. Na rotação interior, ferida pela ausência de Gentry, caberá a Marko Loncovic demonstrar qualidades.
Com um péssimo início de temporada na ABA Liga, o KK Cibona procura na Europa encontrar o espaço para a sua reafirmação. Apenas duas vitórias em sete encontros é uma pesada responsabilidade sobre uma equipa que tem a sua figura num jogador muito jovem, ainda que bem rodeado por vários elementos bem experimentados nas principais competições europeias. Os problemas da equipa começaram logo na inadaptação de Corey Fisher, que não se mostrou ao nível mínimo exigido para ser o condutor de jogo dos croatas. James Florence ainda só fez um jogo, mas foi o suficiente para demonstrar um nível bastante mais elevado. A figura é então o adolescente Ante Zizic, que aos 18 anos se releva um elemento difícil de parar. Com referências em termos de experiência em jogadores como Marin Rozic, Jasmin Hukic e Andriza Zizic, a equipa conta ainda com o internacional esloveno Nebojsa Joksimovic, que só começou a ser utilizado nas últimas duas semanas, e terá a sua principal chave na defesa agressiva e na larga rotação do seu plantel.
Recordar a mítica noite de 1993 será uma das formas de motivar os jogadores encarnados, que em outros três encontros com a equipa croata, nesse ano e em 1996, perderam sempre.
Conseguir aproveitar o mau início de temporada do Cibona para fazer, de novo, história e vencer a equipa croata, poderia ser o elemento mais que perfeito que o Benfica procura para voltar a ser relevante no panorama europeu.