A quarta jornada da Liga Inglesa abriu e fechou com partidas de luxo. O incontornável dérbi de Manchester não defraudou as expetativas. O City levou a melhor e encabeça a tabela mas o mais importante foi o jogo de apostas e inteligência, com os dois técnicos a reagir ao que se via no relvado e às opções um do outro. Na segunda-feira à noite o Everton foi ao Stadium of Light fazer mais uma exibição notável. Romelu Lukaku, sem marcar há treze encontros, fez uma hat trick e estabeleceu a nova meta. Quer ser um serial killer.

City é o alvo a (a)bater

Caludio Bravo foi a única nota destoante numa exibição muito conseguida do Manchester City.

Caludio Bravo foi a única nota destoante numa exibição muito conseguida do Manchester City.

É incontornável. Não podemos analisar a quarta jornada sem abordar o encontro mais esperado. O duelo entre United e City não defraudou as expetativas. Considerando que estamos num momento tão precoce da temporada, foi uma partida vibrante. Pep Guardiola venceu em Old Trafford e mesmo que Mourinho diga que é apenas um jogo também sabe que do ponto de vista psicológico os Citizens e o seu treinador marcaram uma posição. O Manchester City do catalão é a equipa a abater, neste momento. Mas esta é só a panorâmica geral do dérbi e nesta altura da época interessa prestar atenção às pequenas histórias. Claudio Bravo foi embaraçante. Se eu fosse adepta dos Citizens estaria indignadíssima: foi para isto que se afastou uma figura do clube? Logo a seguir via o erro de Joe Hart do fim de semana e ficava mais apaziguada. O ex-guardião do Barça tem que perceber que em Inglaterra é tudo feito com grande intensidade. Não se pode por a recriar com a bola nos pés, a pensar no que fazer. A pressão é alta e não perdia ninguém. Talvez até tenha sido bom, porque o puxão de orelhas vai obrigar o chileno a abrir a pestana.

Se o City dominou a primeira parte, a segunda foi do United. A diferença? O domínio dos Citizens é mais acutilante, por curioso que pareça é mais objetivo. É para criar oportunidades e algumas acabam por entrar. O domínio do Red Devils foi mais posicional e de certa forma consentido. Uma novidade também: uma equipa de Guardiola razoavelmente confortável a defender. Mkhitaryan foi inconsequente e Blind comprometeu nos dois lances de golo adversário. Ibrahimovic é um portento, nada que já não soubéssemos. E Marcus Rashford é um miúdo com uma maturidade impressionante.

Lukaku, um matador com ambições

Lukaku podia não marcar há treze jogos mas cada vez que apanhava a bola não havia vestígio de insegurança.

Lukaku podia não marcar há treze jogos mas cada vez que apanhava a bola não havia vestígio de insegurança.

A visita do Everton ao Stadium of Light fechava a jornada e proporcionou mais um momento de alto nível. A equipa de Ronald Keoman fez mais uma exibição impressionante e o técnico holandês já não tem problemas em assumir que quer garantir que Goodison Park seja palco das competições europeias, na próxima época. Yannick Bolasie podia e devia ser o homem do jogo, não fora o hat trick do seu companheiro de ataque. Romelu Lukaku podia estar há treze jogos sem marcar, situação dramática para qualquer pinta de lança, mas cada vez que a bola lhe vai parar ele tem aquela atitude de quem acredita que vai até ao fim. No espaço de onze minutos o belga fez três golos – dois de cabeça e um com os pés – despedaçando a defesa do Sunderland. Ainda mandou uma bola à barra nos momentos finais. Nas declarações aos jornalistas Lukaku disse alto e bom som que quer ser um serial killer. Ou seja, esta abordagem matadora é para repetir. Até ao momento só o City fez melhor que os Toffees. O Everton continua imbatível (3V/ 1E), com o mesmo registo que o Chelsea.

Por falar me Chelsea, a equipa de Antonio Conte foi empatar a dois ao País de Gales, salva, mais uma vez, nos minutos finais pelo mesmo de sempre: Diego Costa. Os homens de Jurgen Klopp venceram o Leicester City por 4-1, apesar de Simon Mignolet. Resta saber se conseguem manter o nível na próxima sexta-feira, quando visitarem Stamford Brige.

Boas Apostas!