A idade é um posto. A julgar por aquilo que a Juventus fez nas últimas cinco temporadas, a força da “Vecchia Signora” é inquestionável e parece inquebrável. A temporada 2015/16 representou mais uma encenação de poder em tons de negro e branco, com a formação “bianconeri” a conquistar o Scudetto pela quinta temporada consecutiva depois de um início muito pouco auspicioso. A formação de Turim vai à luta pelo hexacampeonato, mas a principal motivação dos dirigentes “Bianconeri” transporta-nos para um contexto à escala continental. Conquistar a Liga dos Campeões é o grande objetivo para a nova época, tal como é possível inferir a partir da forma como o clube se tem movimentado no mercado. O Nápoles de Sarri aposta na continuidade para voltar a ser uma “pedra no sapato” da Juve, enquanto a Roma de Luciano Spalletti tentará replicar o percurso francamente positivo que realizou na segunda metade da última época.
Há vida para lá de Pogba
A Juventus de Allegri terá que aprender a viver sem a influência de Paul Pogba, internacional francês que rumou ao Manchester United por uma cifra recorde de 150 milhões de euros e foi, ao longo dos últimos anos, um dos grandes baluartes do domínio “bianconeri”. A saída de Pogba levou a um investimento de 32 milhões de euros em Miralem Pjanic, jogador da Roma que já conta com vários anos de campeonato italiano e tem tudo para desempenhar um papel preponderante ao serviço da Juve. Dani Alves chegou a custo zero do Barcelona, o central Mehdi Benatia está em Turim por empréstimo do Bayern de Munique e Marko Pjaca e Mario Lemina são dois atletas com óptimas perspetivas de futuro. No entanto, não há reforço que desperte tanto entusiasmo no seio do clube quanto Gonzalo Higuain, avançado argentino que foi um dos principais responsáveis pela boa campanha do Nápoles de Sarri na última época ao apontar 36 golos. Goleador de créditos firmados, chegou à Juventus por 90 milhões de euros, é o grande trunfo da direção para o ataque à Liga dos Campeões e tem todas as condições para render Álvaro Morata da melhor forma possível. O domínio da Juventus no futebol transalpino é de tal modo intenso que conseguiu recrutar dois elementos nucleares como Pjanic e Higuain a emblemas rivais, atletas sedentos de vitórias. A Juventus é uma equipa com uma base sólida, totalmente identificada com as dinâmicas de um sistema marcadamente vencedor. No campeonato da Europa, a seleção italiana apresentou-se habitualmente com uma defesa 100 por cento “bianconeri”. Para uma equipa que ambiciona subir de produção na Liga dos Campeões, contar com baluartes de experiência como “Gigi” Buffon, Chiellini, Barzagli ou Bonucci é fulcral. O leque de opções às ordens de Allegri é invejável e as soluções do plantel são suficientes para manter competitividade em todas as frentes.
O “arquiteto” Sarri
Com uma das propostas de jogo mais interessantes da última temporada europeia, o Nápoles do “disciplinador” Maurizio Sarri convenceu a tribuna do San Paolo e foi quem mais ameaçou o domínio da Juventus. A saída de Gonzalo Higuain fragiliza a equipa no último terço e mexe com os fervorosos adeptos napolitanos, mas a direção chefiada pelo pouco paciente De Laurentis tem todas as razões para encarar a nova época com optimismo. Maurizio Sarri mantém-se ao leme da equipa, situação que constitui uma óptima notícia, e a saída de Higuaín é praticamente caso virgem, isto se tivermos em conta que jogadores importantes como Hamsik, Insigne, Allan, Callejon, Jorgeinho, Hysaj e Koulibaly continuam no clube. No mercado, o Nápoles também esteve à altura das necessidades. Recrutou o promissor Arkadiuszs Milik para a frente de ataque, contratou o internacional italiano Emanuel Giaccherini e também assegurou os préstimos de Piotr Zielinski. Os dois jogadores polacos têm enorme potencial e chegam ao San Paolo com o intuito de se afirmarem no imediato. Olhando para o onze que poderá iniciar a temporada, salvaguardando qualquer caso excepcional devido a lesão, Milik deverá ser o único reforço a integrar o onze, sinal da estabilidade que poderá fazer com que o Nápoles volte a intrometer-se na luta pelo título, ainda que parta de trás qualitativamente falando face à Juve. Muita expectativa para aferir o que é que esta equipa do Nápoles poderá fazer na Liga dos Campeões.
Spalletti desde a primeira hora
Luciano Spalletti regressou ao Olímpico de Roma e foi recebido de braços abertos, como homem da casa que é. A estabilidade incutida na equipa aquando do seu regresso foi um dos factores que conduziu a Roma ao sucesso na segunda etapa da última temporada, depois de ter substituído Rudi Garcia no comando da equipa, treinador francês que deixou obra em Roma mas cuja situação tinha chegado a um ponto de esgotamento. Pjanic e Digne são as principais saídas em relação à última época, mas Spalletti conseguiu convencer a direção do clube garantir os serviços de Salah, Rudiger, El Shaarawy e Dzeko a título definitivo. O português Mário Rui chegou a Roma proveniente do Empoli e à partida terá entrada direta no onze se estiver nas melhores condições físicas, rendendo Lucas Digne, que regressou ao PSG. Conhecer os cantos à casa e a realidade do contexto em que se insere é meio caminho andado para o sucesso e Luciano Spalletti beneficiou dessa situação, dando maior equilíbrio à equipa numa etapa crucial da temporada. Antes da estreia na Série A, a Roma mede forças com o FC Porto na disputa por um lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões e o conjunto italiano quer repetir presença na etapa final da prova milionária. Uma vez que Mário Rui está lesionado, Juan Jesus poderá ser a única novidade no onze que a Roma se prepara para apresentar neste início de temporada. Repetir a presença no pódio do campeonato italiano é um objetivo tangível e ao qual a Roma se deve propor.
Boas Apostas!