Com duas vitórias consecutivas, os sorrisos voltaram a iluminar as camisolas amarelas de Los Angeles, que até ao momento pareciam só merecer destaque para o infame recorde de Kobe Bryant, que passou a ser o atleta com mais cestos falhados em toda a história da NBA. Esse número tem, no entanto, um lado solar, já que o mesmo Kobe poderá, em breve, ser o homem com mais pontos marcados na competição, lavando uma mão com a outra. Mas regressemos ao princípio. O que mudou entre os dez primeiros encontros e os últimos dois? Sim, é verdade. Swaggy P está de regresso.
Ele acredita em si próprio
Este sub-título quase poderia ser a assinatura da equipa dos Lakers. Na verdade, os dois principais jogadores da equipa são, muitas vezes, acusados de um excesso de auto-confiança que leva a usarem e abusarem do lançamento. Os números de Koby Bryant falam por si, enquanto os de Nick Young voltam a estar em alta. Longe de poder ser um jogador decisivo, Nick Young tem, no entanto, o condão de nunca soçobrar perante a dificuldade. Ofereçam-lhe uma bola e ele não parará de lançar.
O seu regresso à competição, depois de ter estado afastado por lesão, permitiu como que libertar a pressão dos Lakers. Kobe Bryant tem um parceiro em quem confia minimamente, as defensivas contrárias precisam de fechar duas ameaças, toda a ofensiva dos Lakers respira de outra forma. Nick Young marcou 16 e 17 pontos, com uma percentagem de aproveitamento de tiro de 48%. E a verdade é que o artista também conhecido como Swaggy P só uma vez terminou uma temporada abaixo dos 40% – aquela em que representou os Los Angeles Clippers e se ficou pelos 39.4%.
Quem dá o que tem
O problema dos Lakers não estará, no que à questão desportiva diz respeito, em Kobe Bryant e Nick Young. Ainda assim, eles, como os restantes jogadores da equipa, dão o que têm para dar. Jeremy Lin é o base titular da equipa, não tendo no plantel quem o possa substituir e resiste como pode às agressivas defensivas contrárias. Wesley Johnson tem-se mantido na posição três mas mais humilde do que no ano passado, enquanto no jogo interior tem sobrado para Jordan Hill e Carlos Boozer, com o primeiro a revelar-se um poste bastante competente, enquanto Boozer demonstra aquilo que se esperava dele, sem brilhantismo, mas com alguma segurança, sobretudo no momento ofensivo.
As grandes carências da equipa estendem-se, ainda, pelo banco, onde Ed Davis – e agora, Nick Young – são as únicas referências utilizadas com alguma regularidade. Byron Scott bem poderá pensar em alternativas, mas os Lakers, apesar destas duas vitórias, poderão vir a ser uma equipa que alcance algumas vitórias ocasionais, mas continua muito longe de ter valor para poder atacar uma posição no playoff. A questão passa por até onde poderá aguentar Kobe Bryant perante este cenário sem exigir mais mudanças que possam, uma vez mais, desordenar as ideias que a administração tenha para concretizar a “reconstrução” dos Lakers.