Era a primeira vez que os Atlanta United defrontavam um adversário pela segunda vez e as boas histórias da Major League Soccer fazem-se, também, neste enquadramento onde, em lugar de anciãs memórias, se criam os momentos de rivalidade num quadro limpo e sem mácula. Ter perdido por 3-1 no Yankee Stadium, frente aos New York City, tinha custado pela forma como o adversário fora capaz de travar, por completo, o talento de uma equipa que respira melhor quando se sente solta. Por isso a palavra vingança foi convocada para a antevisão da partida. Por isso a sede de vencer dos “miúdos” de Atlanta pareceu maior do que alguma vez vista.
Olá e adeus ansiedade
Os primeiros minutos de jogo mostraram uma equipa dos New York City mais capaz de se instalar no meio-campo adversário, com a linha defensiva dos Atlanta United a revelar alguma ansiedade para sair com a bola controlada. No entanto, a equipa de Gerardo Martino tinha o seu plano bem montado para o encontro e os minutos iniciais acabaram por provocar os Citizens a subir no terreno, parte do que viria a interessar (e muito) aos homens de Atlanta.
A reação da equipa de Atlanta começou a desenhar-se através do aproveitamento de um lance onde, em vários duelos, a bola acabou sempre a cair para o lado dos homens da casa. O factor sorte nasceu da maior agressividade colocada nos lances por parte da equipa de Atlanta, com Almirón a finalizar o lance. Mas foi a partir daí que a ansiedade foi, definitivamente, colocada para trás das costas. O conjunto de Tata Martino subiu definitivamente as suas linhas e começou o espectáculo.
Dez minutos de puro prazer
Diz-se que não se pode levar determinados princípios do basquetebol para o futebol porque, ao não ter um limite de tempo de ataque, a organização no futebol se constrói com paciência. Mas, no momento defensivo, o caso muda de figura. A equipa dos Atlanta United subia cinco, por vezes sete jogadores para o meio-campo adversário, travando a saída de bola dos New York City que, sem Pirlo ou Yangel Herrera, demoraram muito tempo a conseguir reagir ao que fazia o seu adversário.
Desta pressão muito alta, a equipa de Atlanta conseguia recuperar muitas vezes a bola, para situações nos dois meios-campos ou para lançamentos laterais. Aí, a capacidade de impor uma transição rápida rumo à baliza adversária transformou um intervalo de cerca de dez minutos em três golos marcados e mais uma série de situações que deixou a linha defensiva dos Citizens completamente desconfiada das suas qualidades.
Facturas e gestão
A vantagem de 3-0 ao intervalo permitiu à equipa de Atlanta gerir a vantagem ao longo do segundo tempo, sendo que durante um pequeno período, até conseguiu voltar a criar dificuldades ao adversário e a estar perto de aumentar a diferença. No entanto, a última meia-hora chegou com a factura do esforço feito durante a primeira metade e não terá sido fácil para a equipa de Atlanta segurar a vantagem.
Isto porque as suas qualidades defensivas estão colocadas no momento da pressão alta e como que desaparecem quando a equipa é obrigada a organizar-se defensivamente no seu meio-campo. Aí, as linhas acabam por se “colar” e, se isso terá servido para ir retirando espaço de acção a David Villa, acabou por expor o conjunto de Tata Martino a algum “sofrimento” na aproximação ao minuto 90. No final, no entanto, a festa foi dos Atlanta United, perante uma equipa citizen que não esteve perto do seu melhor.
Boas Apostas!