A seleção argentina recebe a Venezuela na qualificação para o Campeonato do Mundo de Futebol, a realizar no Brasil em 2014, sabendo que não há mais espaço para escorregadelas, se pretender terminar em primeiro lugar. Para os venezuelanos, mais uma oportunidade de provarem o seu crescimento no panorama sul-americanos, na tentativa de alcançar a sua primeira presença num Mundial.
Vontade de campeão
Lionel Messi foi bem claro numa entrevista dada recentemente – a Argentina quer é ir ao Brasil conquistar o título, custe o que custar. Sem conseguir encontrar uma forma de dominar nas suas partidas, a equipa das Pampas tem percorrido um duro caminho para acomodar as suas inúmeras estrelas ofensivas num modelo de jogo que seja eficaz. O melhor jogador do mundo tem tido a companhia de Higuaín e Aguero, numa frente de ataque composta por jogadores que chegam de realidades muito diferentes nos seus clubes.
Enquanto Messi joga com posse de bola, tentando chegar ao golo através de uma toada mais lenta, Higuaín joga habitualmente num sistema que corre rapidamente para cima da área adversária. Já Aguero, vive num esquema intermédio, num Manchester City inflacionado de estrelas, mas sem real comando técnico. Perante isso, Alejandro Sabella tem tentado aproveitar o maior número de jogos para acomodar os jogadores a uma coexistência saudável, lembrando que Di María é outra opção regular, embora neste encontro esteja suspenso, podendo dar o seu lugar a Montillo.
Tudo isto num onze que deixa na reserva Lavezzi e Palácio, só para citar os jogadores que estão convocados, já que de fora da convocatória ficaram, por exemplo, Carlos Tévez e Javier Pastore. A equipa argentina parece muitas vezes partida, porque no campo acaba por criar um fosso entre os quatro jogadores mais ofensivos e os restantes. Fernando Gago e Javier Mascherano poderão ser as opções para o meio-campo mais defensivo, embora Ever Banega também aspire a um lugar entre os titulares. Na defesa , Garay é titular garantido, enquanto o sportinguista Rojo deverá ficar no banco.
Os venezuelanos acreditam que podem alcançar o seu primeiro mundial e as coisas até começaram muito bem, nesta fase, com uma vitória sobre a Argentina por 1-0, numa das jornadas iniciais. A equipa é hoje muito mais competitiva do que no passado, recorrendo a jogadores de nível internacional, onde se destaca o defesa central Amorebieta, do Athletic Bilbao, o médio Arango, do Borussia de Monchengladbach e o avançado José Rondon, do Rubin Kazan. Embora uma resultado positivo em solo argentino seja improvável, é bom que a Argentina esteja preparada para uma equipa vinotinto bem atrevida na forma de procurar o golo. Uma nova surpresa seria um empurrão fabuloso para o apuramento da Venezuela.
Não perder o comboio
Depois dos sucessos no último Mundial e Copa América, a seleção uruguaia vive uma fase de degelo na atual qualificação. Os resultados não aparecem e a equipa tem dado alguns sinais de fadiga. Na 10ª jornada, recebe no seu país o Paraguai, uma equipa ainda mais aflita nesta competição.
Óscar Tabárez tem algumas dificuldades na defesa, dada a pouca utilização de Lugano, que ainda assim deverá manter o seu lugar no onze, ao lado de Godín. Maxi Pereira tem o corredor direito, enquanto Álvaro Pereira deverá na esquerda, dada a ausência de Martín Cáceres. Álvaro González e Diego Pérez têm sido mais utilizados na dupla de volantes, embora um regresso à fórmula Arévalo Rios/ Walter Gargano não esteja colocada de parte. Cristían Rodríguez é que parece agora ser opção, contando-se com a presença de Edson Cavani mais sobre a direita. A dúvida fica lançada quanto a quem fará companhia a Luís Suárez. Com Forlán disponível, e a vitória a apresentar-se como necessária, pareceria evidente que o avançado do Internacional de Porto Alegre fosse a primeira opção. No entanto, também é possível que Lodeiro, do Botafogo, ocupe essa posição, com uma colocação mais recuada.
Com apenas 7 pontos conquistados em 9 jogos, o Paraguai parece cada vez mais longe de uma presença no Brasil. Precisará de uma reta final de competição ao seu melhor nível, começando já por vencer no Uruguai. Óscar Cardozo, em grande forma no Benfica, poderá estar de volta à equipa, fazendo dupla com Haedo Valdéz. A boa prestação de Richard Ortíz nos últimos testes da equipa poderá valer ao médio do Libertad uma presença num onze onde o defesa Alcaráz terá a responsabilidade de liderar a defesa do último reduto. Nota ainda para a presença de Melgarejo na convocatória de Gerardo Pelusso. O jovem lateral esquerdo poderá também merecer a confiança para surgir entre os titulares.
E ainda…
A Colômbia parece perto de confirmar um regresso a um Mundial, estando em terceiro lugar do grupo de qualificação. Ao receber a Bolívia, que luta ainda por uma vaga na competição, poderá confirmar o bom momento – já que os colombianos vêm de três vitórias consecutivas neste torneio. A derrota boliviana colocará a equipa em maus lençóis para almejar uma presença no Brasil.
O Chile está em igualdade pontual com Venezuela e Uruguai, mas desloca-se ao Perú, que apesar dos maus resultados é uma equipa muito difícil de ultrapassar em casa. Naquele que promete ser o jogo mais equilibrado da noite de sexta para sábado, os peruanos tentarão atrasar o seu rival e reentrar na luta pela qualificação.
Boas apostas!