Chegou ao fim a terceira jornada da NFL e um assunto domina todos os comentários. Os rookie quarterbacks a impressionar em toda a linha e fazer a diferença para as respetivas equipas. Sobretudo aqueles como Carson Wentz, Dak Prescott e Jacoby Brissett que não era suposto estarem sequer a jogar para já. Todos excederam largamente as expetativas. Estes rapazes são verdes mas já estão no ponto. O que os torna especiais? De onde vez esta compostura e maturidade? Anda tudo à procura do segredo mas a resposta não é evidente. Uma coisa é certa, a envolvência é parte determinante.

Aposta de Philadelphia está ganha

Jogo a jogo, Carson Wentz vai conquistando até os mais chamuscados com entusiasmos anteriores. A maturidade faz a diferença.

Jogo a jogo, Carson Wentz vai conquistando até os mais chamuscados com entusiasmos anteriores. A maturidade faz a diferença.

É fácil identificar os sinais depois das coisas acontecerem e isso é válido para as boas e más decisões. Os Eagles fizeram uma aposta forte em Carson Wentz. Hoje, desde o treinador ao dono da equipa, todos podem afirmar que vieram convencidos da viagem a Fargo, no Dakota do Norte. Por isso trabalharam afincadamente para se colocarem em posição de o agarrar no draft. Mas mesmo eles planeavam a prazo. Era suposto que o jovem de Northwestern tivesse este primeiro ano para se preparar, não estava nos planos iniciais utilizá-lo para já. Sam Bradford era o quarterback de Philadelphia em Abril, com Chase Daniels a dar garantias como segunda opção. Aos longo dos training camps tudo se alterou, culminando com a ida de Bradford para Minnesotta e a titularidade entregue ao rookie. O resto é história.

Carson Wentz supera todos os testes

Ninguém consegue ficar imune ao impacto imediato que Wentz teve nos Philadelphia Eagles. Os números são excelentes mas o que realmente deixa toda a gente espantada é a sua atitude em campo. Como se estivesse em casa. Nada de nervosismo, nada de jogar pelo seguro. É a inteligência e capacidade de trabalho necessária para aprender a posição dentro da equipa. É a capacidade de liderança natural que o põe a dar indicações na linha de scrimmage e fazer correções às coberturas. É a frieza de saber movimentar-se e aguentar a bola até ter os receivers no lugar certo. O lance do passe para o touchdown de Darren Spoles (setenta e três jardas) é exemplar de tudo o que mencionei acima. Os Eagles bateram os Steelers por 34-3. Não é para qualquer um.

Carson é só o expoente mais completo. Mas são vários os exemplos de quarterbacks a estrear-se na Liga, ou quase, que têm mostrado uma maturidade e compostura nada habitual. Trevor Siemien (23-35/ 312 jardas/ 4TD’s e sem interseções) é candidato a melhor jogador ofensivo da semana, ao levar os Broncos a um triunfo contundente sobre os Bengals (29-17). Dak Prescott, escolha da quarta ronda do draft, surpreendeu tudo e todos ao assumir os Cowboys na ausência de Tony Romo e ao que tudo indica dá à equipa perspetivas de futuro. Desde o caso de Brady que os recrutadores sabem que aquilo que não é mensurável – mentalidade, ambiente familiar, personalidade, carácter, maturidade – pode fazer toda a diferença naquilo que um jogador de elite pode vir a ser. Mas mesmo assim assusta apostar tudo no que não se pode apontar e demora um pouco a mudar as mentalidades.

Robert Griffin III disse certa vez que o melhor amigo de um quarterback iniciante é um treinador que acredite nele. De facto é difícil identificar o que torna estes QB’s jovens excecionais mas há uma constante nestas histórias de sucesso: o entorno. Wentz tem à sua volta toda uma estrutura que acredita nas suas capacidades e disposta a desenvolvê-las. Frank Reich e John DeFilippo, além do próprio Doug Pederson, fizeram um investimento pessoal na formação do quarterback. Siemien e Prescott estão em equipas com projetos consolidados, onde há estabilidade nos staffs técnicos.

O superpoder de Belichick

Belichick teve quatro dias, com viagem pelo meio, para reformular todo o plano ofensivo dos Patriots. E funcionou: 27-0.

Belichick teve quatro dias, com viagem pelo meio, para reformular todo o plano ofensivo dos Patriots. E funcionou: 27-0.

New England é a casa mais consolidada da Liga de Futebol Americano. E por isso está com três vitórias nos três primeiros jogos da suspensão do melhor quarterback da NFL. Bill Belichick e Josh McDaniels atiraram-se ao desafio de em quatro dias preparar a opção C, Jacoby Brissett, para enfrentar os Houston Texans. Em tempo record os treinadores reformularam todo o jogo ofensivo dos Patriots para encaixar nas capacidades do rookie e dar-lhe as melhores chances de se sair bem. Venceram 27-0. Grandes treinadores, conhecedores do jogo e que se entusiasmam com superar as adversidades, são uma componente essencial para produzir jogadores de elite. Quantas equipas passam anos à deriva porque não conseguem encontrar o quarterback certo. Os Patriots produzem dois que cumprem no espaço de três semanas.

Boas Apostas!