Segundo “matchday” dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões 2016/17, segunda goleada. Após a vitória do PSG frente ao Barcelona no Parc des Princes por quatro bolas a zero, o Bayern de Munique impôs-se categoricamente ao Arsenal. Os que aconteceu durante 90 minutos no relvado da Allianz Arena não dá azo a eufemismos: O Bayern massacrou o Arsenal e o “placard” final de 5-1 reflete isso mesmo. No outro (não menos importante) jogo da noite, o Real Madrid assegurou vantagem de dois golos antes da visita ao inferno do San Paolo ao triunfar por três bolas a uma.
Dez minutos decisivos
Maior ascendente do Bayern, superior objetividade do Arsenal em transição. A postura das duas equipas na Allianz Arena obedeceu às expectativas. O marcador mexeu pela primeira vez ao minuto 11, graças a um lance típico do holandês Arjen Robben ao fletir para o meio e atirar ao ângulo da baliza defendida pelo colombiano David Ospina. Vulnerável às investidas do Arsenal em transição, o Bayern sofreu o empate à passagem da meia hora. O árbitro sérvio Milorad Mazic viu mão na bola de Robert Lewandowski e apontou para a marcar dos 11 metros. Alexis Sánchez permitiu a defesa a Manuel Neuer, mas o regozijo das bancadas da Allianz Arena rapidamente desapareceu, com o chileno a ganhar novamente a bola para bater o guarda-redes alemão.
O encontro chegou ao intervalo com uma igualdade a uma bola no marcador, resultado satisfatório para o Arsenal. No segundo tempo, o guião seria totalmente diferente. A história começou a assumir contornos de drama para o Arsenal ao minuto 48, quando o defesa francês Laurent Koscielny abandonou o encontro por lesão, levando à entrada imediata e “a frio” de Gabriel Paulista em jogo. Sensivelmente cinco minutos depois da entrada do brasileiro em jogo, numa altura em que a defesa londrina ainda se acertava com a inclusão de novo elemento, o Bayern retomou a liderança do marcador com um golo cabeceamento de Robert Lewandowski. Galvanizado por nova vantagem, o colosso da Baviera continuou a procurar jogar sobre o meio-campo adversário, aumentou a velocidade no ataque e aproveitou da melhor forma o espaço deixado pelos “Gunners” entre linhas: Thiago Alcântara, um dos jogadores em maior evidência, “bisou” aos 53 e aos 63, aumentando a contagem. Mesmo com três golos de diferença, o Bayern não desistiu de atacar a baliza contrária e David Ospina foi obrigado a intervir categoricamente várias vezes. As contas do encontro seriam encerradas na sequência de uma perda de bola caricata da defesa do Arsenal, bem elucidativa quanto à prestação do seu setor recuado. Muller deixou o seu nome no marcador após assistência de Thiago Alcântara, concluindo um resultado que reflete o “pedigree” europeu do Bayern de Munique, superiormente aumentado por um gomem que conhece a prova como poucos: Carlo Ancelotti.
Arsenal e o complexo dos oitavos
É preciso recuar até à temporada 2009/10 para encontrar a última ocasião em que o Arsenal garantiu o acesso aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, ocasião em que deixou o FC Porto pelo caminho. Presença assídua na prova de clubes mais importante do continente, os “Gunners” não falharam o acesso aos “oitavos” desde então, mas não voltaram a marcar presença entre os oito finalistas. Este ano, depois de ter terminado o grupo A na liderança, a equipa londrina voltou a desencontrar-se com a sorte e o sorteio encarregou-se de lhe colocar um velho conhecido pela frente: O Bayern de Munique, campeão alemão com o qual mediu forças em 2012/13 e 2013/14 precisamente nesta fase da Liga dos Campeões e que na última temporada tinha encontrado na fase de grupos.
A bonança pós-abalo
Fiel à sua ideia de jogo, o Nápoles de Maurizio Sarri subiu ao relvado do Bernabéu apostado em chegar ao golo o mais depressa possível, na tentativa de surpreender o campeão europeu no seu próprio terreno. À passagem do minuto 8, uma grande abertura do “fiel capitão” Marek Hamsik chegou aos pés de Lorenzo Insigne, jovem italiano que levantou a cabeça, viu Keylor Navas adiantado e mal posicionado, e rematou sem hipótese de defesa para o guardião da Costa Rica.
A vantagem italiana durou pouco mais que 10 minutos. Karim Benzema empatou de cabeça na altura certa, não só por ter dado o mote para a construção de um bom resultado após ter sofrido primeiro, mas sobretudo por ter evitado que a sua equipa entrasse no desespero tão comum quando o relógio avança e o relógio favorece o adversário. O Real cresceu no jogo e a partir daí começou a escrever-se outra história, com um Nápoles mais retraído que o habitual, situação criticada pelo polémico presidente De Laurentis após a partida. Uma entrada em cheio na segunda parte permitiu ao Real passar para a frente do marcador pela primeira vez, graças a uma finalização de Toni Kroos à entrada da área contrária ao minuto 49. Cinco minutos depois, Casemiro apanhou a bola no ar e pontapeou com violência para a rede à guarda do espanhol Pepe Reina. A presença de Diego Armando Maradona no balneári do Nápoles ao intervalo não terá surtido grande efeito na equipa forasteira.
Apesar do golo sofrido, a vantagem de dois golos antes da visita agradava ao Real, formação que a partir daí mostrou mais preocupação em não sofrer o segundo golo que em aumentar a contagem.
Segundo os dados revelados pelos espanhóis do portal “Marca”, com um resultado favorável de 3-1 na primeira mão a jogar em casa, o Real Madrid seguiu em frente quatro vezes e ficou pelo caminho outras tantas. O Nápoles crê que continua a ter legítimas aspirações quanto ao acesso à próxima fase e Maurizio Sarri já advertiu o adversário: “O San Paolo vai ser um inferno”.
Boas Apostas!