Por duas vezes Portugal avançou no marcador e permitiu que o México o alcançasse. O empate dá ânimo à Rússia, que conseguiu o seu objetivo inicial e lidera o grupo B. No outro, o Chile bateu os Camarões mas precisou de ir buscar Alexis Sánchez ao banco. A Alemanha foi muitas vezes superior à Austrália mas os erros de Bernd Leno e a pouca eficácia na concretização deixaram o resultado em aberto até ao fim.

Rússia abre com triunfo

Terminada que está a primeira jornada da Taça das Confederações, a seleção anfitriã lidera o Grupo B. A Rússia abriu as hostilidades impondo-se à frágil congénere da Nova Zelândia (2-0). Stanislav Cherchesov pode respirar de alívio: os serviços mínimos estão cumpridos. Michael Boxall fez o primeiro na própria baliza, à passagem da primeira meia-hora, mas isso belisca o mérito dos russos. Foram sempre mais fortes, ainda que tenham ganho ascendente com iniciativas individuais, mais garra que talento, digamos. Mas era o esperado. Claro que fazer o mesmo frente a Portugal e ao México será mais improvável, mas o primeiro passo está dado e a confiança está em alta.

México empata equipa das Quinas

O golo de Cédric, o primeiro com a camisola da seleção A, parecia dar a vitória a Portugal.

O golo de Cédric, o primeiro com a camisola da seleção A, parecia dar a vitória a Portugal.

Por duas vezes Portugal se colocou na frente do marcador; e por duas vezes a equipa das Quinas permitiu que o México recuperasse (2-2). A seleção portuguesa entrou mal no jogo e os mexicanos vinham determinados a dar uma sapatada inicial. Ricardo Quaresma, um dos melhores em campo pelo lado luso, respondeu magistralmente a um passe do capitão e marcou o primeiro golo do encontro aos trinta e quatro minutos. Chicharito respondeu ainda antes do intervalo. Portugal melhorou significativamente com as alterações da segunda parte. Nani e João Moutinho, que estavam a passar ao lado do jogo, deram lugar a Gelson Martins e Adrien Silva. O meio-campo passou a funcionar melhor, conseguindo fazer chegar a bola aos homens mais adiantados, o que não aconteceu no primeiro tempo. E o extremo do Sporting deu logo outra vitalidade à ala. Por esta altura o México tinha perdido algum fulgor físico. Fernando Santos decidiu abdicar de Quaresma a oito minutos do fim para fazer entrar André Silva e Portugal beneficiou de ter essa referência na área. Cédric viu um espaço na entrada da área e decidiu ocupá-lo em momento providencial. O lateral do Southampton fez o seu primeiro golo pela seleção A a quatro dos noventa e a seleção portuguesa parecia ter o jogo na mão. Mas já nos descontos Hector Moreno subiu mais alto e cabeceou sem hipóteses para Patrício. Os dois golos do México resultaram de erros diretos. No primeiro foi Raphael Guerreiro que aliviou para onde não podia; no segundo foram os centrais a não fazer tudo o que podiam. Nada está perdido. Já se sabia que este duelo prometia ser o mais equilibrado da primeira ronda. Agora Portugal e México terão que dar o litro nos dois jogos restantes para passar à fase seguinte. E tanto um como outro têm recursos para o conseguir.

Alexis para desequilibrar

No Grupo B o Chile superiorizou-se aos Camarões (0-2). Juan Antonio Pizzi deixou Alexis Sánchez no banco, depois do avançado do Arsenal ter sofrido um toque no tornozelo. Mas a estrela chilena teve que entrar ao intervalo para mexer em definitivo com o jogo. Não o fez sozinho, claro, mas não é por acaso que está envolvido nos dois lances de concretização da seleção sul-americana. Fez a assistência para o primeiro, de Arturo Vidal, e no segundo Eduardo Vagas aproveitou o ressalto de um remate seu. Convém não esquecer que a formação africana só cedeu nos últimos dez minutos do encontro, altura em que o valor individual de alguns chilenos inclinou o terreno a seu favor.

Leno compromete a “jovem” Alemanha

A opção de Low pelo guardião do Leverkusen,deixando Ter Stegen no banco, está a ser contestada.

A opção de Low pelo guardião do Leverkusen,deixando Ter Stegen no banco, está a ser contestada.

Na segunda-feira a Alemanha fechou a jornada com um triunfo sobre os australianos (2-3) mas sofreu mais do que precisava. A jovem equipa em que Joachim Low apostou rapidamente se colocou em vantagem. Aos cinco minutos Lars Stindl abriu o marcador a partida parecia encaminhada para uma goleada. Apesar de falharem alguns passes, dando sinal que não havia grandes rotinas entre os jogadores do onze inicial germânico, o controlo de bola e processos de jogo eram claramente superiores aos da Austrália. Mas, contra o sentido da partida, Tom Rogic fez a igualdade com um remate de fora da área. Não durou muito porque três minutos mais tarde Julian Draxler repôs a vantagem, com um penálti. A abrir o segundo Leon Goretzka fez o terceiro para a Alemanha e parecia que a ordem tinha sido reposta. O médio do Shalke 04 mereceu o golo. Aos vinte e dois anos foi a peça que segurou e articulou a seleção germânica, mostrando ao selecionador que tem aqui material para uso imediato.

A figura pela negativa na Alemanha foi mesmo Bernd Leno. O guarda-redes do Leverkusen, que Low colocou à frente de Ter Stegen, foi mal batido nos dois lances de golo dos Socceroos. Veremos se mantém a titularidade depois desta exibição comprometedora. Uma coisa é certa, Die Mannschaft tem qualidade que chegue para seguir em frente. Mas terá que afinar a eficácia no momento de marcar para traduzir a superioridade em campo no marcador. Tanto os Camarões como o Chile vão ser ossos bem mais duros de roer.