Este fim-de-semana marca o início da Liga ACB, patrocinada pela Endesa nos últimos anos, competição que sempre foi conhecida por ser o melhor campeonato da Europa. Vários analistas vêem discutindo se esse princípio se mantém válido, com o poderio económico do basquetebol europeu a deslocar-se, claramente, para Leste, com as equipas da Rússia e da Turquia a conseguirem fazer as contratações mais sonantes. Ainda assim, ao nível tático, ainda é em Espanha que nos concentramos quando queremos ver bom basquetebol “made in Europe”.
Barcelona e Real Madrid, agora e sempre
Abrines, um dos exemplos da nova geração do Barça
É a velha história dos clássicos espanhóis, não havendo grandes dúvidas, neste momento, de que Culés e Merengues dominarão a Liga Endesa. Na Supercopa Espanhola, o Real não foi capaz de atingir a final, deixando ao Barcelona a vitória de mão beijada perante o Unicaja Málaga, mas nos jogos a doer, isso não voltará a acontecer. Existe uma grande expetativa sobre os Merengues, que terão nesta fase inicial da época que recuperar fisicamente grande parte dos jogadores do seu plantel, depois do esforço na conquista do Eurobasket, podendo, este ano, ver-se um Barça mais forte na fase regular.
O Unicaja Málaga demonstrou bem que poderá voltar a estar entre os principais concorrentes dos dois grandes, mantendo grande parte dos nomes fortes do seu plantel e conseguindo bons reforços para uma rotação de enorme qualidade. Mas atenção ao Valencia Basket, que fez um enorme ataque ao mercado, conseguindo juntar Antoine Diot, Fernando San Emeterio, John Shurna, Luke Sikma e Justin Hamilton a um plantel já bastante forte. Com Pedro Martinez no banco sobem, também, as expetativas.
Também o Laboral Kutxa se reforçou com o intuito de regressar ao mais alto nível, apostando em Vladimir Perasovic para liderar um conjunto onde Jaka Blazic, Alberto Corbacho e Ioannis Bourousis são acrescentos que visam solidificar uma equipa que andou relativamente perdida nos últimos dois anos.
Na linha do playoff
Sito Alonso já o comprovou o ano passado e mantém-se como mais forte candidato a ser a melhor equipa da ACB daquelas que não participaram na Euroleague no ano passado. Clevin Hannah, vindo do FIATC Joventut, e Shawn James, do EA7 Milano, serão os principais nomes para fazer esquecer Quino Colom e Marko Todorovic, saídos para a Rússia. O clube de Badalona, que no ano passado voltou ao playoff, vê-se obrigado a mudanças, ainda que mantendo Salva Maldonado no comando da equipa. Brandon Paul poderá significar um upgrade no trabalho a partir do exterior da linha de três pontos.
A equipa do Gran Canaria sempre no esforço de estar entre os melhores
O Herbalife Gran Canaria, de Aíto Reneses, demonstrou na Supercopa que há bastante trabalho a fazer para conseguir estar ao nível do ano passado, mas não deixará de, uma vez adaptados todos os seus grandes reforços (Pangos, Rabaseda, Aguilar, Savané) às estrelas que se mantiveram (Kuric, Baez), ser um forte candidato a incomodar no topo da tabela.
A correr por fora estará o CAI Zaragoza, onde se assinala a chegada de Tomas Bellas e de Drake Diener, para além de ter em Robin Benzing, Nate Linhart e Isaac Fotu um conjunto de jogadores que poderá criar um cinco muito forte. Já o UCAM Murcia, com Fotis Katsirakis no banco, lançou mão a dois talentos sul-americanos, Facundo Campazzo e Vítor Benite, para juntar à experiência de Thomas Kelati, Scott Wood e Carlos Cabezas, podendo ainda contar com Augusto Lima, pelo menos até janeiro, caso se confirme o seu acordo com o Real Madrid para o início de 2016.
Espaço para surpresas
No resto do pelotão da ACB, haverá espaço para que diversos jogadores possam revelar-se e, como é habitual, é também possível que alguma das equipas consiga bater os prognósticos e revelar-se como surpresa da época.
O Rio Monbus Obradoiro foi uma equipa que, no ano passado, andou a namorar uma presença no playoff, sendo que este ano será o organizador da Copa del Rey. A acompanhar a temporada de Adam Waczynski, depois de ter brilhado no Eurobasket. Também em boa posição para se manter na fronteira do apuramento, o Iberostar Tenerife, de Alejandro Martínez, que conseguiu “roubar” Xavi Rey e Ian O’Leary ao vizinho canário.
Betinho é o representante português na Liga
Bom trabalho no mercado para os Estudiantes, que contam agora com Diego Ocampo como treinador, tendo reforços de nível como Brandon Thomas ou Vladimir Stimac. Com Nacho Martín a oferecer experiencia e Juancho Hernangomez em possível ano de afirmação, as expetativas são altas. Nota ainda para o Baloncesto Sevilla, que contará com Bostjan Nachbar e Scott Bamforth para oferecer experiência e qualidade à rotação, bem como ao Morabanc Andorra, onde está o português João “Betinho” Gomes, que terá como colegas de equipas Shawn Jones e Giorgi Shermadini, para além de esperar ter um Victor Sada a tempo inteiro.
As equipas do Fuenlabrada, Retabet Gipuzkoa e ICL Manresa estarão, como tudo indica, mais um ano a ocupar os lugares mais baixos da tabela.
