Roger Federer – Nick Kyrgios (ATP Masters Indian Wells)
Pela primeira vez em treze anos, Roger Federer somou a terceira vitória consecutiva sobre Rafael Nadal mas não há tempo para grandes festejos. Pela frente terá agora um Nick Kyrgios eufórico, que acabou de eliminar, no segundo torneio consecutivo, Novak Djokovic. No único confronto que tiveram anteriormente, na terra batida do Masters de Madrid, há dois anos, foi o australiano a sair vitorioso.
O encontro foi muito esperado mas Roger Federer não deu a menor hipótese a Rafael Nadal (6-2, 6-3). Não é que o espanhol tenha jogado mal, simplesmente correu atrás do resultado desde o primeiro instante. O suíço esteve preciso e imperturbável ao longo da hora e dez que durou a partida, com um serviço muito eficaz. A esquerda de Federer foi um dos recursos mais eficazes, para além de proporcionar pancadas de uma elegância impressionante, com aquela capacidade que só ele tem de fazer parecer fácil o que é tremendamente complicado. Federer quebrou o serviço de Nadal logo a abrir, mostrando que vinha determinado a repetir o que tinha funcionado tão bem em Melbourne: agressividade no serviço e tomar a iniciativa em todos os pontos. O espanhol reconheceu depois que nunca conseguiu fazer o seu jogo.
Foi a primeira vez que Roger Federer venceu Nadal três vezes consecutivas – Basileia, Melbourne e Indian Wells – em treze anos e trinta e oito confrontos diretos. O que dá ao suíço mais um marco na sua carreira que ele terá que comemorar mais tarde. Para já há que pensar na forma de superar o próximo obstáculo: um australiano de vinte e um anos, que serve a duzentos e vinte quilómetros por hora, que o venceu na primeira e única oportunidade que teve.
Nick Kyrgios é mesmo um homem para os holofotes. E deve estar eufórico. Pela segunda vez em três semanas o australiano é responsável pela saída precoce de prova de Novak Djokovic. Interrompeu uma série de dezanove vitórias consecutivas em Indian Wells para o sérvio, que conquistou as três edições anteriores do Masters 1000 da California. Desta vez o choque é menor porque já tínhamos visto este filme mas não deixa de ser impressionante. A receita foi a mesma: o serviço, potentíssimo e imprevisível. Não é apenas a velocidade a que serve, é a conjugação com a variação na colocação que o tornam quase impossível de antecipar. E a avaliação foi feita por Djokovic, talvez o melhor tenista do circuito a responder ao serviço. Se em Acapulco (7-5, 7-6) a partida se desenrolou taco a taco, desta vez o australiano esteve sempre uma pancada à frente. Começou o encontro a quebrar o serviço do sérvio e manteve a vantagem para fechar o primeiro set a seu favor. Djokovic ainda teve que defender mais duas tentativas de break, nesse parcial, no terceiro e sétimo jogo; já Kyrgios se viu nessa situação, ao longo de todo o encontro. No segundo set o número dois mundial esboçou uma reação. Mas era preciso o seu melhor, que nunca apareceu, para contrariar os níveis de confiança que Kyrgios exibia.
O número dezasseis da hierarquia estava altamente motivado para mostrar que o triunfo no México não tinha sido um acaso. Os melhores momentos do embate com Alexander Zverev (6-3, 6-4) foram constantes no frente a frente com Djokovic. Nunca deixou de arriscar no serviço, nem deixou que as duplas faltas constrangessem a estratégia, e foi recompensado pela agressividade que colocou em court.
Nick Kyrgios vai tentar chegar à segunda semifinal de um Masters 1000, depois de o ter feito no ano passado em Miami.
2015 | Masters de Madrid | Kyrgios | 2 | 6 | 7 | 7 | 2R |
Federer | 1 | 7 | 6 | 6 |
Nick Kyrgios venceu o único confronto que teve com Roger Federer. Foi no Masters de Madrid, há duas épocas, em terra batida, e os três sets só foram decididos em tie break.