Uma segunda jornada com mais golos, com mais emoção, e com o condão de deixar praticamente tudo em aberto para o última jornada, no que toca a decisões. Para já, apenas Senegal e Gana se qualificaram, sendo que todas as outras seleções ainda podem sonhar com o apuramento, com o Uganda a ser a única equipa eliminada. Os principais destaques vão para as vitórias da Tunísia e de Marrocos, que lhes vale esperanças redobradas no apuramento, enquanto a seleção da Guiné-Bissau obrigou os Camarões a fazer um esforço épico para conseguir sair com pontos. Os Djurtus, mesmo perdendo, já convenceram toda a gente que têm condições para disputar cada jogo desta Taça das Nações Africanas.
Djurtus perto da vitória
Foi bonito de ser ver uma seleção da Guiné-Bissau a entrar sem receios perante os Camarões, um país com muito mais história futebolística. A equipa guineense já convenceu toda a gente do seu valor e vários jogadores ameaçam ganhar aqui um reconhecimento mundial que poucos acreditavam possível. Um deles será, sem dúvida, Piqueti, que numa arrancada à saída da sua área acabou por chegar até à baliza adversária para fazer aquele que é o golo da competição, até agora. A ver-se em vantagem, a seleção da Guiné-Bissau recuou no terreno e foi acreditando que o acerto defensivo e o perigo criado no contra-ataque seriam suficientes para levar pontos desta partida. Mas ao ter-se demonstrado perdulária e perante uma equipa dos Camarões cada vez mais forte, acabou por não resistir aos golos de Siani e Ngadeu, sofrendo uma derrota algo amarga.
Já o Gabão continua a desiludir, tendo entrado a perder com o Burkina Faso, com Nakoulma a marcar, sendo que chegou ao empate com golo de Aubameyang, numa grande penalidade. A equipa da casa precisa de ganhar para poder manter-se em prova.
Senegal segue em frente
Vitória fácil para o Senegal nesta segunda jornada depois de ter passeado frente a um Zimbabwe, durante os primeiros 45 minutos, com uma qualidade ofensiva que não se viu a muitas equipas. Os senegaleses entraram decididos a fechar a história do jogo bem cedo, marcando através de Mané e Saivet nos primeiros 15 minutos. O seu adversário ainda tentou reagir, mas a diferença entre as duas equipas é enorme.
O jogo grande foi, no entanto, o disputado entre Argélia e Tunísia, num dérbi magrebino que poderia valer uma posição bastante favorável na busca do apuramento. Os tunisinos voltaram a revelar-se como uma equipa muito bem organizada e capaz de alcançar a vitória, que acabou por chegar na segunda parte, primeiro com um autogolo de Mandi e, depois, com uma grande penalidade assinalada por Sliti. A Argélia só pode culpar-se a si mesma, depois de mais um encontro desinspirado e sem ligações coletivas que marcassem a diferença. O golo, marcado por Hanni, surgiu já no final do jogo.
Campeão em dificuldades
A Costa do Marfim continua sem vencer o seu primeiro jogo nesta edição da CAN, empatando com a RD Congo, um conjunto que deve ser levado em conta depois de mais uma boa exibição. Os marfinenses carecem de liderança dentro de campo e apesar de Michel Dussuyer ter operado algumas alterações no onze, continua sem cumprir com o seu potencial. Ao contrário da RD Congo, que chegou à vantagem com golo de Kebano. Bony empatou a partida, mas sofreu pronta resposta, com Kabananga a fazer mais um tento na prova. O empate surgiria ao minuto 67, com um remate de longe de Serey Die, que embateu num defesa para trair o guarda-redes congolês. O empate favorece a RD Congo, enquanto deixa a Costa do Marfim em maus lençóis.
Marrocos confirmou o seu favoritismo perante uma equipa do Togo que até entrou a vencer. Dossevi finalizou, aos 5 minutos, uma jogada perfeita de transição ofensiva após a marcação de um canto. Mas com Kossi Agassa em tarde não, junto de toda a linha defensiva togolesa, Marrocos acabou por dar a volta ao resultado e somar uma vitória inequívoca. Bouhaddouz, Saiss e En-Nesyri foram os autores dos golos.
Gana confirma apuramento
Mais um jogo do Gana que, terminando em vitória, não soube evitar o sofrimento. Muito melhor os ganeses a abordar o jogo num relvado impróprio para a prática do futebol, com Atsu a revelar-se um quebra-cabeças para a defensiva maliana. Asamoah Gyan chegou ao golo num lance em que beneficiou da deficiente marcação do adversário, gozando de uma vantagem que lhe permitiu tranquilidade até depois do intervalo. O Mali, no entanto, reagiu bem e esteve perto de marcar, evidenciando as fragilidades ganesas que, uma vez mais, se remeteu em demasia a uma atitude defensiva.
O Egito viu premiada a sua paciência num jogo muito difícil. Num relvado muito deteriorado, com o Uganda a fechar-se bem e a encontrar espaço para atrevimentos, os egípcios tiveram que esperar pelo minuto 89 para, numa jogada de envolvimento com bastante qualidade, levar a bola até Said, que finalizou com sucesso. Uma vitória fundamental para deixar a equipa de Hector Cuper muito perto do apuramento para os quartos.