Partida imprópria para cardíacos. Seis golos, alternâncias no marcador e no fim a divisão de pontos. A Espanha sente que perdeu pontos, depois de ter dado a volta ao marcador e estar a vencer a dois minutos dos noventa. O empate sabe a vitória para Portugal, que iguala in extremis, com um tomahawk de CR7. Cristiano Ronaldo faz um hat trick, o primeiro que La Roja sofre em Campeonatos do Mundo. Venha o próximo.
Hierro não mexe, Santos aposta em Bruno Fernandes
Hierro disse que ia respeitar o trabalho feito e outra coisa não seria de esperar com a mudança técnica a dois dias do arranque no Mundial. Como já se esperava, o espano-brasileiro Diego Costa é o eleito para enfrentar Portugal, optando assim a Espanha por ter um homem mais de área, na frente. Não é surpresa porque já se vinha falando dela, a utilização de Nacho no lado direito da defesa. Já se sabia que Lopetegui vinha a insistir nesta adaptação, ao invés de apostar no lateral de raiz, Odriozola. Incluir Koke no onze, em detrimento de Thiago Alcântara, significa também uma aposta na estabilidade defensiva mesmo que tenha custos no domínio e posse de bola.
Do lado de Portugal, Fernando Santos escolhe Bruno Fernandes para o único lugar em aberto do onze. Se ao médio do Sporting acrescentarmos Gonçalo Guedes, esta inclusão mais esperada, o que o selecionador está a pretender é muita agressividade defensiva nos homens atrás de Cristiano Ronaldo.
Golo precoce e o sofrimento que se seguiu
A equipa das Quinas entra tão bem que aos quatro minutos o capitão português está frente a David de Gea, pronto a abrir o marcador. Nacho Fernández deixa a perna, Ronaldo cai na área e o VAR confirma. Portugal está em vantagem e a bola passa a estar do lado espanhol, com os portugueses a explorar oportunidades de contra-ataque. Preocupação crescente do selecionador português com o recuo excessivo dos seus homens.
Com Cristiano a fazer uma exibição superlativa, com toques magistrais a lançar Guedes, por duas vezes Portugal esteve perto de marcar mas os lances não tiveram a melhor finalização. Aos vinte e quatro a Espanha chega à igualdade, com um golo de Diego Costa que tem início numa falta evidente sobre Pepe. O cotovelo do avançado espanhol na cara de Pepe é desvalorizado e o árbitro valida o golo.
Portugal acusa o golo e quase de seguida este perto a reviravolta no marcador. O remate de Isco vai a barra reflete em cima da linha mas não entra. Os espanhóis ainda reclamam mas são lembrados da tecnologia da linha de golo.
Reviravolta de Espanha a abrir segunda parte
Portugal vai para intervalo em vantagem no marcador, mas o segundo golo de Ronaldo – que contou com um erro tremendo do guardião espanhol – é anulado no espaço de quatro minutos. Primeiro é o bis de Costa, num lance estudado na sequência de um livre de David Silva. Aos cinquenta e oito, Nacho remata com força uma bola que lhe veio parar aos pés depois de refletir em William Carvalho. Com trinta minutos para jogar, Portugal está em desvantagem e obrigado a ir atrás do resultado.
Alterações quase em simultâneo, altura de refrescar. Na equipa portuguesa sai Bruno Fernandes para a entrada de João Mário, Bernardo dá lugar a Ricardo Quaresma, que faz os primeiros minutos num Mundial. La Roja faz entrar Alcântara para o lugar do esgotado Iniesta. Pouco depois é a troca de Guedes por André Silva. Espanha troca Diego por Aspas e Silva por Lucas Vásquez.
Cristiano Ronaldo, teleguiado
Aos oitenta e oito, Piqué derruba CR7 à boca da área. O capitão português fecha os olhos, respira fundo e lança um tomahawk que deixa De Gea pregado ao chão. Exibição memorável de Cristiano Ronaldo, mais uma. Não só fez um hat trick, o primeiro que a Espanha sofre em fases finais de um Mundial. Mas foi um líder dentro de campo, envolvido e a puxar pelos restantes companheiros. A versão vintage de Ronaldo em todo o seu esplendor. Um ponto precioso para a seleção portuguesa, um empate que depois de uma partida imprópria para cardíacos acaba por saber a triunfo. Mas não foi e o capitão português parece ter saído tocado do jogo, o que pode ser um problema. Esperemos que não demasiado sério.
A Espanha pode ter sido a equipa mais capaz mas em todos os momentos certos o Ronaldo esteve lá, a ser capitão e decisivo.