Para além do confronto futebolístico em si, o embate entre Sérvia e Suíça levantava questões geopolíticas dada a ascendência kosovar de alguns jogadores helvéticos – a Sérvia recusa-se a reconhecer o Kosovo enquanto nação. Quis o destino que Xherdan Shaqiri desse a vitória à seleção helvética de forma dramática.

Foto: "EFE"

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Os adeptos sérvios foram os primeiros a ter kotivos para regozijo em Kaliningrado, na segunda jornada do grupo E. Depois da vitória inaugural frente à Costa Rica graças a um golo apontado por Kolarov na conversão de um livre direto, a seleção da Sérvia entrou com tudo no embate frente à Suíça. Mitrovic ameaçou uma vez pelas alturas e à segunda não perdoou, cabeceando com sucesso para as redes à guarda de Yann Sommer logo aos cinco minutos.

A formação dos Balcãs passou para a frente do marcador antes de se perceber qual a tendência do desafio. O tento inaugural mudou a partida: ao contrário do que se esperava atendendo à natureza das duas equipas, o duelo ficou bem partido desde o início com vários ataques de parte a parte, embora a Sérvia demonstrasse maior capacidade de chegar com perigo à baliza helvética, sobretudo pelos ares. Dzemaili, companheiro de Seferovic na frente, desperdiçou a melhor oportunidade dos suíços nos primeiros 45, isto numa altura em que a vantagem já tinha feito com que a Sérvia recuasse no terreno.

Na etapa inicial da segunda parte, Granit Xhaka chutou “do meio da rua” e bateu Stojkovic para um dos melhores golos do Mundial. A segunda parte começava bem e as duas equipas iam demonstrando capacidade suficiente para se chegarem à frente. A partir de certa altura, a Suíça passou a levar mais perigo à baliza contrária e a ter mais bola. Mario Gravanovic ameaçou consolidar a cambalhota no marcador a cerca de cinco minutos do fim e, quando o apito final já se adivinhava, deu-se um autêntico “golpe de teatro” em Kaliningrado, altamente improvável atendendo ao resultado que se registava e ao tempo de jogo: a equipa sérvia subiu no terreno, perdeu bola e em três passe, a equipa da Suíça anulou a transição defensiva contrária: a bola chegou aos pés de Xherdan Shaqiri que arrancou a partir do seu meio-campo em alta velocidade, não perdeu a posse mesmo pressionado por um defesa contrário, chegou à cara de Stojkovic e teve frieza suficiente para finalizar e fazer com que os helvéticos conquistassem os três pontos, dando um passo de gigante rumo à fase seguinte do campeonato do mundo e, simultaneamente, proporcionando uma alegria aos kosovares que viram em Shaqiri uma resposta aos sérvios.

A Suíça ascendeu à liderança com quatro pontos, tantos quanto o Brasil, seguida pela Sérvia, com três pontos. A Costa Rica não pontuou nas duas primeiras rondas e está afastado deste Mundial 2018.

Boas Apostas!