Rafael Nadal – Milos Raonic (Open da Austrália)
Ao fim de quase dois anos Rafael Nadal regressa aos quartos de final de um torneio do Grand Slam e prepara-se para enfrentar o teste mais exigente. A eliminação precoce dos dois primeiros cabeças de série abriu uma janela de oportunidade para o espanhol. Mas Milos Raonic, que ascendeu ao terceiro lugar do ranking pela consistência, também vê aqui a sua possibilidade de vencer um Major. Será o terceiro confronto do ano entre os dois, com um triunfo para cada lado.
Não há dúvida que este Open da Austrália se está a revelar pródigo em boas histórias. O afastamento inesperado, nas rondas iniciais, de Djokovic e Murray, já prometia novidade. Os sobreviventes em prova podiam legitimamente sonhar com conquistar esse tão ambicionado título numa prova do Grand Slam. Aceitam-se candidaturas alternativas, por assim dizer. E para além de ter ficado em aberto, ainda nos permitiu testemunhar o ressurgimento de duas lendas vivas da modalidade, Federer e Nadal. Em 2016 o espanhol continuou a travessia do deserto, com autoanálise e lesões à mistura. Não foi senão quando assumiu que precisava de interromper o ciclo de competição para recuperar a forma física, imprescindível para que Rafael Nadal se sinta ele próprio, que as coisas começaram a melhorar.
Na preparação para o Open da Austrália o menorquino já tinha dado excelentes indicações. Vencer Abu Dhabi foi aquele primeiro passo que lhe deu a entender que o trajeto podia ser outro. Desde que chegou ao Melbourne Park tem sido uma escalada pessoal para o espanhol. A forma efusiva como festejou os triunfos sobre o jovem Alexander Zverev (4-6, 6-3, 6-7, 6-3, 6-2) e Gael Monfils (6-3, 6-3, 4-6, 6-4) é muito significativa. É como se dissesse a si mesmo e ao mundo que estava de volta. Frente ao alemão ultrapassou o fantasma dos cinco sets e do confronto com as novas gerações. Com o francês mostrou aquela capacidade de reação que o tornou lendário. Mesmo depois de ter perdido o terceiro set e entrar no quarto em desvantagem conseguiu reequilibrar o parcial a 4-4, acabando por o virar a seu favor.
Desde o Roland Garros de 2015 que Rafael Nadal não chegava aos quartos de final de um torneio do Grande Slam. Estar novamente neste patamar deve ser um entusiasmo tremendo. Mas Rafa sabe que precisa de máxima concentração e agressividade para superar o próximo obstáculo.
Milos Raonic é o número três mundial. Em 2016 o canadiano impôs-se pela extraordinária regularidade e agora o objetivo seguinte só pode ser o primeiro título num Grand Slam. Na época passada foi finalista em Wimbledon e semifinalista no Open da Austrália, perdendo em ambas as situações para Andy Murray. Mas neste momento ele é o tenista mais cotado em prova e tem uma oportunidade que dificilmente se volta a proporcionar tão cedo.
Nas duas últimas rondas Raonic teve que ir a quatro sets. Com Gilles Simon (6-2, 7-6, 3-6, 6-3) cedeu no terceiro parcial e com Roberto Bautista-Agut no segundo (7-6, 3-6, 6-4, 6-1). Em ambos, a quebra aconteceu de pois de ter salvo o set anterior no tie break.
| 2017 | Brisbane | Raonic | 2 | 4 | 6 | 6 | QF |
| Nadal | 1 | 6 | 3 | 4 | |||
| 2017 | Abu Dhabi | Nadal | 2 | 6 | 3 | 6 | SF |
| Raonic | 1 | 1 | 6 | 3 |
Nadal e Raonic já se defrontaram duas vezes desde que o ano começou. Em Abu Dhabi foi o espanhol a levar a melhor. Em Brisbane, onde o canadiano defendia o título do ano anterior, foi ele a vencer. Ambos os encontros foram a um terceiro set. Rafa lidera a série de confrontos diretos (8-3) mas de 2014 pra cá as vitórias têm sido alternadas.
