Senegal – Camarões (Taça das Nações Africanas)
Num confronto com larga história, o Senegal, que até agora se tem apresentado como sendo a equipa mais forte da Taça das Nações Africanas, encontra os Camarões, num partida que se disputará em Franceville. A equipa senegalesa entra em campo como favorita, esperando-se minutos iniciais de enorme intensidade, para tentar quebrar as expetativas camaronesas de sucesso. Mas caso o golo não surja rapidamente, poderemos estar perante um encontro em que qualquer uma das equipas alimente esperanças de seguir em frente.
O Senegal de Aliou Cissé será a equipa mais completa a atuar nesta edição da CAN. O treinador senegalês preparou o seu conjunto para brilhar, ofensivamente, muito através das movimentações de Sadio Mané, um verdadeiro líder criativo que ajuda a criar imensos desequilíbrios nas linhas defensivas adversárias. Uma das grandes forças deste Senegal é a maneira como explora os espaços oferecidos no meio-campo adversário, procurando profundidade e mudando o corredor do ataque de forma a ganhar vantagem numérica perante o adversário. Ao mesmo tempo, com um meio-campo muito atuante no momento da transição defensiva, é um conjunto que apresenta alguma facilidade a recuperar a bola. A intensidade dos seus minutos iniciais é, também, uma imagem de marca para uma equipa que entrou na CAN da melhor maneira, batendo a Tunísia com golos de Sadio Mané e Mbodji. A dose repetiu-se frente ao Zimbabwe, desta feita com o golo de Mané a ter a companhia de um tento de Saivet, enquanto no último jogo, com o primeiro lugar já garantido, o Senegal fez uma remodelação do seu onze e ficou-se pelo empate perante a Argélia, com golos de Papa Diop e Moussa Sow.
Onze Provável: A. Diallo – Gassama, Mbodji, Koulibaly, M’Bengue – Kouyaté, Gueye – Saivet, Sadio Mané, Keita – Diouf.
Os Camarões chegam a esta fase da prova sem ter respondido totalmente às dúvidas que acompanham a equipa desde todo o processo de seleção. É, sem dúvida, uma federação em alvoroço, com jogadores que se recusam a representar o seu país e problemas que continuam a surgir de uma forma continuada, impedindo o futebol camaronês de atingir todo o seu potencial. Ainda assim, num contexto nada fácil, Hugo Broos conseguiu conjugar uma equipa para dar resposta aos desafios que encontrou. É, ainda assim, um técnico que não se coíbe em colocar determinados jogadores em situações de alguma pressão, como será o caso de Nkoulou, de quem o próprio Broos afirmou que terá que estar preparado para apenas ser chamado para os jogos mais exigentes. Da mesma maneira, Aboubakar começou sentado no banco perante o Gabão, o que não deixa de lançar algumas dúvidas sobre as escolhas do técnico. Mas, após o sucesso da qualificação para os quartos-de-final, mantém a esperança, Hugo Broos, de poder também atrapalhar um favorito Senegal. Os Camarões entraram a ganhar no primeiro jogo, frente ao Burkina Faso, graças a golo de Moukandjo, mas deixaram-se empatar. Pelo contrário, frente à Guiné-Bissau, sofreram primeiro, mas deram a volta ao resultado, no seu melhor jogo até agora, com golos de Siani e Ngadeu. Finalmente, perante o Gabão, o empate a zero colocou em evidência o guarda-redes Ondoa, um autêntico herói na forma como travou a seleção da casa.
Onze Provável: Ondoa – Fai, Nkoulou, Teikeu, Oyongo – Siani, Ngadeu – Bassogog, Moukandjo, Salli – Tambe.
As duas seleções já jogaram uma final, em 2002, com os Camarões a superiorizarem-se a partir da marca da grande penalidade, sublinhando-se o habitual equilíbrio nos jogos entre os dois países.
Desta feita, favoritismo total para a equipa do Senegal, que se apresenta com melhores ideias, melhores jogadores e mais solidez nas suas propostas, ainda que os Camarões podem conseguir entravar o desenvolvimento do jogo do seu adversário.