Arranca a Liga das Nações e Portugal prepara-se para enfrentar Itália e Polónia. Cristiano Ronaldo pediu dispensa destes primeiros jogos e foi atendido. Fernando Santos fez a convocatória mais jovem de sempre da seleção A. Os Azzurri falharam o Mundial e agora sob o comando de Mancini querem virar a página. Os polacos foram a Rússia mas saíram de fininho, frustrando as expectativas, e também têm novo selecionador. Todos têm algo a provar, isto vai ser interessante de seguir.

Sem CR7 mas com muita ambição jovem

Portugal nunca se deu bem a jogar a feijões por isso uma competição que venha substituir os famigerados amigáveis internacionais vem mesmo a calhar. A Liga das Nações pretende ocupar em contexto competitivo as seleções europeias, enquanto não entramos em fase de apuramento para o Euro 2020.

Cristiano Ronaldo, que este verão se mudou para a Juventus, solicitou a Fernando Santos que o dispensasse destes compromissos já que precisava de tempo para se acomodar na nova cidade e clube. Como não podia deixar de ser, o pedido do capitão português foi atendido.

Para os primeiros dois jogos após o afastamento nos oitavos de final do Mundial da Rússia o selecionador português fez a convocatória mais jovem de sempre para a seleção principal. A média de idades está nos 24,5 anos. Sei bem que apesar de ser uma competição é também uma oportunidade para fazer a renovação que se impõe, sobretudo nas seleções mais envelhecidas, como foi o caso da nossa no último Campeonato do Mundo. Até porque sabemos que Fernando Santos gosta bastante de se apoiar em veteranos, sobretudo no setor mais recuado, onde a renovação também é estritamente necessária.

Portugal_jovensMais novos querem assumir

Raphael Guerreiro, João Cancelo e Bernardo Silva têm vinte e quatro anos e já aparecem aqui como experientes, todos a jogar há várias épocas nas ligas mais competitivas da Europa. Bruma, Gelson Martins e Bruno Fernandes são mais novos um anos. E a escadinha continua. Gonçalo Guedes, Renato Sanches, Rúben Neves e Rúben Dias somam vinte e dois, com Gedson Fernandes, a nova coqueluche dos Encarnados a ser chamado com dezanove. Do meio-campo para a frente o mais velho é Pizzi, com vinte e oito, o que é dizer muito.

Portugal defronta a Croácia em jogo treino esta quinta-feira e na segunda estreia-se na competição recebendo os Italianos.

A Itália quer voltar a ser de topo

Italia_Roberto_ManciniA Itália falhou a qualificação para o Mundial e esse bater no fundo provocou ondas de choque violentas. Não era possível continuar neste declínio, a seleção italiana tinha que reocupar o seu lugar entre as formações da elite europeia. Roberto Mancini foi escolhido para comandar o barco e desde que assumiu o cargo tem deixado de fora os jogadores mais velhos, com apenas três exceções estrategicamente posicionadas. Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci, trinta e quatro e trinta e um, respetivamente, reeditam a parceria defensiva da Juve. E o guarda-redes Sirugu, a voz da experiência a apoiar a juventude de Donnarumma (dezanove).

Mancini é conhecido por um estilo de futebol mais ousado e balanceado para o ataque, onde os golos acontecem com naturalidade, contrastando com uma mentalidade mais de expetativa e contenção. Nas três partidas de preparação realizadas até agora a Itália marcou mas a formação adversária – Arábia Saudita (2-1), França (3-1) e Holanda (1-1) – também fez o gosto ao pé.

Lewandowski e mais dez?

A Polónia apurou-se para o Rússia 2018 mas foi a primeira seleção a ficar eliminada na fase de grupos, tendo perdido os dois primeiros encontros. Foi uma prestação a todos os títulos dececionante, sobretudo depois das expetativas criadas com o Euro 2016 e um apuramento praticamente sem mácula. Ao fim de cinco anos no cargo de selecionador Adam Nawalka saiu para dar lugar a Jerzy Brzeczek.

Robert Lewandowski pode muito mas a idade vai avançando e precisa de maior suporte dos companheiros para a ameaça que é no Bayern de Munique. No meio-campo a seleção polaca tem jogadores com qualidade e experiência e o ataque, como já referi, entre Lewandowski e Arkadiusz Milik está bem entregue. A incerteza está no setor defensivo, onde estão os mais novos e inexperientes, pelo menos nestas andanças de competições internacionais ao mais alto nível.