Roger Federer – Milos Raonic (ATP – Wimbledon)
Estas semifinais de Wimbledon só um confronto de gerações. Um primeiro ataque incisivo dos tenistas nascidos nos anos 90. Djokovic vai ter pela frente Dimitrov. Roger Federer, aquele que já foi o número um do mundo, e para muitos o melhor e mais completo jogador de todos os tempo, vai medir forças com a estrela que se adivinha, Milos Raonic. Esta será a primeira meia-final de um Major para Raonic, a trigésima quinta para Federer.
Nas palavras do próprio, Federer está de volta a onde queria estar. E não se refere exatamente à relva de Wimbledon. O suíço está “in the zone”, como há muito não o víamos em court. Confiante, focado, tudo a encaixar e a acontecer no momento certo. O Federer que parece nem suar para fazer o gesto perfeito. Ele sabe que esta será, provavelmente, a sua última oportunidade para conquistar um Grand Slam. A eliminação na primeira partida, no ano passado, foi um golpe pesado para o sete vezes campeão de Wimbledon. Também por isso esta semifinal é tão gratificante. Nos quartos teve como opositor o compatriota Wawrinka. O suíço mais novo até entrou a matar, conquistando o primeiro parcial em meia-hora. Mas Roger limitou-se a respirar fundo e tirar o cabelo da frente dos olhos. Foi tembém o único set que Federer cedeu neste seu percurso até à semifinal de 2014.
O canadiano deve ter crescido a ver Federer jogar. Talvez até lhe tenha tentado imitar alguma pancada, apesar do suíço ter um refinamento técnico que Raonic não possuiu. Mas Milos finalmente percebeu, neste último ano, o grande segredo para o seu sucesso. Levar à perfeição os seus pontos fortes – o serviço demolidor e a pancada de direita poderosa. Ivan Ljubicic e Ricardo Piatti, a sua dupla técnica, perceberam bem isso e conseguiram passar-lhe a ideia de que é mantendo-se fiel à natureza do seu jogo que ele vai evoluir. E assim, aos vinte e três anos, Raonic está prestes a aceder ao Top-5. Piatti está convencido que os próximos dois ou três anos serão de constante evolução para o seu pupilo, e explica porquê. “Milos é muito inteligente. Ele entende e quer melhorar. É muito determinado e isso é essencial num jogador. Estar constantemente a testar os seus próprios limites, tanto no treino como em competição. Falta-lhe só a experiência, que é o que lhe vai permitir um melhor autocontrolo no jogo.” O jovem canadiano revelou muita maturidade e ambição na gestão da sua carreira. Em 2013 percebeu que era tempo de deixar a orientação do seu treinador de longa data, Galo Bianco, e arriscar uma parceria com Ljubicic. Sentia que o seu ténis estava num impasse, sentia-se a estagnar como tenista, sem fazer os progressos que esperava. A temporada de 2014 deu-lhe razão. A 4 de Julho vai disputar a primeira meia-final de um torneio do Grand Slam. Que seja a primeira de muitas.
Raonic começou o ano a cair na terceira ronda do Open da Austrália, diante do seu companheiro de geração, Grigor Dimitrov (6-3, 3-6, 6-4, 7-6). Seguiram-se três quartos-de-final consecutivos. Em Indian Wells ainda conseguiu bater Andy Murray (4-6, 7-5, 6-3) mas tropeçou em Dolgopolov na ronda seguinte (6-3, 6-4). Em Miami ia bem lançado, até apanhar Nadal pela frente (4-6, 6-2, 6-4). Em Monte Carlo cedeu diante do futuro vencedor Stanislas Wawrinka (7-6, 6-2). Foi semifinalista em Roma, batido pelo número dois do mundo, Novak Djokovic, o mesmo que o haveria de afastar em Roland Garros. Mas aí, pelo menos, fazia a sua estreia nos quartos-de-final de um Major. Os ensinamentos que foi recolhendo ao longo do percurso foram essenciais para lhe provar que se pode bater com os melhores entre os melhores. O passo seguinte é vencê-los.
Roger Federer venceu todos os embates que teve até hoje com o jovem canadiano, quatro no total. O encontro mais recente foi no Open da Austrália do ano passado, que o suíço venceu por dois sets a zero. O único em relva aconteceu em Halle, em 2012, uma vitória em três parciais.
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