Roger Federer – Tomas Berdych (ATP Masters Miami)
Custou mas foi: ao fim de duas horas e dois tie breaks Roger Federer bateu Batista Agut para marcar presença nos quartos de final do Open de Miami. O suíço acusou o desgaste do embate anterior com Del Potro e agora terá que ultrapassar Tomas Berdych. O checo bem está a precisar de um triunfo moralizador para animar uma época até agora sensaborona.
Roger Federer passou uma imagem curiosa para justificar alguma falta de frescura no duelo com Roberto Bautista Agut (7-6, 7-6). Foram precisas duas horas em court e dois tie breaks para o suíço conseguir deixar o tenista espanhol para trás. Ele comparou a sua situação com uma saída à noite. Aos dezoito anos estamos prontos para outra na madrugada seguinte. À medida que os anos vão passando custa muito mais a recuperar. O número seis mundial acusou assim o desgaste que o embate com Juan Martin Del Potro, no dia anterior, lhe tinha causado. E a distribuição de jogo inteligente e muito desafiante de Bautista Agut explorou a menor capacidade do suíço para correr o court de um lado ao outro. A espaços notou-se a frustração de Federer por não conseguir colocar aceleração nas pancadas. As boas notícias são que entre os oitavos e os quartos de final vai haver um dia extra para descansar, embora o problema se possa voltar a manifestar mais à frente, se lá chegar.
No início desta semana o suíço tinha aludido à necessidade de se poupar, escolhendo criteriosamente os torneios em que vai participar, precisamente porque já não era um adolescente. Existe a possibilidade real de Federer não comparecer nos próximos Masters, no fundo desinvestindo da terra batida, para recuperar ao máximo para a temporada de relva, onde claramente tem outras possibilidades de sucesso. Depois dos títulos no Open da Austrália e Indian Wells, o antigo número um percebeu que se for capaz de gerir o desgaste e proporcionar ao seu corpo as pausas alargadas para regenerar ainda pode acrescentar novas marcas ao palmarés.
Tomas Berdych está a ter uma temporada algo pálida. Até agora os pontos altos foram duas meias-finais, em Doha e Roterdão, onde foi eliminado por Andy Murray (6-3, 6-4) e Jo-Wilfried Tsonga (6-3, 6-4), respetivamente. Não são propriamente eventos de topo. No Open da Austrália não foi além da terceira ronda, quando se cruzou com Federer (6-2, 6-4, 6-4) e em Indian Wells foi afastado pelo japonês Nishioka (1-6, 7-6, 6-4). Um triunfo sobre o suíço para chegar às meias-finais em Key Biscane era mesmo o que Berdych precisava para recolocar a época nos eixos.
O melhor resultado do checo no Masters de Miami foi a final de 2010, que perdeu para Andy Roddick (7-5, 6-4).
Até agora Tomas Berdych ainda não cedeu nenhum parcial em Miami. Bateu Andrey Rublev (6-3, 6-2), Gilles Muller (6-3, 6-4) e Adrian Mannarino (6-3, 7-5) em sets diretos. O francês foi o único que esteve perto de o desafiar e empurrar a decisão do segundo set para tie break, o que pode vir a ser um problema. O checo ainda não teve um frente a frente verdadeiramente exigente e agora tem que medir forças com Roger Federer. Se à coisa com que Berdych não se dá bem é com os confrontos com tenistas do top-10 e não está a atravessar sequer um bom momento no que respeita à autoconfiança.
2017 | Open da Austrália | Federer | 3 | 6 | 6 | 6 | 3R |
Berdych | 0 | 2 | 4 | 4 | |||
2016 | Open da Austrália | Federer | 3 | 7 | 6 | 6 | QF |
Berdych | 0 | 6 | 2 | 4 | |||
2015 | World Cup Finals | Federer | 2 | 6 | 6 | ||
Berdych | 0 | 4 | 2 |
Federer venceu dezassete dos vinte e três confrontos que teve com Berdych, os últimos sete de forma consecutiva.