No sábado passado, Portugal e Bélgica ficaram a zeros no amigável em Bruxelas. O conjunto da casa entrou melhor nas duas partes mas os portugueses conseguiram esvaziar esse entusiasmo inicial. Ainda sem Cristiano Ronaldo, Fernando Santos continuou a baralhar e voltar a dar em termos de onze e ficou satisfeito com a prestação. A seleção das Quinas está um pouco mais perto do que o selecionador pretende. O mais significativo é a notória evolução em relação ao jogo com a Turquia.
Mais perto do que se quer

A dupla de experientes centrais portugueses não deu hipótese a Lukaku.
Ainda sem Cristiano Ronaldo, que só esta semana se junta ao grupo, o selecionador português voltou a fazer alterações no onze. Já se sabe que Fernando Santos gosta de ter variantes táticas e de pessoal, para responder ao desafios específicos dos adversários. Desta vez, Beto foi à baliza, e jogou a dupla Pepe/ José Fonte no eixo da defesa. Ricardo deu lugar a Cédric; só Raphael Guerreiro repetiu a titularidade mas a necessidade extrema que o luso-francês têm de ganhar ritmo competitivo a isso obriga. No meio-campo João Moutinho, William Carvalho e João Mário, uma aposta mais sólida para conter as ofensivas da Bélgica. André Silva foi deixado no banco, e como referência mais adiantada, o selecionador colocou em campo Gonçalo Guedes, ladeado por Bernardo Silva e Gelson Martins.
Portugal esteve encostado às cordas durante uns dez a quinze minutos, no primeiro tempo. Na lateral, Fernando Santos esbracejava para que Bernardo e Guedes não recuassem tanto, acompanhando a equipa no momento defensivo. Aos poucos, a mensagem foi passando para dentro das quatro linhas e Portugal começou a sair da sua metade do campo. A partir daí, as coisas foram acontecendo. A equipa nacional ia subindo de rendimento e conquistando o domínio do jogo.
Pepe mostrou que aos trinta e cinco anos, quando se aplica, ainda consegue ser um central decisivo. A Romelu Lukaku, apesar do poderio físico, nunca foi permitido por pé em ramo verde e o mérito vai todo para a dupla de centrais. As dificuldades em conter as iniciativas pelo lado esquerdo, onde está Guerreiro, continuaram a aparecer. Mas temos que nos lembrar que a Bélgica é um adversário com uma qualidade ofensiva muito superior à Turquia. William Carvalho foi a figura discreta mas autoritária a que nos habituou. Ao contrário de vários clamores, andar a passo sempre foi uma característica sua. O importante é saber onde estar e o que fazer no momento preciso.

Sem Cristiano, o selecionador quis testar Gonçalo Guedes como homem mais adiantado.
Guedes é opção
Os dados estatísticos realçar o papel de Gonçalo Guedes. Aposta de Santos para o lugar mais adiantado, numa posição mais central, o jogador do Valência rematou quatro vezes à baliza, fez três passes para finalização e completou mais de noventa por cento dos passes com êxito. Esteve, sem dúvida, muito ativo. É verdade que esta solução ainda exigiria maior entrosamento entre os homens da frente, sobretudo porque implica muitas trocas posicionais e movimentações constantes, mas ficaram bons apontamentos.
Colchões polémicos
A Bélgica, que há quase dois anos não ficava em branco numa partida, anunciou hoje a convocatória final de vinte e três jogadores. A meio da semana passada deu barraca a comunicação de que já havia nomes nos colchões preparados para a partida da comitiva para a Rússia, dando assim a entender que as escolhas estavam feitas há muito.
A maior surpresa foi a inclusão na lista final de Adnan Januzaj, um dos que estaria em dúvida porque a seleção belga tem muitas opções para as laterais. Christian Benteke fica de fora, alegadamente devido a problemas físicos, ainda que tenha feito a segunda parte contra Portugal sem os evidenciar. Era um dos que tinha colchão já personalizado. Vincent Kompany teve queixas que o obrigaram a sair do jogo de sábado mas mantem-se, provisoriamente na comitiva, com Laurent Ciman de prontidão, caso seja preciso acrescentar um central à comitiva.
Boas Apostas