O Rio de Janeiro 2016 fica na história do ténis português. Até sábado passado, nunca um tenista luso tinha vencido uma partida no Torneio Olímpico de Ténis Masculino. Gastão Elias e João Sousa, à primeira participação nas olimpíadas, puseram fim a isso. Chegaram à segunda ronda, tanto em singulares como em pares, e fizeram excelentes exibições. Nos últimos dois anos estes dois não param de desbravar terreno e empurrar o ténis nacional a novos patamares.
Elias foi o primeiro
Na terça-feira terminou a participação dos tenistas portugueses nos Jogos Olímpicos. Até sábado passado nunca um tenista português tinha conseguido vencer uma partida nas olimpíadas. No espaço de quatro dias tudo mudou. Gastão Elias e João Sousa ganharam não um, não dois mas três encontros. E quando caíram deram luta aos adversários complicados que apanharam pela frente.
Os dois portugueses tiveram uma campanha histórica no Rio de Janeiro 2016.
Gastão Elias tornou-se o primeiro português de sempre a vencer uma partida de ténis nos Jogos olímpicos. O tenista da Lourinhã esteve irrepreensível frente ao australiano Thanasis Kokkinakis (7-6, 7-6). Infelizmente, não pudemos assistir a esse momento histórico porque na era do direto o maior evento desportivo do planeta não previu a captação de imagem nos courts secundários do complexo desportivo da Tijuca. Tivemos que acompanhar o duplo tie break através do live score na net, a versão de um relato radiofónico do século XXI. No dia seguinte, João Sousa não quis ficar atrás e bateu, pela primeira vez o holandês Robin Haase (6-1, 7-6), a quem nunca antes tinha roubado sequer um parcial. Enquanto o vimaranense jogava ficávamos a saber que a dupla portuguesa tinha sido repescada para a competição de pares, já que a dupla germânica se tinha retirado por lesão de Philipp Kholschreiber. Ainda nesse domingo à noite Sousa e Elias juntaram forças para eliminar a dupla eslovaca – Andrej/ Igor – mais uma vez em sets diretos.
João Sousa com exibição de luxo
O número um português até já estava mentalmente preparado para enfrentar Novak Djokovic mas acabou por ter pela frente o argentino Juan Martin del Potro, responsável pelo afastamento do sérvio na noite anterior. Foi uma partida a todos os títulos memorável e felizmente pudemos assistir à prestação de João Sousa. Na expetativa do duelo ser com o líder do Ranking, o encontro foi agendado para o court central. Num ambiente de Taça Davis, e com os brasileiros a puxar pelo português, João forçou um Delpo de luxo a ir ao terceiro set (6-3, 1-6, 6-3). Caiu de pé, o nosso conquistador.
O número um português esteve a nível altíssimo no duelo com Del Potro.
Depois da derrota o português teve que voltar aos courts no mesmo dia, para a segunda ronda de pares. Desta feita a dupla lusa cedeu diante da equipa canadiana Nestor/ Pospisil (6-1, 6-4), uma dupla que tem aspirações às medalhas. Vai ainda hoje disputar a meia-final frente a Marc lópez e Rafael Nadal. Mais uma vez os portugueses estabelecem nova fasquia. Foram nonos na variante de pares, quando antes nunca tínhamos ido além do décimo sétimo ex-ecuo.
Na terça-feira Gastão Elias fechou a participação portuguesa com uma derrota frente ao norte-americano Steve Johnson (6-3, 6-4), vigésimo segundo ATP. O português, que esta semana atingiu a sua melhor classificação de sempre no ranking (o sexagésimo posto), reconhece que entrou bastante pressionado neste confronto. Ele sabia que o americano era muito forte no serviço e seria muito difícil contrariá-lo quando estivesse no saque. Precisava de aproveitar ao máximo o seu serviço porque a menor falha seria aproveitada pelo adversário. O nervosismo de Gastão levou-o a precipitar-se em algumas pancadas e pagou caro por isso.
Os dois portugueses despedem-se do Rio de Janeiro e partem para Cincinnati. Sousa será cabeça de série tem entrada direta no quadro principal mas Elias vai ter que disputar o qualifying.
Boas Apostas!
