Roménia – Suíça (Euro 2016)
Roménia e Suíça sobem ao relvado do Parque dos Príncipes para o segundo encontro do Grupo A. Ambas tiveram partidas intensas na estreia. Os pupilos de Iordanescu resistiram até dois minutos do fim e acabaram derrotados pelo golo monumental de Payet. Os de Pektovic tiveram que lidar com a tensão emocional de um duelo de irmãos, que vai bem além da família Xhaka. Ainda assim, no caso dos suíços, o golo de Schar valeu os três pontos.
Que a Roménia sabe defender já todos sabíamos. Mas no jogo inaugural a seleção de Anghel Iordanescu mostrou ser capaz de muito mais. Pode-se dizer, sem sombra de injustiça, que o velho estratega romeno deu um banho a Deschamps no que respeita ao pensamento de jogo e ao aproveitamento dos recursos de que dispunha. Infelizmente para os romenos a equipa da casa tem valores individuais à fartazana. Mesmo que Didier desbarate os seus ativos mais valiosos – Pogba e Griezmann andaram a vaguear em campo sem se perceber muito bem o que o treinador pretendia com isso – há sempre um Dimitri Payet para inclinar a balança. O golo, monumental, do jovem francês, salvou, a dois minutos do fim, a França de uma entrada em falso no Europeu que organiza.
Mas é impossível não referir a contribuição da qualidade da equipa romena para um jogo de abertura altamente disputado. Primeiro há que destacar a dupla do meio-campo. Ovidiu Hoban e Mihai Pintilii foram gigantes a patrulhar a sua zona de terreno. Nicolae Staciu mostrou a sua classe nas raras oportunidades que teve para o fazer e Florin Andone foi um lutador incansável. Muito isolado nunca deixou de reclamar o seu espaço, por vezes com uma impetuosidade até excessiva. É certo que o golo da Roménia chegou por via de um penálti assinalado a Evra, que Stancu não desperdiçou. Mas também no primeiro golo da França pode haver quem considere que Olivier Giroud desviou o braço de Tatarasanu.
Onze Provável: Tatarasanu – Spunaru, Chiriches, Grigore, Rat – Hoban, Pantilii – Popa, Stanciu, Stancu – Andone.
A Suíça também teve uma partida complicada do ponto de vista emocional. O duelo fratricida – com os irmãos Taulant e Granit de cada um dos lados da barricada – vai muito além da família Xhaka. Seis jogadores do plantel albanês nasceram na Suíça e jogaram nas camadas jovens desse país, ao lado de muitos daqueles que defrontaram no sábado. Logo aos cinco minutos Fabian Schar colocou a Suíça na frente do marcador, finalizando um canto marcado por Shaqiri. Berisha podia ter feito mais mas o certo é que a Albânia reagiu bem a este revés. O empate esteve iminente, pelo menos até à expulsão de Lorik Cana, aos trinta e seis minutos, com um segundo amarelo. A dez minutos do intervalo os albaneses estavam a jogar já com dez. Dzemaili ameaçou marcar em duas ocasiões ainda antes de recolher ao balneário. A segunda parte continuou muito disputada e os últimos minutos foram mesmo frenéticos. A três do fim Gashi, acabadinho de entrar, isola-se frente a Yann Sommer mas o guardião suíço fez uma defesa espetacular.
Onze Provável: Sommer – Lichtsteiner, Schar, Djourou, Rodríguez – Behrami, Xhaka – Xhaqiri, Dzemaili, Mehmedi – Seferovic.
Suíça
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0-1 |
Amigáveis 2012
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Roménia
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1-4 |
Mundial 94
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A bola está do lado da Roménia. Só por uma vez, em 2000, esta seleção conseguiu ultrapassar a fase de grupos – chegou aos quartos de final. Por aquilo que a vimos fazer frente aos anfitriões deste Euro 2016 pode ambicionar seguir em frente. Para isso terá que, obrigatoriamente, roubar pontos à Suíça.
O último confronto entre ambas foi em 2012, num amigável que os romenos venceram. Os anteriores já distam mais de duas décadas, com os suíços a levarem a melhor no Mundial de 94, nos Estados Unidos.