Pittsburgh Steelers – Miami Dolphins (NFL)

Vegas considera os Steelers esmagadoramente favoritos neste embate com os Dolphins. Pittsburgh é a formação mais experiente, é fortíssima a jogar em casa e tem de longe os jogadores mais talentosos. Miami entra nestes play-offs sem responsabilidade. Adam Gase conseguiu transformar um plantel mediano num equipa que superou e muito as expetativas. Na temporada regular os Dolphins chegaram mesmo a vencer os Steelers por uma margem de quinze pontos mas muito mudou de lá para cá. A começar pela saúde da unidade defensiva de Pittsburgh.

Os Pittsburgh Steelers (11-5) venceram os últimos sete jogos da temporada regular para fechar o título da AFC Norte e garantir que arrancavam os play-offs a jogar em casa. A prestação da equipa é muito mais forte no Heinz Field (seis vitórias e dois desaires). Ficarem emparelhados com os Dolphins nesta primeira ronda dos play-offs parece um prémio para os Steelers mas eles, melhor que ninguém, sabem os riscos que correm.

É indiscutível que Pittsburgh é muito mais experiente nestas andanças da pós-temporada, tem uma formação estabilizada e há muito habituada a jogar junta, e está nos seus domínios. Também é facto que do ponto de vista de talento, sobretudo mas não só na componente ofensiva, é claramente mais bafejada. E que ainda por cima chega a esta fase da temporada sem lesões, o que é precioso. Mas os Steelers não esquecem que foram convincentemente derrotados em Miami em outubro, por uma margem de quinze pontos. Foi o jogo em que Ben Reothlisberger se lesionou mas esteve a maior parte do tempo em campo. A defesa, muito fustigada por ausências importantes, foi verdadeiramente incapaz e Jay Ajayi correu com a bola a seu bel-prazer. Essa situação não se deve repetir. A defensiva dos Steelers está como nova desde a semana dez de competição, altura em que foi reintegrando Ryan Shazier, Alvin Dupree e outros que tais. De facto, quando se pensa nos Steelers imediatamente a ideia predominante é a conjugação ofensiva – Roethlisberger, Antonio Brown e Le’Veon Bell – mas foi a defesa a fazer a diferença na segunda metade da época.

Sei que são vários os candidatos a treinador do ano na NFL mas Adam Gase tem que estar na shortlist. Tem o mérito de ter pegado num plantel mediano, na melhor das perspetivas, e ter feito dele uma equipa capaz de conquistar o seu lugar nos play-offs, com dez vitórias e seis derrotas. OS Maimi Dolphins sabem que o favoritismo estado todo do outro lado e que quase ninguém lhes dá hipóteses de ir a Heinz Field eliminar os Steelers e provavelmente é a posição em que se sentem mais confortáveis. Estão habituados a ser desvalorizados e a correr contra as probabilidades. Mesmo sem ter os mesmos recursos, mesmo que a defesa seja um problema, mesmo sem Ryan Tannehill, eles não irão a Pittsburgh só para participar. Até porque já provaram ser capazes de derrotar os Steelers e mesmo que o adversário esteja mais forte a estratégia continua a valer. A defensiva dos Dolphins é o seu ponto fraco portanto é essencial prolongar as jogadas ofensivas, jogar com o relógio e manter a unidade nas laterais o maior tempo possível. Os linebackers e secundária são as maiores fragilidades e aquelas Pittsburgh vai tentar explorar. Há que tentar pôr o jogo em corrida a rolar. Ajayi não vai conseguir duplicar as duzentas jardas do primeiro embate mas terá que manter a defesa dos Steelers ocupada. Com a conhecida matreirice de Gase é possível antecipar estratagemas como fingir jogadas em corrida que se transformam em passes curtos para confundir uma defesa adversário que se vai concentrar na progressão pelo chão, desvalorizando a capacidade de Matt Moore fazer grandes jogadas em passe.

2016	Miami Dolphins	Pittsburgh Steelers	Hard Rock Stadium	30-15
2013	Pittsburgh Steelers	Miami Dolphins	Heinz Field	28-34
2010	Miami Dolphins	Pittsburgh Steelers	Sun Life Stadium	22-23
2010	Miami Dolphins	Pittsburgh Steelers	Land Shark Stadium	24-30

Miami só venceu dois dos seis duelos que teve com Pittsburgh na última década mas acontece terem sido os mais recentes.