Quem diria que a Rússia, anfitriã deste campeonato do mundo, estaria entre os oito finalistas da prova? Provavelmente nem o adepto mais otimista. Certo é que a nação da casa se prepara para enfrentar a Croácia nos quartos-de-final, está no “lado bom” do torneio e a final a dois jogos de distância. Revisitamos o percurso da equipa soviética.

Foto: “Getty Images”
Se era confiança que faltava a esta equipa da Rússia, essa lacuna foi suprimida logo nas duas primeiras jornadas, cortesia das vitórias convincentes alcançadas frente às seleções da Arábia Saudita (5-0) e do Egito (3-1). Na terceira ronda, altura em que a equipa já se encontrava apurada, o confronto com o Uruguai serviu de “reality check” e, a julgar pelo comportamento no encontro seguinte, o seleccionador Stanislav Cherchesov terá retirado as suas ilações.
Ao terminar no segundo lugar do grupo A, a seleção russa marcou encontro com a Espanha, vencedora do grupo B. Nos 120 minutos do encontro disputado em Moscovo frente a “La Roja”, assistimos à Rússia mais conservadora deste campeonato do mundo. Cherchesov alterou a estratégia, colocou mais homens na linha defensiva (1x5x4x1), a seleção russa atuou com o bloco baixo e “entregou” a posse à Espanha, seleção cuja percentagem de posse de bola no final dos primeiros 45 minutos rondava os 70 por cento. A equipa espanhola colocou-se em vantagem logo aos 11 minutos graças a uma infelicidade de Ignashevich, mas nem a desvantagem fez com que a equipa russa optasse por procurar outro tipo de solução. A grande oportunidade pela qual esperava surgiu aos 41 minutos, na cobrança de uma grande penalidade convertida em golo por Gerard Piqué.
Reestabelecido o empate, a Rússia nunca se deu a grandes riscos, mantendo a disposição tática e dando a ideia de que a sua oportunidade poderia surgir na sequência de uma bola parada. Apesar de se ter estabelecido no meio-campo russo, a seleção espanhola geriu a posse de forma inócua, careceu de verticalidade, não conseguiu intrometer-se na organização do bloco russo e os 120 minutos de futebol culminariam com um empate a uma bola que levou a decisão para as grandes penalidades, instância em que brilhou Akinfeev.
Ordem para repetir
Para a eliminatória com a Croácia, é provável que a seleção russa repita a estratégia. Os “Vatreni” também gostam de ter bola e deverão “assumir as despesas” do jogo, mas nos “oitavos”, frente à Dinamarca, o conjunto orientado por Zlatko Dalic demonstrou grande dificuldade a meio-campo, derivado da superioridade numérica do adversário nesse setor. Os russos estão alertados para os perigos de jogadores como Modric ou Rakitic, daí que voltar a exercer uma forte marcação sobre as principais referências individuais do adversário, à semelhança do que aconteceu frente a Espanha, seja determinante.
Boas Apostas!