À quinta jornada, os dois clubes de Manchester isolam-se no topo da Premier League. Old Trafford recebeu Rooney com todas as honras mas o United não deixou de impor um 4-0 aos Toffees. O City de Guardiola arrasou o Watford de Marcos Silva com meia-dúzia de golos sem resposta, metade dos quais da autoria de Aguero. O grande encontro da jornada, o dérbi em Stamford Bridge, correspondeu à expetativa no relvado, só ficaram a faltar os golos.
O jogo dura noventa minutos
No regresso de Wayne Rooney a Old Trafford o Manchester United voltou a vencer com um marcador folgado. Quem assistiu ao jogo dirá que o 4-0 dos Red Devils é demasiado penoso para o Everton, que à entrada para os derradeiros dez minutos só levava um golo de desvantagem. Talvez. Mas o facto é que uma partida de futebol dura noventa minutos e quem se esquece disso pode sofrer este tipo de desgostos.
Os dois clubes de Manchester destacaram-se esta semana no topo da Premier League: são os únicos que se mantêm imbatíveis – ambos com quatro triunfos e um empate – e o mesmo número de golos – dezasseis a favor, dois contra. Mais de metade dos golos dos Red Devils (nove) foram marcados nos último quarto de hora dos encontros da Liga. Os media em Inglaterra já dizem que Mourinho está a recuperar um traço identitário do reinado de Ferguson: aquela sensação de que não estava perdido e que nos minutos finais a equipa ia conseguir garantir o resultado necessário. Basicamente, quando o adversário estava a começar a relaxar, eles ainda estavam totalmente convencidos de poder chegar à vitória. Old Trafford esteve irrepreensível no modo como recebeu o antigo campeão Wayne Rooney mas assim que soou o apito as cordialidades terminaram. Romelu Lukaku fez a assistência para o segundo golo, de Mkhitaryan, e assinou o terceiro, que festejou, apesar de ser contra a antiga equipa.
Cityzens meteram o turbo
Marco Silva pode ser um treinador muito competente e minucioso mas não há quase nada que o seu modesto Watford possa fazer quando os jogadores mais talentosos do Manchester City metem o turbo. De facto, a qualidade e profundidade do plantel do Manchester City é inegável. Com a possível exceção dos centrais, que com Kompany lesionado não têm alternativas credíveis no banco, todas as outras posições estão cobertas por um segundo elemento capaz de manter ou elevar a qualidade de jogo na rotação. Ainda assim, pensou-se que o acumular de jogos, com as responsabilidades na Liga dos Campeões a surgirem, pudesse pesar. Mas aconteceu exatamente o contrário. A jogar a cada três dias, alternando duas das competições mais exigentes do mundo, o City marcou quinze golos sem permitir invasões da sua baliza. Frente a adversários do calibre do Liverpool (5-0), Feyenoor (0-4) e Watford (0-6).
Onde andava este Arsenal?
O jogo da jornada, a receção dos Gunners en Stamford Bridge, não defraudou. Foi uma partida intensa e muito bem disputada, digna de um dérbi de equipas de topo. O jogo não terminou sem que David Luiz recebesse guia de marcha precoce para o balneário, com um segundo amarelo. Mas nem me vou alongar com isso. O mais espantoso foi ver o Arsenal a ser agressivo – sim, não é uma gralha –, a pressionar alto e com critério, impedindo que o meio-campo do Chelsea pudesse iniciar a saída de bola. Quem diria que os Gunners eram capazes de tal?! Não quem viu o jogo de quinta-feira, frente ao Koln, isso é certo. Foi, de facto, uma das grandes exibições do Arsenal de que tenho memória em anos recentes. Curiosamente, ou não, Mesut Ozil e Alexis Sánchéz não foram a jogo. Danny Welbeck e Alex Iwobi acrescentaram energia ao grupo. Claro que agora o mais difícil é evitar que os Gunners voltem a ser uma equipa amorfa e sem fio de jogo, em que cada um fez o que entende.
Boas Apostas!